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sexta-feira, julho 30, 2010

NA TENTATIVA DE AMAINAR A BRONCA DOS IMÓVEIS NA BEIRA

Guebuza dialoga com Daviz Simango

-O encontro teve lugar no gabinete de trabalho do Presidente da República, em Maputo, e pouco transpirou quanto aos resultados do mesmo. Sabe-se que a tentativa do Chefe do Estado ao se reunir com o Edil da Beira é evitar o “derramento de sangue” face aos contornos que a situação (disputa de imóveis) se apresenta. No entanto, as fontes do Diário de Notícias confidenciaram que Guebuza aconselhou Simango a deixar de fazer finca-pé e deixar os tribunais para dirimir o assunto.
O Diário de Notícias confirmou na noite de ontem a realização do encontro, mas as fontes do Município recusaram em fornecer detalhes.

O Presidente da República, Armando Guebuza dialogou no dia de ontem com o Presidente do Município da Cidade da Beira, Daviz Simango. Fontes do Diário de Notícias confidenciaram que o encontro teve como o epicentro a tentativa de remoção dos constrangimentos que giram à volta da polémica disputa dos imóveis na Cidade da Beira.
As fontes confidenciaram ao DN, que Armando Guebuza, que hoje inicia uma visita de trabalho a Sofala: “Presidências Aberta”, teria aconselhando ao Edil do Chiveve para abster em fazer finca-pé quanto à solução da disputa dos 17 imóveis que põem a Cidade da Beira em alvoroço e, sobretudo, contra a Frelimo que se intitula proprietária dos referidos imóveis.
Segundo as nossas fontes, que vivenciaram o encontro, Armando Guebuza que é simultaneamente Presidente do Partido, reclamante e queixoso dos imóveis tem vindo a defender uma solução judicial do imbróglio, daí, ter aconselhado ao Edil da Beira, Daviz Simango a abster em empurrar a munícipes para o meio da polémica.
Aliás, os “camaradas” dizem que Simango está a usar os munúcipes como escudo para inviabilização das diligências judiciais com vista ao cumprimento do despacho do tribunal provincial local.
Recorde-se que depois do recurso interposto ao Tribunal Judicial de Sofala, o Juiz da causa, Hermenegildo Jone, decidiu dar razão ao partidão, mesmo com os documentos apresentados por Daviz Simango, que alegadamente comprovam que a Frelimo pediu para comprar os imóveis à Comissão de Alienação de Imóveis do Estado, em 2004.
Este documento contradiz e põe em causa a autenticidade da certidão lavrada em 2003 e que “comprova” que a Frelimo é proprietária dos imóveis.
O edil da Beira, insatisfeito com a sentença, pagou caução para efeitos suspensivos da pena, pedido estranhamente recusado pelo juiz.
Por seu turno, o mandatário jurídico da Frelimo, Gilberto Correia, acusou o juiz-presidente do Tribunal Judicial da Província de Sofala de ter perturbado o processo por manter encontro com os intervenientes no processo.
Para Correia, qualquer decisão a ser tomada, nesta altura, só pode advir do Tribunal Supremo e não se percebe a utilidade do encontro convocado por Hermenegildo Jone. (P. Machava)

Fonte: Diário de Notícias - 30.07.2010 in Diário de um sociólogo

3 comentários:

  1. Nada a dizer, visto, passa.

    Zicomo

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  2. Nesta história de encontros secretos Daviz tem que ter muito cuidado. Estes senhores são espertalhões que um dia podem lhe atribuir coisa que ele não disse nem pediu, apenas para desgastá-lo perante o eleitorado. Daviz tem que saber que é alvo principal da Frelimo neste momento e todos os meios servem para destruí-lo. Daviz tem que se lembrar no que aconteceu a Raúl Domingos. Também uma vez atribuiram afirmações a Afonso Dhlakama num encontro que teve com o ex-Procurador Geral da República.

    Armando Guebuza se tem a quem aconselhar é a Frelimo na Beira. Essa é a visão de muitos moçambicanos que se expressam em vários órgãos da informação. Portanto, não é aconselhar a Daviz e muito menos aos munícipes da Beira para acatar ILEGALIDADES, usurpação do património do Estado por mais que sejam ditas por um juíz. Os tribunais devem ser pela justiça.

    Por outro lado, Armando Guebuza tem que dizer abertamente a sua opinião em relação a contenda dos imóveis do Estado na Beira. Ele tem que dizer para ser julgado pelo público.

    Nota: Armando Guebuza e outros líderes africanos são contra a decisão do Tribunal Penal Internacional, aqui.

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  3. Em democracias plenas e funcionais, é normal os Presidentes da República e do Governo encontrarem-se abertamente com os líderes dos Partidos para discutem assuntos de interesse nacional.
    Em Moçambique, onde não há esse hábito e os Partidos da Oposição são marginalizados e olhados com desconfiança, não gosto nem fico tranquilo com estes encontros secretos de Guebuza com Daviz.

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