Contrariando os resultados do estudo do INE
Como que para invalidar os resultados do recente estudo do Instituto Nacional de Estatística (INE), que mostra, com dados, que nos últimos 5 anos, a pobreza foi prevalecente no país e até aumentou em algumas províncias, o Governo esteve ontem, na Assembleia da República, a dizer que os moçambicanos são cada vez menos pobres.
O Governo disse que o país está a crescer, e que há cada vez mais pessoas a saírem da pobreza. O ministro da Planificação e Desenvolvimento, Aiuba Cuereneia, disse que a economia nacional está a crescer em níveis satisfatórios, alegadamente indicando que o PIB cresceu durante o primeiro trimestre deste ano, 9.5%.
Ainda referindo ao primeiro trimestre do corrente 2010, Cuereneia disse que a produção global do país se situou em 7.4%, muito acima da cifra planificada, que era de 6.2%.
O ministro da Planificação e Desenvolvimento chama a atenção para o facto de a manutenção do crescimento económico registar-se mesmo no contexto das crises e ser impulsionado pelos sectores dos serviços e infra-estruturas.
Os números apresentados pelo Governo apontam para uma taxa de inflação média, medida pelo Índice de Preço ao Consumidor (IPC) da cidade de Maputo, a situar-se em 5,7 porcento, influenciada, como alega, pela actualização dos preços de alguns produtos administrados, o fortalecimento do rand como resultado da fortificação da cotação do ouro e do efeito positivo dos ganhos com a realização da Copa do Mundo na RSA, e o agravamento do preço de petróleo no mercado internacional, entre Janeiro e Junho, em cerca de 57 porcento.
As exportações, de acordo com Cuereneia, atingiram cerca de 1010 milhões de dólares durante o primeiro trimestre, contra 910 milhões de dólares no período homólogo. Recorde-se que a grande fatia do valor das exportações é dos mega-projectos que os economistas alegam que não estão a ajudar a reduzir a pobreza por não terem impacto directo na vida dos moçambicanos.
Na mesma senda, o ministro disse que no primeiro semestre deste ano foram aprovados 93 novos projectos de investimento, totalizando 466 milhões de dólares e susceptíveis de criar cerca de 8 mil empregos. Foram citados para ilustrar os ditos sucessos de que fala Cuereneia, os seguintes exemplos: as minas de carvão de Tete, Projecto de reflorestamento de Niassa, produção de banana em Nampula, construção de infra-estruturas na Zona Económica Especial de Nacala, nas Obras de construção da terminal do Aeroporto de Maputo, nas obras de construção de sistemas de abastecimento de água e na fábrica de descaroçamento de algodão em Manica.
Respostas “positivas” perante a crise
Num outro desenvolvimento, o titular da pasta da Planificação e Desenvolvimento disse que os choques exógenos, resultantes da conjuntura económico financeira internacional, têm repercussões negativas em todos os países e sobretudo nas economias em desenvolvimento como a moçambicana, pois vem agudizar a vulnerabilidade da economia. E Cuereneia acrescenta, falando sempre de sucessos, que “o Governo da Frelimo tem vindo a responder, de forma positiva, às sucessivas crises internacionais e regionais, desde a crise de combustíveis em 2008, à alta de preços de cereais, à crise energética na região da SADC, e à crise financeira mundial iniciada em 2009”. (Matias Guente)
Fonte: CanalMoz - 22.10.2010
Deviam ser presos, todos esses que disseram isso.
ResponderEliminarZicomo
É politicamente correcto; assim aprenderam na escola missionaria.
ResponderEliminarTenho receio que nos próximos momentos e sobretudo neste mandato venham ocorrer exonerações no INE
ResponderEliminarpor não se ter ocultado o resultado do estudo. Ou então o poder vai fundar um instituto ao seu serviço. A preocupação para a manipulação da realidade em relação o estado da pobreza é grande.
Recordemos que quando o Conselho Constitucional e Tribunal Administrativo mostravam bons sinais para um Estado de Direito Democrático recorreu-se a remodelação não permitindo que uma figura de incómodo fizesse parte no CC.
Adjunto,
ResponderEliminarA acontecer uma situacao como a que descreves, vai agravar a crise e consequentemente a insatisfacao popular,
Se o pertidao insistir nessa, cria uma situacao mais complicada para si proprio amanha ( nao no sentido de longo prazo), que nem 'e sustentavel a medio prazo, porque ja curto prazo esta complicado de gerir.
Mas no fim do dia, eles 'e que mandam e como tal devem saber o que querem.
Nos temos tentado ja advirtir pra essa situacao ha bastante tempo, e eles insistem em nao aceitar os inputs.
O Jornal Verdade da semana passada tem um cenario dos transporte publcos que mostra um retrocesso, um recuo para o uso de caixa aberta com todos perigos!
ResponderEliminarChacate,
ResponderEliminarEsse é um outro sinal. É difícil entender que aquilo aconteça em frente da polícia de trânsito e de todos os moçambicanos. Também não entendo do porque aceitar-se aquele risco.
Por exemplo, nos mini-buses é visível a lotação, porém, o motorista é quem decide a quantas pessoas ele quer levar. Em Nampula, por exemplo, há um locais comuns (Nampula e Nacala-Porto) para os chapas e elas ficam em filas, onde a primeira (na fila) uma vez cheia deve arrancar. Mas o que significa ficar cheia? Infelizmente, é além da lotacão oficial e isso acontece ao olhar impávido do pessol dos Conselhos Municipais.
Em Junho último tive uma discussão, infelizmente com um namapwatta, um indivíduo insignificante ao serviço do motorista. Namapwatta busca passageiros para as chapas e é responsável para entulhá-las enquanto que o motorista jogo o papel de inocente. O pessoal do Conselho Municipal faz-se também de inocente, bastando por não controlar as chapas.
E a polícia de trânsito é pela seguranca dos passageiros?
Nota: 1) entendo que o teu comentário era para dizer que tudo pode voltar à estaca zero, desde que haja conveniência.
2) queixo-me do teu blog. Tenho muitas dificuldades em abrí-lo ou postar comentários.