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terça-feira, novembro 02, 2010

Equidade versus qualidade de ensino em Moçambique

Por Adelino Evaristo Murimo*

Para podermos falar a mesma linguagem vou definir os termos que uso. Defino ‘equidade de ensino’ como sendo uma variável tridimensional composta por (i) igualdade de acesso ao ensino, (ii) igualdade no tratamento na sala de aulas, nos livros e nos materiais curriculares, e (iii) igualdade no rendimento académico.
Definindo equidade deste modo, quero me referir que, qualquer pessoa em Moçambique, independentemente do sexo, etnicidade, e nível económico a que pertence deveria conseguir matricular-se e estudar em qualquer nível desde o primário ao terciário. Infelizmente em toda a África raparigas, órfãos, grupos étnicos minoritários, crianças em áreas remotas têm acesso limitado á educação. Quando têm acesso, geralmente garantido por organizações doadoras, não rendem de forma igual ás outras crianças. Defino ‘qualidade de ensino’, a habilidade igual ou acima da média regional quinquenal dos 15 países da SACMEQ (Southern and Eastern African Consortium for Monitoring Education Quality). Para o período 2005 – 2010, a média regional dos países da SACMEQ no dominio de língua foi de 511.8 pontos, matemática foi de 509.5 pontos e conhecimentos básico acerca do HIV SIDA (definições e siglas, métodos de contaminação, prevenção, e tabús com ele relacionados) foi de 500 pontos. No período 2005-2010 o país da SACMEQ que apresentou a melhor qualidade de ensino em línguas foi a Tanzania (577.8 pontos), para Matemática foi Mauricias (623.3 pontos), e conhecimento básico acerca do HIV-SIDA foi Tanzania (576 pontos). O pior país nesta avaliação em línguas foi Malawi (433.5), em Matemática foi Zambia com 435.2 e para HIV-SIDA foi Mauricias com 453 pontos. Seycheles foi o único país onde raparigas tiveram rendimento superior ao dos rapazes em língua e matemática.

De forma geral, nos países Africanos persiste a dificuldade de assegurar a equidade e a qualidade ao mesmo tempo. Não se consegue ter equidade e ao mesmo tempo garantir qualidade. É um grande desafio este. É que equidade leva a uma massificação descontrolada do ensino e devido ao constrangimento económico as instituições nunca têm recursos suficientes para assegurar qualidade. Assim, uma alternativa, talvez a mais fácil tem sido a liberalização do ensino. Com as facilidades oferecidas pela globalização, surgem então as tais universidades suspeitas. Isso não acontece só em Moçambique, mesmo nos países industrializados é um dilema. Na Austrália por exemplo, há universidades que nem sequer têm lugar físico. Estão online. Um aluno nem sequer conhece outros alunos ou docentes da universidade mas faz um grau completo. Mais ainda, a globalização exige uma integração regional e internacional senão fica-lhe uma ilha intelectualmente e culturalmente. Para se estar integrado, mecanismos efectivos para o reconhecimento académico e profissional são necessários. Dai surgem as tais políticas de Bolonha. Antes de Bolonha os médicos moçambicanos, por exemplo, passavam por testes onerosos para conseguir carta para exercer medicina fora de Moçambique. Quem é médico de renome sabe disto. Enquanto era possível um cirurgião do Botswana vir trabalhar em Moçambique, já um médico de moçambique dificilmente conseguia trabalhar no Botswana. Nisso, Bolonha é politicamente correcto mas é apenas uma linguagem e não tem nada a ver com qualidade de ensino. Da mesma forma que ter-se passagem automática ou não se ter, não tem nada a ver com qualidade de ensino. Seria necessário um estudo para determinar de que modo a passagem automática influencia rendimento. O mais claro é que a passagem automática influencia passagem e forma da pirâmide ao longo das classes. Seja como for, antes de 2004, portanto antes de introducão da passagem automática a qualidade de ensino era melhor do que ela é hoje? Algum estudo mostra isto? Mesmo no anterior sistema de passagem não automática, os alunos que passavam sabiam alguma coisa? Ou passavam os que pagavam e quem reprovava era o João, meu filho sem dinheiro? Os factores que influenciam a qualidade de ensino são complexos, e não podem ser inventados sentado num gabinete sob forma de ‘Brainstorming’. Mas, induvidavelmente, mais e mais doutores são necessários. Mais provedores de escolas e universidades são necessários. Mais recursos humanos e materiais são necessários. Mais integração na região e no mundo é necessária para aprendermos algo dos outros. Para não termos que descobrir tudo, senão teríamos que inventar a roda quando ela já existe. Para os alérgicos aos modelos de fora, já a nossa forma de ver e viver está, quer queiramos quer não, influenciada por padrões de vida externos.

