Foi através do processo de requalificação de votos que a Comissão Nacional de Eleições (CNE) detectou alguns indícios que provam que milhares de votos a favor de Afonso Dhlakama e Daviz Simango, dois dos três candidatos às eleições presidenciais de 28 de Outubro, foram anulados intencionalmente.
Segundo um vogal da CNE, é possível ver nos boletins que os eleitores indicaram devidamente o seu candidato preferido, mas que alguém, de forma deliberada, borrou com tinta num outro espaço com intenções de invalidar o voto.
De acordo com a mesma fonte, o candidato da Renamo, Afonso Dhlakama, contabilizava, até ao momento em que falava ao nosso jornal, 22 mil votos anulados e, para as legislativas, a “perdiz” perdeu injustamente 23 mil votos, destacando-se a província de Manica com um total de 17 mil votos.
O candidato do MDM, Daviz Simango, só a nível da cidade de Maputo, viu anulados 6 000 votos pelo mesmo esquema fraudulento.
“Esta é, certamente, uma matéria de investigação para a Procuradoria-Geral da República.podemos estar perante um crime eleitoral, onde os principais suspeitos podem ser os membros das mesas de voto, dado que é lá onde, em primeira instância, são manuseados os votos”, disse a fonte da CNE.
Refira-se que a CNE recebeu várias reclamações, grosso modo, da oposição, relativas à expulsão de delegados de candidaturas antes e durante o apuramente parcial. As províncias de Tete, Manica, Zambézia e Sofala lideram em termos de reclamações.
Turbulência na CNE
Na Comissão Nacional de Eleições, vive-se um ambiente de agitação devido ao facto de a Comissão Provincial de Eleições (CPE) de Tete, apesar de ter enviado os dados, não ter apresentado todos os editais do apuramento parcial. Os editais em referência são dos distritos de Angónia, Sangano e Mutarara, por sinal, os mais disputados na província de Tete
Fonte: O País online
E agora, haverá mais algumas coisa a dizer?
ResponderEliminarAbraços
Meu amigo Viriato
ResponderEliminarEstas quantidades de votos invalidados e o número de locais por onde ocorreram sugerem que um acto deve ter sido bem planeado. Recordemos como tudo começou.
Isto aqui é alarmente para qualquer civilizado. A ver vamos.
Pois estas questões têm de ser bem avaliadas e o povo tem de saber a verdade.
ResponderEliminarCaro Reflectindo,
ResponderEliminara CNE tem um porta-voz e o país online não sita o nome do tal vogal que revelou a informação.
Acreditas que podem ter, só na Província de Manica, inutilizado 17 mil votos a favor do Dhlakama nas barbas dos delegados da Renamo?
Todos vimos a entrevista dada por Juvenal Bucuane e em momento algum ele falou nesse número de votos intencionalmente inutilizados.
Ele disse que haviam votos que estavam sendo requalificado e que não iria alterar substancialmente os números até então avançados.
Em todos eleições existem votos que são requalificados...são requalificados todos votos que a mesa não consegue identificar o seu sentido.
Nuno
Cara Ana Paula
ResponderEliminarHá muita coisa que aconteceu nestas eles que já devia estar em tribunais.
Muitos dos factos estão bem reportados por jornalistas independentes. E muito está publiquei neste blog. Eu não pacto com actos imorais e sem ética como estes.
E estes actos, não são primeiros na história das eleições moçambicanas. Há nomes de fraudulentos bem registados e ninguém os toca. Em 2003, foi apanhado um Albuquerque a organizar uma derrota contra Daviz Simango na Beira, ninguém o toca até aqui. Em Marco do corrente ano, na segunda-volta das eleições presidenciais no Município de Nacala-Porto, foram acusados os senhores Antoninho Maia, Arsénio Geraldo Joaquim Nkabwebe, Amido Fernando em terem dedado alguns votos. O Amido foi visto com tinta indelével a invalidar boletins. Mas até aqui eles estão lá livres, ninguém os mexe.
O que está se mostrando agora, até por fotos, são boletins "tintados" ou "dedados" no dia da votação. O novo vocabulário mocambicano, segundo Paulo Granjo.
Podes ouvir esses que dizem isto ou aquilo, mas fraude é um facto e conhecem-se os fraudulentos. Eles usam o tempo para as coisas continuarem na mesma. Isso reproduz apenas fraudulentos. É assim que o número e locais de fraude aumentaram exponencialmente nestas eleições.
Cara Ana Paula
ResponderEliminarVou te fornecer algumas referências sobre actos de fraude em eleicões anteriores. Até rebuscarei alguns debates e assim conhecerás melhor as pessoas com quem discutimos.
Um dos links anteriores: http://comunidademocambicana.blogspot.com/search?q=amido
Obrigada pela pachorra que têm tido comigo em esclarecer-me estas coisas.
ResponderEliminarRealmente é grave e claro ninguém pode ficar impávido e sereno sabendo perante coisas.
Temos de combater isto de alguma maneira.
Cumps.
Raios os tribunais têm de agir.
ResponderEliminarCaramba, ainda aí vou e dou um pontapé neles todos.
