Espero que o caro leitor tenha tido acesso às duas entrevistas com o Presidente do MDM, Daviz Simango, uma no Magazine Independente e outra no O País. Se não as leu clique aqui e aqui.
Ora, no Magazine Independente, Daviz Simango afirmou que podia se reconciliar com o Presidente da Renamo, Afonso Dhlakama e vem como título: penso que há espaço para reconciliação e aconselhamento. O jornalista Lourenço Jossias fez três perguntas que pela resposta deixam claramente sobre o que Daviz Simango quis dizer sobre as suas relações com Afonso Dhlakama nomeadamente: 1) Como vão as suas relações com Afonso Dhlakama; 2) Sempre que ele se pronuncia sobre si parece estar muito magoado e 3) elas podem melhorar. Vocês se podem reconciliar?
Ora quais são as respostas destas perguntas?
Na minha opinião, as respostas em sim são reconciliadoras e Daviz Simango não foi longe do que havia respondido na entrevista conduzida pelo jornalista Milton Machael, consulte aqui, após o atentado contra ele em Nacala-Porto. Daviz Simango falou da história do mundo e da moçambicana em que depois de mágoas houve reconciliação e ele mesmo é parte dessa.
Já no STV/O País foram também três perguntas: 1) Voltaria à Renamo? Resposta: não? 2) Nem que Afonso Dhlakama e o partido Renamo lhe peçam desculpas? E ele respondeu: Não, não voltaria à Renamo. 3) Porquê?
Antes destas perguntas, já se haviam feito outras sobre o seu relacionamento [de Daviz Simango] com membros do regime ou seja da Frelimo, as quais respondeu num dom reconciliador e deu-me a entender que nem que não seja oficialmente, entre ele/s e os antigos camaradas dos seus pais há reconciliação. Acho ainda que há frase que ele pronunciou e que devia se disseminar na nossa sociedade que é: “...o importante, neste momento, é que temos de ter a consciência de que não devemos matar os outros por divergência políticas ou ideológicas, pois há uma necessidade de reconciliação.”
A minha pergunta é se realmente há contradição entre poder reconciliar-se e não voltar a um partido? Um artigo da Agência de Informação de Moçambique, AIM, publicado hoje no Jornal Notícias, aqui, alega que Daviz Simango se contradiz.
Nao na nenhuma contradicao.
ResponderEliminarAIM esta a jogar o seu sujo papel de moleque do poder.
Escrevem com a barriga, e nao com a cabeca.
Torres
eheheh, o peixe morre pela boca.
ResponderEliminarAquela de ter dito que so si candidatava a um novo mandato no municipio da Beira se o partido assim o decidisse foi o máximo
Caro Torres
ResponderEliminarAo ler o que AIM escreveu e ainda como a única coisa que interessou em todas entrevistas, lembrei-me do que em 2004 Lutero Simango disse sobre o papel da Imprensa em Moçambique. Ele disse que a Imprensa devia assumir o papel de mediador para a reconciliação. E eu acrescento que a Imprensa e não menos a AIM devia, devia engajar-se na promoção e desenvolvimento da democracia multipartidária em Moçambique.
Quando a Renamo decidiu-se pela sua não candidatura, ele rebelou-se e candidatou-se como independente.
ResponderEliminarEstá claro que a sua reecandidatura depende exclusivamente da vontade pessoal dele
Caro anónimo
ResponderEliminarEu cá não te entendi bem, mas vou tentar responder-te.
Talvez se partisses na definição do Partido. Eu ficaria chocado se Daviz Simango dissesse que ele como Presidente do MDM ia decidir se ia ou não candidatar-se a um novo mandato no Município da Beira. Penso que a grande confusão de alguns, sobretudo no nosso continente, é não saberem distinguir partido do líder ou a liderança desse mesmo partido.
Para uma boa discussão nessa matéria está aqui um documento que possa nos servir de base.
Ainda me explico. Um partido com estratégia de vitória faz consultas no seu potencial eleitoral sobre uma candidatura e tais consultas fazem-se no mais cedo possível duma forma metodológica, didáctica e politicamente estratégica. As cartas começam-se a colocar na mesa muito antes para ver qual delas vai ou tem possibilidades para ganhar.
Espero que me tenha feito entender ou pelo menos tenha criado dúvidas para ser interpelado. Estou disposto para interpelação porque só assim moldamos juntos a nossa democracia.
Se não te entendi bem, minhas desculpas, mas seria bom se te explicassesses melhor para a minha ajuda.
Abraco
Obviamente que não há contradição nenhuma. Me pergunto se as pessoas que falam de tal contradição o fazem por ignorância ou pretendem manipular os menos atentos.
ResponderEliminarCaro anónimo
ResponderEliminarSerá o mesmo do comentário anterior?
Se for, por favor leia com atenção o meu feedback. Também podes consultar muitas postagens neste Reflectindo que vêm desde Maio 2008sobre o caso Beira.
Ali não foi a Renamo ou as bases da Renamo a decidir/em meu caro. Aquilo ali foi um erro grave de um grupinho na Renamo. Espero que a Renamo tenha aprendido se até não tinha aprendido com outros casos como de excluir nas candidaturas de 2004 a muitos quadros potenciais como David Aloni em Tete, Ossufo Quitine e Domingos Pilale em Nampula para não falar da expulsão de Raul Domingos.
A política não é para quem não pensa nas consequências. Um partido político tem que fazer previsões, desenhando todos os cenários. E achas que a sua escolha será a pior?
Caro Reflexões de um ateu
ResponderEliminarTenho muitos receios quanto às intenções ainda que seja isso numa Imprensa Pública e de maior circulação.
Abraco