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terça-feira, setembro 26, 2006

Multipartidarismo da nossa terra

Passada a década de verborreia multipartidária
Há que fazer conferência de ganhos desse sistema
Ontem ao negro selvagem impunha civilização sumária
Hoje, noutras palavras, mesma imposição, sob novo lema
Grandes almanaques se debruçam à alternância política
Como modelo universal de uma soberania genuína e ética

Um estudo austral sério se impoe à intelectualidade
Para determinar a real adesão e adaptação regional
Parecemo-nos maus copiadores duma alheia lealdade
Porque a sombra do multipartidarismo não se ajusta à terra
Como ideal muito mais superior ao do desporto nacional
Para vincar a originalidade de um querer e fazer sem guerra

Não temos José Macamo “ocupado” pelo PADEMO
Mavalane “libertado” pela tecnologia adquirida pelo PIMO
Ou a Escola de Artes e Ofícios feita base do PADELIMO
Não temos rivais de Celina Cossa, disputando diplomas agrícolas
Um outro FDC mostrando visão Renamista, despido de argolas
Panga panga da Gorongosa não foi conquistada aos mapas silvícolas

Maringuè não foi convertido em centro modelo de enfermagem
A mandioca amarga de Memba não teve outra forma de travagem
A tracção animal não motiva coligações no meio rural do norte
45 minutos de pilão e pangolim em campanhas anti-população
Queimam a análise do tamanho da melancia de cada produção
Perdem-se no delírio peditório de chefia, insultando à africana sorte

Na parla mercantil o discurso dos quebrados é contundente
E na produção de regentes agrícolas tal sapiência é vacilante
Gente oponente temperada em altas fornalhas académicas
Com familiares vergando como os demais em ventanias endémicas
Nem poços de água, nem pavimentação de rua, nem iniciativa de indústria
Excluindo o executivo e as ONGs, onde o multipartidarismo faz mestria ?

Pedro Lavieque

23 Setembro 2006

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