Ñ adianta continuar neste sistema assim, mais tarde ou mais cedo o povo revolta-se.
A mentira paga-se caro e ñ dura uma eternidade!
(Mesmo assim dá-me uma boa noticia-estaremos melhor que na Venezuela com o Chaves?)
Cara Ana Paula
ResponderEliminarEis aqui mais um debate a ter em conta.
Abraco
Pois, essa questão de indícios ... tipo, parecer não é o mesmo que ser. Pois isso é verdade. Mas também é verdade que onde há fumo quase sempre há fogo.
ResponderEliminarA questão é tal como aí também é em todo lado, é a credibilidade de um País que está em causa!
Cá estou eu, quando alguém está no poder tanto tempo, instala-se a máfia mesmo que muitos da Frelimo não sejam corruptos outros tantos serão, e esses têm de ser castigados.
Aqui neste momento passa-se o mesmo. Os políticos são corruptos e mesmo havendo uma investigação judicial continuam impunes, pois os poderes politco-judicial confundem-se e tudo fica em águas de bacalhau.
É revoltante.
Percebo essa revolta e por isso digo não podemos ficar calados perante estas coisas.
Pelo menos não passamos por parvos.
Amigo , mas não fiques rancoroso, guarda um bocadinho de esperança nesse coração ok?
Estou por aqui perto a ler-te.
Abraço.
Fica bem. Por hoje despeço-me.
Amanhã voltarei.
Aló Mano Reflectindo,
ResponderEliminarestou a tentar abrir opais online e não encontro a noticia que fala da anulação intencional dos votos.
Será que foi um equivoco ou foram mandados retirar a noticia? Retirar é pouco provavel porque a STV pauta por imparcialidade e por resistir aos Frelimistas.
Sabes dizer qual é o vogal que deu estas informações a STV? É que o meu tio Zebedias foi vogal na CNE por parte da Renamo e ainda conhece alguns vogais que lhe podem confirmar ou desmintir a informação.
Seria bom se pudessemos confirmar que a Frelimo fez fraude, assim falavamos com dados reais e não pensariam que somos como a Renamo que so grita fraude. Temos que mostrar que somos diferentes da Renamo.
Manuel Fogão
Mano Manuel Fogão
ResponderEliminarCom sorte copiei para aqui a peca do artigo do O País online na sua íntegra. Mais tarde, ontem, apercebi-me, através do Diário de um sociólogo, o blog do Prof. Carlos Serra, que o artigo havia sido retirado do site do País. Aliás, lá havia alguém que tinha avisado sobre a situação em que o site do País online se encontrava.
Para além deste artigo, retirou-se mais um outro.
Ora, não sei explicar as razões da retirada daqueles artigos. No mínimo, acho que o editor devia explicar aos leitores se é que houve equívoco e não apenas retirá-lo. O editor sabe que o artigo não escapou a muitos leitores. E se não há explicação, então, o que acontece?
Abraco
O artigo foi retirado do Pais On Line porque nao foi baseado em declaracoes de uma pessoa competente para falar em nome da CNE. E' verdade que deveria ter sido comunicado aos leitoreas as razoes da retirada da noticia, mas nao convem para os autores da noticia infundada
ResponderEliminarCaro Molotov,
ResponderEliminarobrigado por nos ajudares a explicar as causas da retirada da noticias.
Ja tinha dito que a CNE tem um porta-voz e ele nunca deu tal informação.
Nuno
Caro Cocktail Molotov
ResponderEliminarObrigado pelo teu ponto de vista quanto à retirada do artigo do País. Considero-o de ponto de vista porque não quero te acusar em teres sabido das razões junto do editor do O País.
Entretanto, a mim interessam mais factos que fontes. Pelo que sei, o jornalista tem o direito de proteger as fontes, não sendo por isso obrigado a escrever só e só o que ele recebe dum porta-voz. Em caso de contradicão entre o que está neste artigo e os factos, acho eu que o porta-voz da CNE tinha que desmentí-la, dando ao jornal O País os dados reais ou que considera facto. Quando assim não aconteceu não creio que seja por culpa do autor do artigo retirado. Aliás, seja como for ele era obrigado a rectificá-lo a bem da CNE. Portanto, meu amigo as suspeitas continuam enquanto nada for esclarecido.
Por outro lado, não penso que O País como qualquer jornal precisava de saber dos votos invalidados a partir de um membro da CNE. Se não percebi mal, a requalificação dos votos, foi um processo aberto à imprensa e observadores (AWEPA/CIP, nr 33). Então, o País não precisava de buscar outras fontes. Eu só posso interpretar tudo isto como fuga de responsabilidade dos nossos jornalistas. Em quase todas as eleições, muitos dos nossos jornalistas escrevem de fontes secundárias ou não escrevem nada. Após as eleições intercalares de Mocimboa da Praia, em 2005, um amigo meu perguntou sobre este facto a Joseph Hanlon de AWEPA ao que respondeu-lhe que ele não achava que havia dificuldade em um jornalista moçambicano observar eleições para ter fontes primárias.
Tarde ou cedo vamos ter os dados pelo menos por parte dos analistas do processo eleitoral em Moçambique.
Um abraço