sábado, novembro 05, 2016

PREVENÇÃO DE CONFLITOS ELEITORAIS: CNE deve ser mais comunicativa

A Comissão Nacional de Eleições (CNE) deverá estar em permanente contacto com todas as partes interessadas nos processos eleitorais para explicar cada etapa de preparação e realização dos sufrágios no país.
A recomendação foi deixada esta semana pelos oradores dos painéis de formação dos membros do órgão eleitoral em matérias de prevenção, gestão e resolução de conflitos eleitorais realizado há dias na cidade de Maputo.
Trata-se de Brazão Mazula, primeiro presidente da CNE, e de Kwadwa Afari-Gyan, antigo presidente da Comissão Eleitoral do Gana.

Durante os módulos de formação, apresentados de forma separada, os dois especialistas em processos eleitorais reconheceram que uma das grandes causas de conflitos eleitorais em África, em geral, e em Moçambique, em particular, tem a ver com as instituições de proveniência dos membros dos órgãos eleitorais, nomeadamente organizações da sociedade civil e partidos políticos.
Segundo o porta-voz da CNE, Paulo Cuinica, estas entidades têm expectativas em torno dos processos eleitorais e acham que os membros da CNE devem representar essas esperanças. “Neste contexto, olhamos, nos dois dias de formação, para as formas de como resistir a esse tipo de pressão”, afirmou Cuinica.
Na ocasião, o porta-voz da CNE disse que os participantes ao seminário de formação falaram também do papel do presidente da Comissão Nacional de Eleições na implementação de estratégias que podem trazer harmonia na instituição eleitoral.
É assim que o encontro recomendou ao presidente da CNE, em particular, e a todos os vogais do órgão de supervisão eleitoral, a manterem contactos permanentes com as partes interessadas no processo eleitoral para explicarem cada passo e cada etapa de preparação e implementação dos processos eleitoral no país.
Sobre a realização da formação, subordinada ao tema “Prevenção, gestão e resolução de conflitos eleitorais”, a nossa fonte reconheceu que os órgãos eleitorais careciam de ferramentas para lidar com este tipo de situações.
“Desde que tomamos posse como membros da CNE, verificámos que carecíamos deste tipo de capacidades de prevenir conflitos. Aliás, devo dizer que o processo eleitoral em si insere um conflito, ressalvando, porém, que se trata de um conflito saudável, que insere outros conflitos prejudiciais ao processo eleitoral em si, que há necessidade de combater”, enfatizou Paulo Cuinica. 
Para a CNE, a gestão e resolução de conflitos eleitorais passa necessariamente pelo envolvimento de todas as partes interessadas em ver o sufrágio realizado de forma transparente e livre.
Na ocasião, o porta-voz da CNE anunciou a realização, entre os dias 27 e 28 de Novembro corrente, de um seminário sobre Género e Eleições, cujo objectivo é capacitar os membros dos órgãos eleitorais a terem cada vez maior sensibilidade para as questões do género na preparação, organização e execução de eleições no país.

Fonte: Jornal Notícias – 05.11.2016

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