Apesar de o Presidente da CNE afirmar em entrevista ao Centro de Imprensa da TVM, no dia 05 de Outubro do corrente ano, que não sofre nenhuma pressão dos partidos políticos e nem mesmo do Presidente da República, continuam a prevalecer, ao que parece, duas correntes claramente definidas no que diz respeito ao facto de o Conselho Constitucional (CC) ter concordado com a CNE no chumbo das reclamações dos partidos políticos.
Sim, duas correntes: uma virada à defesa do CC e da CNE por terem cumprido escrupulosamente com os ditames da lei e, outra, virada para a explicação do sucedido na base de um fundamento político.
A primeira corrente defende-se de tal maneira que parece dar razão, inconscientemente, aos defensores da segunda linha de análise. Em editorial, o “notícias” do dia 30 de Setembro, inicia com o seguinte: “Parece que subitamente e num acto mágico foi encontrada a malta de irresponsáveis, insensíveis, antidemocráticos, retrógrados, que nunca viu, nem sofreu guerra nenhuma e que sem inteligência, sem escola alguma, colectivamente deseja o conflito a todo o custo e a instabilidade generalizada no país. São eles todos os Juízes Conselheiros do Conselho Constitucional e todos os responsáveis da Comissão Nacional de Eleições e do STAE” por defenderem um Estado de Direito.
Quer dizer, estão a ser sacrificados por aquilo que defendem. Ou o problema está na maneira ou na forma como o fazem? Mais adiante, o mesmo editorial diz: “Mas é, infelizmente, esta mensagem que insistentemente e de forma ardilosa alguns círculos e opinadores residentes em determinados espaços públicos e em chancelarias falaciosamente tentam fazer passar. Não discutem o cerne da questão” que é a lei e os procedimentos e não questões de índole política, ainda segundo o mesmo. Aqui está o problema! Qual é e onde está o cerne da questão?
Se para os defensores da primeira corrente está claro que o cerne é a defesa da lei para a corrente oposta também está claro que o cerne é o aspecto político. Quer dizer: faltou o casamento, será?
Mas, que aspecto político é esse?
Ao que tudo indica, segundo esta corrente, o chumbo acima referido foi um acto doloso. Foi tudo arquitectado para deixar de lado o factor MDM e o “resto”. Esta terceira força emergiu como tal e, no lugar de ser vista como algo que não preocupava o partido no poder nem o da oposição, passou a ser encarada como ameaça, não publicamente, claro. E, pela força que demonstra ter durante a campanha ao nível nacional, tudo leva a crer que os que assim podem ter pensado parece terem feito uma antecipação de mestre. Os resultados finais, depois do dia 28 de Outubro, confirmarão se o agir de forma inteligentemente antecipada foi ou não um golpe de mestre. Esta corrente parece perceber que o politicamente correcto é a atitude do CC e da CNE. Estas instituições em momento algum iriam sair à rua para dizer que chumbaram esses partidos porque havia uma ameaça contra as principais forças políticas e etc., etc. O jogo político tem os seus tentáculos, isso nem sempre é perceptível.
Afloradas que foram as duas correntes resta concordar que a lei deve ser escrupulosamente cumprida e que ninguém está acima dela. Ninguém pede ou deve pedir para que se atire ao lixo a “tão aplaudida jurisprudência”, ninguém diaboliza a CNE ou o Conselho Constitucional a não ser que estas não correspondam, de facto, àquilo que estruturalmente são em termos de objectivos pelos quais foram criados.
Cá entre nós: “toda esta bagunça” do chumbo não visa em particular partido algum, é um teste à verticalidade do CC, da CNE e até do STAE, instituições estas que já deviam merecer forte credibilidade e nenhuma desconfiança dos eleitores em geral, e da parte dos doadores, observadores, círculos intelectuais, políticos e sociais, em particular.
Fonte: SAVANA (09-10-2009)
Sim, duas correntes: uma virada à defesa do CC e da CNE por terem cumprido escrupulosamente com os ditames da lei e, outra, virada para a explicação do sucedido na base de um fundamento político.