*Docente da Universidade Pedagógica, Delegação da Beira (PhD, Monash University, Australia)

22 comentários:

  1. "Seja como for, antes de 2004, portanto antes de introdução da passagem automática a qualidade de ensino era melhor do que ela é hoje? Algum estudo mostra isto? Mesmo no anterior sistema de passagem não automática, os alunos que passavam sabiam alguma coisa? Ou passavam os que pagavam e quem reprovava era o João, meu filho sem dinheiro?"

    Estas perguntas são óptimas. E eu não acredito que a passagens automáticas em si tenham influência automática na má qualidade do ensino.

    Outro ponto, pelo que me lembro, o SNE introduzindo em 1983, não ditava para a reprovação dos anos. A questão é se realmente, se conseguiu materializar o que se preconizava. Se não estou em erro, os alunos só teriam exames na 5ª e 7ª classe do ensino Primário, 10ª e 12ª classe do ensino secundário. No EP1 os alunos deviam seguir com os seus professores, partindo da 1ª classe. Tenho dúvidas se isto cumpriu-se. Nas escolas por onde passei não vi nada disso, quanto muito foi da 1ª para 2ª classe.

    Na discussão sobre a passagem automática sempre me parece que carecer de conhecimento tanto dos nossos "decision makers" dos professores e encarregados de educação se a cópia for a dos países nórdicos. Parece entender-se que não "goals" metas ou objectivos a atingir. Antes pelo contrário. O sistema é muito rigoroso que permite os professores, alunos e os encarregados de educacão a conhecerem-se perfeitamente. Um aluno que não alcanca as metas ou os objectivos pode repetir a classe, mas isso não se decide no fim do ano e nem como uma medida administrativa. Mas isto posso desenvolver depois.

    O receio que tenho, é que a passagem automática do alunos, esteja a contribuir para alguns professores "preguicoso" não fazerem a auto-avaliação. Mas isto não começou com a passagem automática.

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  2. Boa apreciação, Reflectindo.

    Disseste tudo,

    Zicomo

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  3. Caro reflectindo, tema muito interessante, embora nao seja dado a atencao que merece na nossa midia, pela falta do factor "sensacionalismo".

    Eu concordo consigo que a passagem automatica de certa forma diminui a qualidade de ensino.

    Embora, no "antigo" sistema o indice de suborno dos professores era alto, muitos alunos que nao tinham essa possibilidade esforcavam-se para obter notas altas.

    Eu lembro-me que nas escolas por onde passei, havia sempre um espirito competitivo, e os alunos queriam ter sempre notas altas e esforcavam-se para tal.

    Em muitas ocasioes vi colegas a comprarem testes (provas) e / ou ouvi rumores que colegas pagaram para passar. Mas era uma minoria, e portanto nao a regra.

    Se a intencao da passagem automatica era de corrigir esta deficiencia, entao matou-se o Boi para eliminar a peste.

