... E os políticos, naturalmente, vão desenhando e desempenhando o seu papel, vão pura e simplesmente lamentando o incidente, que o país (Moçambique) tem boas relações com o vizinho. Até porque sim, mas essas relações que são boas devem sê-lo também entre os cidadãos comuns dos dois países. O que se passou não tem nenhum cunho político, por isso tem de se tratar como crime e, desta feita, os seus mentores serem duramente penalizados. Nada de diplomacia, porque o crime não foi diplomático, a vida de um jovem que ainda daria muito a este país foi-se para sempre. Sei que do outro lado da fronteira os cidadãos comuns (moçambicanos, sul-africanos e de outras nacionalidades) estão revoltados, gostaria que esta revolta também fosse revelada pelo tribunal, aplicando uma pena exemplar aos oito agentes da Polícia envolvidos na morte de Mido Macie. Já vai longe aquele cenário de xenofobia, em que ninguém foi responsabilizado pela carnificina. Desta vez, oxalá a voz da razão se faça ecoar e que a mudança de atitude se veja na cara doa agentes da Polícia sul-africana. Afinal, é uma ramificação do Estado, aliás, são eles que garantem a segurança de qualquer cidadão, nacional ou forasteiro!
Arlindo Oliveira in Jornal Notícias – 07.03.2013
Sem querer tirar a devida importância ao que aconteceu ao Mido, não se esqueçam que a nossa polícia aqui em Moçambique, nos "aleatórios" auto-stops que fazem, 4 em acda 5 carros têm matrícula sul-africana. São uns chatos de 1ª. Claro que não fazem mal a ninguém (acho eu), mas os sul-africanos também têm motivos de queixa com a nossa polícia!
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