● Renamo com mais 2 assentos
● Afluência de 44.6%
● Votos ilicitamente invalidados
● Erros nos números da CNE
A esmagadora vitória da Frelimo e de Armando Guebuza foi confirmada pela Comissão Nacional de Eleições que esta tarde anunciou os resultados oficiais. Mas houve duas surpresas. Primeiro, a Renamo ganhou mais assentos em Niassa e Sofala, comparado com os resultados provinciais e isso veio aparentemente de votos nulos requalificados. Segundo, a CNE admitiu o problema de haver votos indevidamente invalidados pelos membros das mesas de voto através de marcas de tinta extra.
Os números dados esta tarde pela CNE contêm definitivamente alguns erros e nós tentaremos publicar os números exactos amanhã. Os resultados da corrida presidencial dados pela CNE foram:
Leia mais aqui.
Fonte: Boletim sobre o processo político em Moçambique, Número 35 ,11 de Novembro de 2009
Bem fez-se o que se costuma fazer acho eu.
ResponderEliminarAqui depois das eleições também de faz o apuramento final, ou seja verifica-se os boletins que as mesas indicaram como sendo votos nulos.
Normalmente não diferem muito ou quase nada os resultados.
Mas no caso de Moçambique caso de facto os elementos dos outros partidos achem que houve fraude, o melhor é mesmo fazer as coisas pelo meio mais certo, ou seja via judicial.
Com a recontagem, bem fica confirmada alguns problemas visto que a renamo ainda sumou mais dois deputados.
Agora é tempo de respirar fundo e começar a trabalhar para as próximas eleições, o MDM ir reorganizando, construindo o seu espaço, reconstruir o País. E que lindo País nós temos! Renamo e Frelimo e não sei se mais partidos... fazem todos falta, mesmo que haja dispersão de votos.
abraço forte
Ana Paula
ResponderEliminarQuerer multipartidarismo é também aceitar a existência de mais parte e, geralmente mais que dois.
Segundo o meu ponto de vista, o que mais deteriorou o ambiente político e sobretudo a situacão da Renamo foi de nas eleicões de 2004, nenhum outro partido ter conseguido assento na Assembleia da República. Assim a Renamo via-se sem concorrente. Depois que nasceu o MDM, a Renamo fez um pouco mais.
Requalificacão de votos é sempre necessária e tem se feito em Mocambique. O que nunca se faz é tomar-se medida contra os autores de crimes eleitorais. E um crime eleitoral não é contra um partido. Por isso mesmo não entendo do porquê o Estado Mocambicano nunca toma medidas contra infractores deste tipo de crime, mesmo que conhecidos.
Um abraco
Se calhar até pensaram que foi feito um favor em dar mais 2 assentos a Renamo!
ResponderEliminarNao haveria mais assentos por direito?
Em todas essas coisas que se apresentam os resultados e nunca o procedecimento que culmina com o resultado, pouco se entendem.
ResponderEliminarReflectindo,
ResponderEliminarComo tinha dito noutro post, esceves muito bem, por isso decidi fixar-me no teu blog.
Será que há possibilidade da anulação deste processo eleitoral? O Problema é que nenhuma comunidade internacional vai intervir num campeonato onde o 1 classificado teve teve 75%, o 2 16% e terceiro 8%.
Se houvesse um empate técnico ou uma diferença de até 15%, ai estariamos todos preocupados com os ilicitos eleitorais.
Acho que é perca de tempo concentrarmo-nos em fantasmas quando a diferença é mais de 50%.
Gostaria de ver as suas reflexões, que são muito lúcidas, em torno do futuro do MDM.
Quais serão as medidas a tomar para evitar que sejamos novamente roubados, para que tenhamos uma máquina mais funcional, para que a nossa presença seja constante em todo o território nacional, etc, etc.
Lúcia
Cara Lúcia
ResponderEliminarDesculpe-me pela demora à resposta.
1. Há possibilidade de anulação deste processo eleitoral? A resposta é não. Quem anularia?
2. Intervenção da Comunidade Internacional? Não vai intervir no sentido de anular-se o processo. Não seria ela a intervir para tal. Espero que tenha lido a resposta que dei ao meu amigo Viriato no Diário de um sociólogo em relação à Comunidade Internacional.
3. As diferenças entre os concorrentes podem levar à anulação de um processo eleitoral? A resposta é que em democracia verdadeira as diferenças nada tem a ver com fraudes. São duas coisas diferentes. Então, em democracia, pelo menos lá onde houve fraude tinha que se anular tudo e convocarem-se novas eleições. Desta maneira, mostra-se seriedade. Um dos maiores problemas, é que a partida os números que temos são duvidosos.