    Eu conclui o meu nivel secundario em Mocambique, tendo sempre estudado em Escolas publicas e dai rumei para a universidade de Kwazulu Natal, na Africa do Sul. Estando na mesma turma com muitos individuos (de racas diversas) que estudaram nas melhores escolas da Africa do Sul e do estrangeiro destaquei-me como o melhor estudante. Portanto o sistema de educacao em Mocambique tava bom antes da introducao da passagem automatica.

    Sem muita informacao estatista e puramente na base de observacao, noto que muitos dos alunos que vem deste novo sistema nao tem garra.

    Acho que nunca devemos comprometer a qualidade, de modo a cuspir grandes quantidades de analfabetos. Deve-se apostar na qualidade enquanto que criando condicoes para abranger um maior racio da populacao. A verdade eh que o mercado de emprego nem eh assim tao grande. Porque nao criar outras opcoes de educacao?

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  4. "Acho que nunca devemos comprometer a qualidade, de modo a cuspir grandes quantidades de analfabetos. Deve-se apostar na qualidade enquanto que criando condicoes para abranger um maior racio da populacao. A verdade eh que o mercado de emprego nem eh assim tao grande. Porque nao criar outras opcoes de educacao?"
    Bem dito Mr Laude e Reflectindo.
    Sem "escangalhar" o sistema actual,
    o novo MINED-Dr Martins (expert deste tipo de ensino), deveria dar mais azo ao ensino profissionalizante-com fazem alguns Países emergentes-actualmente, copiando aquilo que as os países fortes da economia asiáticas fizeram de 1970/1990.
    Japão iniciou em 1955, para 1985 ser líder em mão de obra profissional aplicada.
    Coreia do Sul em 1970, e hoje está a kms...
    O sistema actual moçambicano, não forma-"deforma o futuro"-empobrece o presente, e não existe futuro.
    Alguém com "aquilo" no lugar deveria ter a coragem de perguntar se o Homem foi para a Lua em 1969, qual era o sistema científico literário que desde a 1ª classe até a universidade preconizava na altura.
    Se não prestava, como desenvolveram a ciência e tudo isso, "que mata a fome", até queimam comida para manter o preço?
    Africa só precisa de 0,1%, para "matar a fome"!SÓ!
    Pergunta simples-o que temos de fazer na educação para matar a fome?
    Mas há um pormenor conspirativo-se educar mais a população corre-se o risco de perder eleições.
    Esta é a razão subjacente, mas de continuidade no subdesenvolvimento.
    Há que também firmar um modelo económico, apropriado ao "residente africano", com respeito total a tradiçãoe cultura milenar.
    ZA

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  5. Bem dito, Há que também firmar um modelo económico, apropriado ao "residente africano", com respeito total a tradiçãoe cultura milenar.

    O ensino profissionalizante eh a solucao para os problemas de Mocambique.

    Eu nao entendo, porque eh que nas provincias nao se abre Escolas medias e superiores agricolas. Principalmente em provincias com muita terra fertil que nem Nampula, Manica e Inhambane.

    Se eu fosse um agricultor / campones sem educacao claramente que teria objeccoes em relacao a ver os meus filhos irem a escola queimar tempo (claro que veria assim pelo meu defice escolar). Mas se eu soubesse que ele vai aprender novas formas de trabalhar a terra eu veria um valor nessa dita escola.

    Tem que haver um bom balanco em relacao a educacao do povo. Nem todos podemos ser jornalistas, banqueiros ou medicos. Temos que ter aqueles que se envolvem nas areas produtivas da economia. Precisamos de agronomos, enginheiros, carpinteiros, mecanicos, etc.

    Nosso pais so sabe produzir politicos e pandzeiros e rappers - Mocambique eh um fama show!!!

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  6. Ainda que não seja manifestamente a favor ou contra... as passagens automaticas são recentes. Saidas de fresco, da fabrica, não é por isso possivel que os seus frutos estejam ja podres e no mercado!? Pelo menos não nos moldes narrados em comentarios acima.

