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sexta-feira, maio 11, 2012

SAVANA: A hora do fecho

Depois da época chuvosa, continuam as estradas esburacadas na cidade de Maputo. Claro que o asfalto ainda não chegou. Os munícipes da capital devem lembrar-se que haverá eleições autárquicas no próximo, e que a única mudança está no poder do seu voto.

  1.  Quem lê as mil e uma maravilhas das reservas e dos parques de Cabo Delgado dos escribas a soldo na revista de bordo da companhia de bandeira dos moçambicanos, apanha uma enorme decepção ao percorrer o Parque Nacional das Quirimbas.  Os animais devem andar bem escondidos porque não se vêem. O mais visível são dezenas de aldeias, centenas de sacos de carvão e madeira abatida e vendida à beira da estrada. Parque, qual parque?
  2.     Os cínicos dizem que a continuar assim  o ritmo de matança de “animais problemáticos” e os que sobram para o “furtivo”, a par com o abate da floresta, o que vai mesmo sobrar são biólogos e outras espécies exóticas nos seus caquis  “banana republic” e os “forbaifor” reluzentes com ilustrações de pandas chineses.

3    Depois de gastar mais de 34 biliões de Randes para a instalação de uma rede de portagens electrónicas nas regiões metropolitanas de Gauteng e Tshwane, o governo sul africano foi interdito, por um tribunal, de iniciar a operação das referidas portagens, depois de uma acção cívica ter sido intentada nesse sentido. Uma lição para os utilizadores da Portagem de Maputo e outras que estão a caminho.

4    Na sua passagem pelas terras da sua majestade, o cachimbo recebeu, em audiência, representantes de multinacionais do sector mineiro, com destaque para a  Euroasian Natural Resources Corporation (ENRC). Esta firma é representada entre nós pelo cunhado do grande líder. O cachimbo toma conta mesmo!

5 Outro que está sentado sobre uma reserva mineira é o actual inquilino de um imponente edifício na baixa da cidade, um homem do Niassa com pretensões presidenciais. Os homens aguardam um piscar de olho das multinacionais para transaccionarem as licenças. Esperamos que o mano Chang  esteja atento para cobrar as mais-valias.

Em voz baixa

6    Depois das farpas lançadas pela Chefe da bancada do Vermelhão na casa do povão, eis que o senso comum acabou prevalecendo, em resposta às pressões vindas de dentro e de fora. A proposta mais controversa da legislação anti-corrupção, pese algumas emendas de conveniência, acabou mesmo sendo  aprovada na generalidade nesta sessão, mas tudo indica que os tachos dos deputados turbos vão continuar até 2014. Não é tudo ainda, mas é caso para dizer que valeu a pena pressionar

SAVANA: 11.05.2012

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