A primeira corrente defende-se de tal maneira que parece dar razão, inconscientemente, aos defensores da segunda linha de análise. Em editorial, o “notícias” do dia 30 de Setembro, inicia com o seguinte: “Parece que subitamente e num acto mágico foi encontrada a malta de irresponsáveis, insensíveis, antidemocráticos, retrógrados, que nunca viu, nem sofreu guerra nenhuma e que sem inteligência, sem escola alguma, colectivamente deseja o conflito a todo o custo e a instabilidade generalizada no país. São eles todos os Juízes Conselheiros do Conselho Constitucional e todos os responsáveis da Comissão Nacional de Eleições e do STAE” por defenderem um Estado de Direito.
Quer dizer, estão a ser sacrificados por aquilo que defendem. Ou o problema está na maneira ou na forma como o fazem? Mais adiante, o mesmo editorial diz: “Mas é, infelizmente, esta mensagem que insistentemente e de forma ardilosa alguns círculos e opinadores residentes em determinados espaços públicos e em chancelarias falaciosamente tentam fazer passar. Não discutem o cerne da questão” que é a lei e os procedimentos e não questões de índole política, ainda segundo o mesmo. Aqui está o problema! Qual é e onde está o cerne da questão?
Se para os defensores da primeira corrente está claro que o cerne é a defesa da lei para a corrente oposta também está claro que o cerne é o aspecto político. Quer dizer: faltou o casamento, será?
Mas, que aspecto político é esse?
Ao que tudo indica, segundo esta corrente, o chumbo acima referido foi um acto doloso. Foi tudo arquitectado para deixar de lado o factor MDM e o “resto”. Esta terceira força emergiu como tal e, no lugar de ser vista como algo que não preocupava o partido no poder nem o da oposição, passou a ser encarada como ameaça, não publicamente, claro. E, pela força que demonstra ter durante a campanha ao nível nacional, tudo leva a crer que os que assim podem ter pensado parece terem feito uma antecipação de mestre. Os resultados finais, depois do dia 28 de Outubro, confirmarão se o agir de forma inteligentemente antecipada foi ou não um golpe de mestre. Esta corrente parece perceber que o politicamente correcto é a atitude do CC e da CNE. Estas instituições em momento algum iriam sair à rua para dizer que chumbaram esses partidos porque havia uma ameaça contra as principais forças políticas e etc., etc. O jogo político tem os seus tentáculos, isso nem sempre é perceptível.
Afloradas que foram as duas correntes resta concordar que a lei deve ser escrupulosamente cumprida e que ninguém está acima dela. Ninguém pede ou deve pedir para que se atire ao lixo a “tão aplaudida jurisprudência”, ninguém diaboliza a CNE ou o Conselho Constitucional a não ser que estas não correspondam, de facto, àquilo que estruturalmente são em termos de objectivos pelos quais foram criados.
Cá entre nós: “toda esta bagunça” do chumbo não visa em particular partido algum, é um teste à verticalidade do CC, da CNE e até do STAE, instituições estas que já deviam merecer forte credibilidade e nenhuma desconfiança dos eleitores em geral, e da parte dos doadores, observadores, círculos intelectuais, políticos e sociais, em particular.
Fonte: SAVANA (09-10-2009)
Com as palavras do General Chipande na Beira de que nem com as eleicoes eles saem do poder so confirma que tanto a CNE como o CC agiram para materializar essas estrategia.
ResponderEliminarAinda teremos muitas confissoes.
Infelizmente, continuo a pensar que partdido algum tirara a FRELIMO do poder mesmo que tal partido venca as eleicoes. Eh so lembrarmo-nos dos acontcecimentos no Kenya e no Zimbabwe, muito recentemente. Precisamos de aprender de Madagascar e mudar as coisas em Mocambique. Nao eh possivel vencer um jogo combatoteiros.
ResponderEliminarDomingao
Caro anónimo
ResponderEliminarTambém acredito que teremos muitas confissões nos próximos momentos.
Caro Domingão
ResponderEliminarO General Alberto Chipande está a revelar que o regime em Moçambique é militar.
Abraco