    Estamos a pôr a carroça a frente dos bois: o problema da educaçao neste pais é outro. Apenas não tem nome, o raio do boi. A passagem automatica também é uma preocupação sim, mas não "o problema" e acaba sendo uma rampa de lançamento para problemas com barba rija: corrupção, desleixo dos professores, descaso dos encarregados de educaçao,...

    Se a criança não sabe ler e nem escrever no fim de um ano lectivo, não é por conta da passagem automatica! Puxe-se a orelha ao professor, ao aluno, ao encarregado, aos decisores, ... Ai a passagem automatica apenas carimba a mentira de todo um sistema!

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  7. "tema muito interessante, embora nao seja dado a atencao que merece na nossa midia, pela falta do factor "sensacionalismo"". Laude

    É um tema que ninguém devia fintar porque diz respeitos a todos nós. Mesmo os que "têm" dinheiro para mandar os seus filhos para escolas privadas, restam-lhes os sobrinhos e primos. Como africanos não escapamos da família alargada estejamos onde queira que estejamos.

    "Sem "escangalhar" o sistema actual,
    o novo MINED-Dr Martins (expert deste tipo de ensino), deveria dar mais azo ao ensino profissionalizante-com fazem alguns Países emergentes-actualmente, copiando aquilo que as os países fortes da economia asiáticas fizeram de 1970/1990." ZA

    É o que temos que fazer em Mocambique. Sei que os nossos governantes já se apercebem das nossas preocupacões e repetem em discursos o que desejamos, mas há que sairem do simples discurso para prática.

    Com as mínimas condicões que temos, podemos elevar a qualidade do ensino. Na minha óptica, se o nosso governo apostasse na erradicão do analfabetismo e ensino profissional acelerariamos o desenvolvimento. Todos os países que desenvolveram apostaram primeiro nisto e não em proliferacão de "universidades" sem competência ou qualidade. A nossa experiência prova que um indivíduo com 5ª ou 7ª classe de qualidade pode ser professor, enfermeiro, agricultor. Muitos dos licenciados, mestrados ou doutorados hoje, passaram pelas mãos de professores com apenas 5ª ou 7ª classe. Muitos desses formaram-se professores formaram-se depois ao nível superior. Um exemplo muito conhecido é do actual Procurador da República, Augusto Paulino. Eu conheco muitos outros. Eu estou convencido que as bases sólidas do ensino primário ajudaram muito a muitos.

    Enfim, sou a favor da massificacão do ensino, mas isso é no ensino primário ou básico, visando a erradicão do analfabetismo. E erradicar analfabetismo é dotando a maioria dos cidadãos da capacidade de ler e escrever. Também o nosso ensino tem que ter ligacão entre teoria e prática.

    “Mas há um pormenor conspirativo-se educar mais a população corre-se o risco de perder eleições.” ZA

    A nossa política educacional não devia ser eleitorista porque corremos o risco de sermos piores que os colonialistas que negavam educação aos negros.

    Nota: na Suécia a expectativa é de que quando o aluno termina o nível médio vai ao mercado do trabalho. A partir da 4ª classe, o aluno comeca a ter prática em local de trabalho. Na 4ª classe, o aluno deve dispender um dia numa empresa. Na 8ª e 9ª é uma semana. Para além disto, as disciplinas de trabalhos manuais “handiwork” (carpintaria e costura escolar) economia doméstica ou gestão doméstica “domestic sciences” é levada a sério para todos os alunos a partir da 3ª e 7ª classe respectivamente. E a partir da 7ª classe a disciplina de física é acompanhada da técnica.

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  8. De facto, Reflectindo, o nosso sistema de ensino é muito teorico (de se escrever muito e aprender pouco). Praticamente não ha nenhuma aplicabilidade dessas teorias... Não é por acaso que chegados ao 12° ano se constata que muito pouco se aprendeu.

