Por Viriato Caetano dias
Nem sempre uma equipa faz justiça aos valores que a definem
A reflexão de hoje tem uma particularidade, ela foi escrita logo após o término da partida que colocou frente-a-frente o combinado nacional, os “Mambas”, e a sua congénere da Nigéria, 0-1 foi o resultado que beneficiou os “Super Eagles”, como é também conhecida a selecção adversária. Deste modo, abortei o aguardado tema reflectiva de hoje, que seria: “Mugabe, o meu escolhido”, para falar da nossa selecção nacional de futebol, os “Mambas”. Contudo, voltarei a este tema numa próxima pincelada. É também uma forma de preparar a minha defesa, num tribunal popular previsível, onde nem o Filho Unigénito de Deus escapou.
Nem sempre uma equipa faz justiça aos valores que a definem
A reflexão de hoje tem uma particularidade, ela foi escrita logo após o término da partida que colocou frente-a-frente o combinado nacional, os “Mambas”, e a sua congénere da Nigéria, 0-1 foi o resultado que beneficiou os “Super Eagles”, como é também conhecida a selecção adversária. Deste modo, abortei o aguardado tema reflectiva de hoje, que seria: “Mugabe, o meu escolhido”, para falar da nossa selecção nacional de futebol, os “Mambas”. Contudo, voltarei a este tema numa próxima pincelada. É também uma forma de preparar a minha defesa, num tribunal popular previsível, onde nem o Filho Unigénito de Deus escapou.
Com a derrota dos “Mambas” em Abuja, na Nigéria, caem em terra a esperança da nossa selecção puder participar no mundial de 2010 na vizinha África do Sul, embora ainda prevaleçam expectativas de marcar presença no CAN do próximo ano, a realizar-se na terra dos “mangoles”, em Angola.
Cabe agora os peritos ligados à área do desporto nacional fazer uma autópsia cuidadosa há este sector. Alguma coisa vai mal e não vale à pena tentar escamotear esta verdade com discursos dóceis e enfadonhos do tipo “tem faltado sorte aos Mambas”. Já não serve nos dias de hoje, onde o lema é vencer, vencer e vencer sempre. Sobre a derrota dos “Mambas”, confesso, por aqui me fico.
“Mambas” ou “nhanzalumbos” é a grande questão que coloquei em 2004, quando publiquei para o Jornal O País um artigo com o mesmo título. As derrotas sucessivas da selecção nacional de futebol, “os Mambas” em jogos decisivos de qualificação colocariam o combinado nacional em lugares cimeiros no ranking da FIFA, por outro lado, o silêncio sepulcral da Federação Nacional de Futebol (FMF), na altura sob batuta do “pantera negra”, Mário Esteves Coluna face às derrotas dos “Mambas”, não me contive e sugeri a FMF que mudasse de nome, o que me valeu reacções diversas, a mais grave de todas foi quando me acusaram de ser “pessimista crónico”.
O pessimismo é para mim uma fonte inesgotável do conhecimento, uma ferramenta de trabalho para os historiadores, ou amantes da Academia que não se contentam com o trabalho feito. Valeu a acção do tempo, esse o maior mestre, para trazer a verdade ao de cima, afinal tinha razão, o nome de “Mambas” para a nossa selecção já não serve, isto é, não corresponde a grandeza do animal que é, um dos mais temíveis de toda a África-rainha. Urge trocar de nome por um outro, sugiro o de “nhanzalumbos”, nome que o povo da minha terra dá a uma serpente de pequeno porte e de menor perigo que abunda na região centro do país. Há-de ter outro nome qualquer (científico) que eu, infelizmente, desconheço. A atribuição do nome “nhanzalumbos” à selecção nacional não pretende tão-pouco diminuir o seu veneno da selecção nacional, mas equilibrar uma balança há muito desajustada.
E qual é o medicamento certo para os “Mambas” voltarem a accionar o seu veneno? É a pergunta que fiz a um velho amigo do Niassa, o “cota” Catequeta. A resposta não se fez esperar “é que os adversários dos “Mambas” já descobriram o antídoto certo para cortar o seu veneno, razão pela qual a sua picadela já não produz qualquer efeito nas presas.” Disse mais: “o segredo de qualquer vitória está nos três pilares da vida: coragem, saber-fazer e a auto-estima. A vitória é uma questão de atitude e não exclusivamente de condições.”
Os “Mambas” não podem queixar-se da falta de condições, pois a ginástica orçamental do Governo em atender os pedidos das selecções nacionais (não só dos “Mambas”) são visíveis a olho nu, o próprio empresariado nacional não tem tido mãos a medir neste sentido; mas parece-me que continua a faltar atitude nos “Mambas” e na própria FMF. O povo nunca se cansou de apoiar à selecção nacional e não são poucos àqueles que se socorrem dos bancos (empréstimos bancários) para ir assistir a uma partida dos “Mambas” no estrangeiro. A isto chama-se apoio incondicional e demonstra claramente o amor do povo pela sua selecção, digo, à pátria.
Agora percebo o porquê na minha terra natal a mudança de nome a uma criança recém-nascida, quando esta chora por nada. Dizem os mais velhos que, quando assim acontece, é preciso mudar de nome, porque os antepassados não se identificaram com o nome atribuído ao petiz. Os “Mambas” não fogem à regra, de tantas derrotas, apelo à FMF ou a quem de direito, a mudança de nome para “nhanzalumbos”.
Na minha opinião, a qualidade ofensiva do futebol dos Mambas foi muito fraco. Não se viu qualquer inovação táctica. Faltou dinâmica e movimentação colectiva, faltou rapidez na circulação de bola. Para ganhar jogos deste tipo devemos marcar golos. Mas os Mambas não fizeram isso. Acho que precisamos de uma renovação. Devemos introduzir novos jogadores, mesmo que a selecção perca experiência.
ResponderEliminarUm abraço
Oxalá
É verdade caro anónimo. Não basta jogar bem, é necessário marcar golos e é isso que falta aos mambas, infelizmente. Vamos mudar de nome para Nhanzalumbos?
ResponderEliminarUm abraço