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quinta-feira, fevereiro 18, 2010

Ilha de Moçambique - estudo da Fortaleza de São Sebastião e a Capela de Nossa Senhora do Baluarte

(século XVI a XIX)

Por Viriato Caetano Dias

Resumo

O presente trabalho constitui um estudo sobre a ilha de Moçambique: Fortaleza de São Sebastião e a Capela de Nossa Senhora do Baluarte, no período compreendido entre os séculos XVI e XIX, período esse marcado pela dominação colonial portuguesa em Moçambique.
A importância da ilha de Moçambique começou a revelar-se com o estabelecimento do Tratado da Índia e com os acontecimentos navais no Oriente. Em 1544 -1545, quando D. João de Castro foi mandado governar a Índia, verificou, perante o suceder das ocorrências, da urgência de se levar a efeito a fortificação do porto e da ilha em geral. Foi assim que, em 1558, sob batuta de Miguel de Arruda, começa a construção da Fortaleza de S. Sebastião, a maior da África Austral.
Esta fortaleza era muito importante para Portugal, porque a ilha de Moçambique tinha-se tornado o entreposto da permuta de panos e missangas da Índia por ouro, escravos, marfim e pau preto de África, e era da ilha que partiam todas as viagens comerciais para Quelimane, Sofala, Inhambane e Lourenço Marques (actual Maputo), mas também para os principais mercados europeus, de Lisboa para Génova, Veneza e Flandres. Para além dos portugueses outros concorrentes europeus apareceram na corrida pelo controlo das rotas comerciais das especiarias da Índia, como foi o caso dos franceses, ingleses e holandeses, estes inclusive tentaram ocupar a ilha por duas vezes, em 1607 e 1608 e, não o conseguindo, devastaram-na pelo fogo.
A Capela de Nossa Senhora do Baluarte foi construída muito antes da Fortaleza de S. Sebastião. De estilo medieval clássico português, o Manuelino, com abobada cruzadas, é o edifício mais antigo preservado em Moçambique. Aquando da sua fundação em 1522, por D. Pedro de Castro, a capela tinha como principal objectivo defender o canal que dá acesso ao porto da ilha, mas também servia de local de culto. Depressa, tornou-se a “espinha dorsal” da colonização portuguesa, através de campanhas / missões de submissão dos povos autóctones locais.
A importância económica, associada a questão de natureza, fundamentalmente, geo-estratégica - cidade insular - , determinara à escolha da ilha de Moçambique para a primeira capital dos territórios de Moçambique, directamente subordinada, de 1509 a 1752, à jurisdição do vice-rei da Índia até 1898, quando Mouzinho de Albuquerque transferiu a capital para Lourenço Marques (Maputo), devido às manifestas insuficiências da ilha para continuar a desempenhar eficazmente o papel de capital.

Leia aqui o estudo na íntegra.

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