Itália: Berlusconi condenado a um ano de prisão

O tribunal de Milão acaba de condenar o magnata dos media, Sílvio Berlusconi, a um ano de prisão por ter revelado informação confidencial no ‘caso Unipol'.

O processo remonta 2005 quando a seguradora Unipol tentou comprar o banco Banca Nazionale del Lavoro (BNL), hoje nas mãos do BNP Paribas.

A acusação provou que foi Berlusconi quem filtrou para o jornal Il Giornale, propriedade do seu irmão Paolo, escutas telefónicas sobre a aquisição entre o ex-líder da esquerda, Piero Fassino, e o ex-presidente da Unipol, Giovanni Consorte, com o intuito de prejudicar o adversário político. Paolo também foi condenado a dois anos e três meses de prisão. Fassino irá receber uma indemnização de 80 mil euros. "É a primeira vez que há uma condenação por se violar este tipo de segredo", reagiu o advogado de Il Cavaliere, Piero Longo, em declarações ao La Repubblica.

Segundo a lei italiana, Berlusconi não deve cumprir prisão efectiva até que tenham sido esgotadas todas as possibilidades de recurso.

A sentença é uma das três que Berlusconi enfrenta este mês. Hoje também o tribunal de recurso ilibou Berlusconi de um caso de fraude fiscal relacionado com direitos de emissão do grupo Mediaset. A acusação defendia que a empresa estaria a comprar, a preços inflacionados, direitos de emissão de filmes e séries para fugir a dez milhões de euros em impostos. Até ao final de Março, Il Cavaliere deve ainda conhecer a sentença, em primeira instância, do caso Rubygate, onde é acusado de prostituição de menores.

A condenação surge num momento político sensível. Itália continua sem governo desde que as eleições de 24 e 25 de Fevereiro. O centro-esquerda, liderado por Pier Bersani, teve mais votos mas falhou uma maioria no Senado, essencial para aprovar reformas políticas. Bersani tem rejeitado uma grande coligação com o partido de Berlusconi (PdL), segunda força política, preferindo um pacto com o movimento ‘5 Estrelas' do comediante Beppe Grillo - que apesar de liderar o terceiro partido, não entra no parlamento uma vez que foi condenado por um acidente de automóvel, com vítimas.

Fonte: Rádio Mocambique - 07.03.2013