O administrador do Banco Central de Moçambique, Waldemar de Sousa, assegura que, por exemplo, o Banco Mundial vai antecipar, para este mês, a disponibilização de 110 milhões de dólares para o Estado moçambicano, visando auxiliar a economia do país.
Waldemar de Sousa garante que a economia moçambicana tem resistido "de forma positiva" aos impactos da crise mundial, com um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 6,5%, acima dos 5,9% previstos para 2009.
"O pacote de financiamento (pelos doadores do Orçamento) do próximo ano em Moçambique está fechado", assegura o administrador do Banco de Moçambique.
"No próximo ano no quadro daquilo que foram as decisões do Fundo Monetário Internacional (FMI) de apoiar a nossa economia, iremos receber a segunda e terceira tranche da Facilidade de Choques Exógenos, mas serão montantes bem inferiores àqueles que recebemos, 132 milhões de dólares".
O FMI anunciou ontem que vai conceder a Moçambique um crédito de 22,6 milhões de dólares, o segundo desembolso ao abrigo do recente acordo de ajuda anti-crise.
Segundo Waldemar de Sousa as autoridades moçambicanas têm disponíveis 170 milhões de dólares de reservas para "qualquer eventualidade", incluindo o pagamento da dívida externa.
Até ao momento o Executivo de Maputo angariou "cerca de 470 milhões de dólares para o financiamento do Orçamento Geral do Estado" de 2010, disse em Novembro o titular da pasta de Planificação e Desenvolvimento de Moçambique, Aiuba Cuereneia.
Em Setembro o embaixador da Finlândia, Kari Alanko, que preside o grupo denominado G19, lembrou que os países doadores estão a viver uma crise económica, e por isso apelou ao Executivo de Maputo para "demonstrar um desempenho positivo" no sentido de continuar a receber ajudas.
"Os nossos Ministérios das Finanças estão a examinar minuciosamente os orçamentos de apoio. O resultado de tudo isto poderá ser uma competição apertada aos escassos recursos alocados à cooperação e desenvolvimento global", disse Kari Alanko. "Por isso", assinalou, "é importante que o desenvolvimento político e socioeconómico continue a mostrar um desempenho positivo para aumentar a confiança dos parceiros e o nível de ajuda para o país".
Contudo o Governo moçambicano pretende reduzir, no próximo ano, de 52 para 45% o nível de dependência externa do Orçamento do país.
Nota: recordem-se do meu texto aqui baseando-me no artigo de Manuel de Araújo aqui. Quanto ao conteúdo do artigo pode ser importante (r)eler este artigo de Rogério Ossemane aqui ou directamente aqui. Posso estar errado, mas acho que para uma cidadania participativa, precisamos de um conhecimento básico desta matéria, o qual podemos adquirir de diferentes formas, incluindo debates.
Acho muito estranho que esta noticia surja exactamente neste momento em que o G-19 acabou de enderecar uma carta(entregue na ultima quarta-feira) ao Governo comunicando reservas em continuar a conceder a ajuda nos actuais moldes e enquanto persistirem as violacoes aos principios acordados entre ambas as partes. Por aquilo que eu sei nao vai haver nenhum desembolso antes de marco. Tudo ira depender dos sinais de boa vontade para inverter a situacao vindos da parte do governo. Quem vos escreve esta por dentro e sabe do que fala. o unico que vai fazer desembolsos e o Banco Mundial.
ResponderEliminarCaro anónimo
ResponderEliminarMuitíssimo obrigado pela informacão. A carta dos doadores ao governo mocambicano passou-me despercebida. De facto é muito estranho. Como pode ter notado a minha nota, estranhei bastante que os doadores tivessem que agir assim.
Abraco
Amanha ira decorrer a primeira reuniao politica entre os embaixadores do G-19 e o Ministro Oldemiro Baloi para buscar saidas para que o financiamento do OE nao sofra cortes. Na sexta-feira esta agendado um encontro do mesmo grupo de embaixadores com o Presidente Guebuza com o mesmo objectivo.
ResponderEliminarParece-me que os camaradas ja perceberam que afinal a coisa esta complicada....
Moçambique é pobre.
ResponderEliminarO dinheiro é necessário para conseguir:1-manter a paz, eliminando ou minimizando a pobreza absoluta.2-Criar algum emprego , para inviabilizar/minimizar o fenómeno "bandiditsmo citadino", próprio do urbano.
3-relançar o distrito, base da economia agrária-reassentamento de cerca de 1 milhão de habitantes "regressadas" da cidade.
Independentemente quem ganhasse as eleições, estes factores estariam na mesa com o G-19.
Pessoalmente, acho que o valor deveria ser TRIPLICADO em 2010, com crescimentos de 12,5%/anual devio a inflacção índice de preços, por mais 4 anos , até ao montante de acumulado de 15 biliões de dólares no quinquénio.
A par disso o G-19, faria gestão participada dos fundos-direct management, com empresas especializadas.
De certeza ao fim do 3º ano, haveria redução em mais de 30% de pobreza absoluta.
No final existiriam mais de 3 000 kms de estradas bem transitáveis-produtos agrólas seriam exportáveis, 4 ou cinco barragens hidroelectricas-que serviriam para fazer face a balança de pagamentos, e empregaria nos distritos cerca de meio milhão de pessoas.
A par disso , uma obrigatoriedade de alfabetização a nivel nacional com prémios.
Projecto audacioso, que no fim de ~5 anos---Moçambique seria a Pérola do Índico, visto que o incremento de turismo estaria interligado.
Os cuidados de saúde seriam melhorados, o investimento privado decuplicaria.
Agora, dar "mejinhas", só para o "matabicho", NÃO DÁ!
Como é o "almoço", quanto mais o "jantar"!
Qual o valor que cada País do G-19, pagou nos últimos 12 meses, pela "brincadeiras de golf-os buracos" dos gestores bancários e financeiros?
Zacarias Abdula