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quarta-feira, dezembro 05, 2012

Renamo acusa Governo moçambicano de manter no topo das forças armadas apenas quatro generais da antiga guerrilha

O chefe da delegação da Renamo, principal partido da oposição moçambicana, na formação das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) acusou o Governo de manter apenas quatro oficiais superiores da antiga guerrilha contra 27 da Frelimo.

A formação de um exército misto, composto por 15 mil militares indicados pelo Governo da Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique) e igual número da antiga guerrilha da Renamo (Resistência Nacional de Moçambique), foi uma das decisões do Acordo Geral de Paz, assinado em 1992 para acabar com 16 anos de guerra civil no país.
Desde há alguns anos, que a Renamo, hoje o principal partido da oposição em Moçambique, tem acusado a Frelimo, partido no poder, de levar a cabo uma campanha de partidarização no setor militar, através de "passagens compulsivas à reserva" ou exoneração de quadros militares da antiga guerrilha.
Em entrevista ao semanário Canal de Moçambique, o chefe da delegação da Renamo no acordo de formação das FADM, Hermínio Morais, afirmou que dos 31 oficiais superiores e generais no ativo, apenas quatro são da Renamo, sendo os restantes da Frelimo.
"A maior evidência é que neste momento, depois de 20 anos das FADM, de 31 oficiais superiores e generais, 27 são originários da Frelimo e apenas quatro da Renamo", disse Hermínio Morais, que mostrou ao Canal de Moçambique as listas da composição da hierarquia do exército moçambicano.
Em declarações à Lusa, Hermínio Morais, com a patente de general, esclareceu que "sete generais oriundos da Renamo passaram compulsivamente à reserva, enquanto a maioria continua no ativo, mas sem nenhuma função".
"Vão todos os dias ao quartel ler jornais", enfatizou Morais.
A reintegração dos oficiais da Renamo é uma das exigências que o partido apresentou ao Governo, nas negociações que as duas partes iniciaram na segunda-feira para a resolução da tensão criada pelo regresso em outubro do presidente do partido, Afonso Dhlakama, à antiga base central do movimento, mas que estão num impasse.

Fonte: Lusa in Notícias Sapo - 05.12.2012

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