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quinta-feira, novembro 17, 2011

Preso porta-voz dos desmobilizados

O porta-voz nacional do Fórum dos Desmobilizados de Guerra, Jossias Matsena, está desde terça-feira detido pela Polícia na cidade do Maputo por ter sido surpreendido com um documento que, segundo a corporação, incita à violência e medo aos cidadãos.
De acordo com a Polícia, o documento encontrado na posse de Matsena apela aos “cidadãos civis e às embaixadas para se retirarem da capital do país porque ele e o seu grupo querem acertar contas com o Governo”, na sequência do diferendo à volta da exigência de pagamento de uma pensão mensal de 12 mil meticais por cada desmobilizado.


Falando ontem à tarde numa conferência de imprensa convocada para esclarecer o caso, o porta-voz da PRM no Comando-Geral, Pedro Cossa, disse que o conteúdo desse documento atenta contra a soberania do país e a ordem e tranquilidade públicas.

Pedro Cossa sublinhou que Moçambique é um Estado de direito, daí que a Polícia não pode admitir que um grupo de pessoas incite ao medo e à violência no seio da sociedade.

Foi instaurado um processo-crime contra Jossias Matsena. Aliás, segundo a fonte, ontem à tarde Matsena fez-se presente ao juiz de instrução criminal para legalizar a sua prisão.

O referido documento encontrado com o porta-voz nacional do Fórum dos Desmobilizados de Guerra, liderados por Hermínio dos Santos, terá sido elaborado numa reunião do grupo, realizada em data e local não indicada pela Polícia.

Recorda-se que recentemente centenas de pessoas, maioritariamente membros de uma ala de desmobilizados de guerra, liderada por Hermínio dos Santos, concentraram-se no complexo de manutenção física “Repinga”, nas proximidades do Gabinete do Primeiro- Ministro, em Maputo, exigindo o pagamento de uma pensão mensal de 12 mil meticais.

A concentração, que ocorreu no dia do habitual encontro semanal do Governo, foi atentamente acompanhada por um contingente policial destacado para o local para garantir a ordem e a segurança.

Fonte: Rádio Mocambique - 17.11.2011

5 comentários:

  1. Isto é preocupante.

    Com os desmobilizados não se brinca, nem às brincadeiras.

    Eu tenho receio de que a democracia possa sobreviver no país.

    Penso que o senhor Guebuza deveria ser mais aberto, dialogante e procurar consensos.

    Zicomo

    PS: Estou a "mastigar" o texto lucubracional de Leonel Magaia (publicado no JN) sobre "- Novelas, facebookers ou a sociologia de massas".

    Sobre Fecebook eu já dei a minha opinião. No dia em que distraidamente abri uma conta neste "cemitério da desgraça" o meu desempenho reduziu de 80 para 8, fora a privacidade. Quem disser o contrário mente. Mas que moral tenho eu para impedir os outros de abandonarem este cemitério? No Ministério das Finanças da Bélgica, só para elucidar um caso recente, a produtividade baixou drasticamente porque os funcionários usam o fecebook. Resultado: o governo belga mandou cancelar no período laboral. E mais: em Portugal o PR, Cavaco Silva, em sido sistematicamente acusado pelo professor Marcelo Rebelo de Sousa de estar a banalizar a Presidência da República por usar este meio. Concordo.

    Já Miguel de Sousa Tavares, um crítico, disse: "A maior parte das pessoas que estão lá, no fecebook, estão em substituição da vida real, é mais perigoso que o buraco de ozono. Aquilo é o excesso da comunicação."

    Disse.

    Zicomo

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  2. Muna,

    Em relacao aos desmobilizados, de facto, esta faltar "tacto ou sensibilidade" para gerir a situacao de forma mais pausada

    O Reflectindo ja tinha dito que stuacoes dessas, poderiam ser "a gazolina" isso aquando da "proibicao das manifestacoes"

    O periodo critico pra mim era de 01 de Outubro a 31 de Dezembro, e ainda estamos a meio do caminho... tudo parecia ir bem, a manifestação pacifica dos desmobilizados nao trouxe qualquer violência... a policia e os demobilizados agiram ambos dentro dum quadro ideal...tinha sido soft, e agora essa "accao" que pode ter efeitos perversos...

    Vamos esperar e torcer para tudo se resolva com a calma necessaria...

    Eu estou a "estudar" o facebook, provavelmente SIM 'e um excesso de comunicação, mas no caso Moçambicano, parece-me ser um "escape", uma forma de se "manifestar a individualidade", ja que propriamente na Sociedade Moçambicana, o "social" no sentido de "socialização" parece-me que decresceu... pela falta de espaço e novidade,... a vida esta difícil, e as pessoas perderam "o norte", a falta de algum equilíbrio 'e "buscado" nessa rede... posso estar errado... mas parece-me isso.

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  3. Tudo é excesso tem o seu perigo e custos.

    Eu prefiro ver as coisas ao longo prazo.

    Me parece que o fecebook está a substituir as comarcas.

    As inquisições também tiveram seus fecebooks, por isso há que ter cautelas.

    Leia a crónica do Leonel, a qual estou inteiramente de acordo com ela.

    Zicomo

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  4. É mesmo gasolina e as pessoas mais consciente já dizem isso.

    O que realmente o governo ganha com accão dos algozes?

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  5. Qto ao Facebook não há dúvidas que de certo modo reduz a produtividade, mas não podemos deixar de mencionar também as vantagens. Os debates são personalizados e contribuem para a construcão da cidadania.

    Qto à possibilidade de entrar no FB durante as horas do servico, pode depender da natureza do trabalho. Eu por exemplo, não tenho essa possibilidade mesmo com acesso de muitos computadores. Aliás estou na luta contra alunos que em plena aula estejam no FB. Até tenho uma expressão que por ela os alunos me reconhecem: "Brigar com a escola". É que todos alunos duma classe receberam computadores, mas há os disvirtuando a intencão da escola, vão ao FB em plena aula. Eu apenas digo-os que isso é brigar com a escola.

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