    A profissionalização é o melhor caminho. Corrijo, é o caminho! Se se aproveitasse metade dos 12 anos de escolarização a dotar os moçambicanos de habilidades para a vida, creio que muitos dos nossos problemas estariam resolvidos. Evidentemente, tais formações deveriam se enquadrar aos contextos em que ocorrem.

    Um ensino centralizado como o nosso, também não esta a ajudar muito. Os ritmos e meios de aprendizagem são completamente dispares, mesmo dentro de uma mesma cidade quanto mais de todo um pais! Sou pela profissionalização sim, mas não a automatica em que um pseudo pintor nem sabe o que é um pincel!

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  9. "Eu não entendo, porque é que nas provincias não se abre Escolas médias e superiores agrícolas. Principalmente em províncias com muita terra fértil que nem Nampula, Manica e Inhambane"

    Não tenho certeza que isso resolveria o problema pois basta perguntar-se quantos dos nossos agrónomos formados na UEM estão realmente no campo a lidar com a terra.

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  10. Nelson,

    Concordo com a tua dúvida. Ora, em Cuamba, na província do Niassa abriu-se a faculdade de agronomia há quase 10 anos. Então podemos nos questionar no seguinte: a) Quantos agrónomos já lá foram formados? b) Donde vinham os formandos? c) Por onde andam os formados?

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  11. Caros

    Volto brevemente para questionar o perfil da UP e os Institutos de Formacão de Professores.

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  12. Estou rendido pelos comentários. Bravo.

    Penso que estamos num BOM caminho, claro, pensando assim, sem demagogias nem hossanas.

    Os desafios de qualquer país depende da base do que pretende impor.

    Reflectindo mencionou as mudanças no sector da Educação na Suécia baseando-se na aposta daquele país no ensino primário e no básico, coisa que o nosso país não faz.

    Ou seja, faz mas de outra maneira: transitando automaticamente os estudantes sem os avaliar como deve ser.

    O Nelson questiona sobre a existência de universidades nas províncias e que não funcionam objectivamente.

    A resposta é simples: será que temos ali universidades? Que incentivo tu tens nos distritos? Mil palhotas sem condições e uma sede do partido Frelimo com condições.... E mais, os próprios docentes que andam nessas universidades choramingam todos os dias de esquecimento.

    De facto as passagens automáticas não são os únicos problemas da Educação, mas são uma dores de cabeça ao Governo.

    Zicomo

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  13. O que eu gostaria de colocar para reflexão sobre a UP e outras instituicões de formacão de professores é em relacão se estas se preocupam em formar professores garantindo a cobertura e qualidade do sistema de educacão ou se também passaram a empresas que produzem diplomas para efeitos salariais? Formam-se professores de trabalhos manuais, música, de educacão física, educacão cívica? Ou estas disciplinas são ainda leccionadas por professores sem qualificacão? Para que servem os cursos de administracão escolar e administracão públicas que se leccionam na UP?

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  14. Estava esperando que continuassemos a discutir sobre os graduados na faculdade de agronomia em Cuamba. Espero recuperar alguns dados, mas sabe-se que a maior parte deles e pelo menos no início, vinha das cidades incluindo Maputo. Imagino que muitos foram buscar o diploma de licenciatura (de que curso que fosse) para trabalharem num gabinete qualquer mesmo sem relacão à agricultura e terem um salário de um licenciado. Este é o dilema.

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  15. Aguardo a postagem sobre o perfil para melhor comentar, Mestre

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  16. Xim, por enquanto não estou para publicar postagem nenhuma sobre o perfil da UP e outras instituicões de formacão de professores. O que pretendia era o questionamento que anteriormente fiz.

    Alguns cursos da UP me deixam com dúvidas se são para distribuir diplomas ou colmatar os problemas que temos no sistema de educacão. Veja, conheco professores que concluiram o curso de administracão e gestão, penso que assim se chama, mas estão dar aulas na primeira ou quinta-classe. Se em termos salariais não tenho dúvido a importância, a dúvida fica do seu uso na turma.

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