Páginas

quarta-feira, julho 10, 2013

Tribunal em Sofala: Agente da PRM confessa ter cedido arma a ladrões

Um dos dois agentes da Polícia da República de Moçambique (PRM) que está a ser julgado por alegado fornecimento de arma de fogo a assaltantes na cidade da Beira declarou esta segunda-feira, perante o Juiz Alberto Assane, ter cedido uma arma do tipo AKM a bandidos com a promessa de receber bens materiais.
Trata-se de Lázaro Pedro que entregou a referida arma com dez munições a  João Chico, conhecido nos meandros do crime por Amonique. Aos prantos, o agente policial que revelou ter sido membro da PRM por apenas três meses confessou ter conhecido Amonique como um prisioneiro, numa cadeia na cidade de Chimoio quando para lá se deslocava para pregar evangelho na qualidade de obreiro da Igreja Universal do Reino de Deus.


A ideia de cedência da arma, conforme contou Lázaro Pedro, surgiu quando se reencontrou na cidade da Beira com Amonique a lamentar a falta de oportunidades e de dinheiro tendo aquele agente policial prometido fazer “alguma surpresa”.

O agente em causa que foi o primeiro a ser ouvido sobre este capítulo, referiu que conseguiu fraudulentamente retirar uma arma do depósito de armamento sem que os colegas se apercebessem, tendo em diante contactado Amonique para executar assaltos.

Neste processo em que perfila um total de 16 réus, está um outro agente policial que responde pelo nome de Celestino Samuel. Este que na altura da sua detenção exercia funções de oficial de permanência está a ser julgado porque no dia em que desapareceu tal arma estava em serviço pelo que era suposto ter notado a retirada da arma.

Já  Amonique, executor de assaltos por via de arma de fogo, entregue pelo agente Lázaro, revelou ao juiz ter recebido a arma no dia 20 de Abril de 2013.

“Ele (Lázaro) ligou-me a dizer que já tinha uma arma, tendo na ocasião me alertado que os assaltos não deviam ser executados nesta cidade. Mesmo assim, fomos assaltar uma loja e roubamos dinheiro e créditos”.

Amonique, na companhia de um outro comparsa de nome Carlitos João Murarisso, que também participou nos assaltos por si comandados, disse que ficou admirado ao ver um amigo seu da cadeia que se tinha tornado polícia, e que também estava triste por um dos seus amigos de assalto Tony Yoga, estar em liberdade, uma vez ele ter participado em assaltos. (Rodrigues Luís)

Fonte: Jornal Notícias – 10.07.2013

Sem comentários:

Enviar um comentário