4. É perder tempo insistir em fraude porque a diferença é maior demais? Como pensa, Lúcia que será nas próximas eleições. Em 2003 detectou-se apenas Albuquerque da Beira. Ninguém o tomou medidas. No ano seguinte, 2004, foi enchimento de urnas em Changara, Tete, em Chucualacuala, Gaza, em Lichinga. No mesmo ano usou-se tinta indelével na Ilha de Moçambique...
Volto ao assunto mais tarde.
Até logo!
Dói-me a alma!
ResponderEliminarNão porque a Frelimo ganhou, isso nada me incomodaria se não fosse pelo facto de saber como tudo foi arranjado, desde o inicio até ao fim do processo todo, e ver que apesar de todos factos que o provam o contrario, ainda se diz que foram eleições livres e justas. E não acontece mais nada! Magoa-me essa incapacidade nossa de não puder fazer valer a verdade, o certo, o justo! A final o que é isto?
E o que aconteceu nas eleições desta ano?
ResponderEliminarNas eleições autárquicas de 2008, ocorreram casos fraudulentos na Ilha de Moçambique, Monapo. Na segunda-volta das presidenciais em Nacala-Porto, realizada em Março do corrente ano, os fraudulentos tiveram nomes, sendo: Antoninho Maia, Arsénio Geraldo Joaquim Nkabwebe, Amido Fernando.
O jogo deste ano começou muito cedo e exige-nos uma análise profunda. Temos que nos questionar em primeiro lugar dos objectivos das mudanças que se operaram no Conselho Constitucional. Como simples sistema rotativo? Depois nos questionemos a principal razão da promoção dos membros da CNE para ministro e vice-ministros. Simples benevolência do governo do dia? Pessoalmente não tenho resposta. O que sei é que aconteceram coisas na CNE, EXCLUSÃO DE PARTIDOS, que parando no Conselho Constitucional como recurso, ficou até provado que aquele já não era instância de recurso. Tudo o que a CNE fazia, era sob conselheiros indicados pelo CC. As duas instituições cairam assim em descrédito.
Um dos problemas ou o maior problema quanto à exclusão de partido é pelo facto de a CNE não ter seguir os procedimentos, as regras emanadas na lei eleitoral, a dualidade de regras, provando-se que a instituição beneficiou o PLD e a UDM. Para que efeitos? Fortalecer ou enfraquecer o nossos processo democrático?
O que aconteceu no dia 28 de Outubro foi o cúmulo e eu posso confessar que pensei que todos os fraudulentos sabiam que já não precisavam de fazer mais nada. O necessário para o partidão havia sido feito pela CNE e o CC. Mas eu estava mesmo enganado. Isso seria com pessoas com um pouco de escrúpulo, gente educada, gente com ética e moral.
Finalizando, o combate à fraude eleitoral não é tarefa unicamente dos partidos da oposição, mas todos os moçambicanos. Para mim, denunciar este tipo de crime é parte do nosso dever como cidadãos. Nunca podemos aceitar o discurso de pessoas sem pudor que dizem que houve fraude porque não houve uma fiscalização cerrada. Não há na lei, onde se diz a letra que na ausência de fiscalizadores, o presidente e os vogais têm o direito de encher as urnas, invalidar votos. Antes pelo contrário, eles têm responsabilidade acrescida. Eles mesmos são os que devem proteger as urnas e garantir que cada cidadão usufrua o seu direito constitucional. Portanto, nós temos que continuar combater o crime eleitoral denunciando os infractores.
Alguns querem me confundir que entanto que membros de um partido têm o direito de ser fraudulentos e proteger os criminosos eleitorais, mas para mim, esses indivíduos todos ficam desconfiados quanto à decência. Nunca os confiarei em lugar algum.
Cara Lúcia, quanto ao que o MDM deve fazer para combater fraudes, é o que eu disse noutro lado. São coisas que se devem discutir entre membros e em locais próprios, embora eu ache desnecessário. O que posso dizer e isso serve para todos os partidos, incluindo a Frelimo, é como podemos elevar o nível ético-moral do cidadão moçambicano de maneiras a puder distanciar-se da fraude. Também, é necessário que o cidadão moçambicano se consciencialize sobre o valor do seu voto. O cidadão moçambicano não deve admitir que haja quem deposite mais que um voto na urna, ou quem seja impedido para exercer o seu direito de eleger e ser eleito. O dia de eleições é especial, é o dia em que os cidadãos são iguais.