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sábado, setembro 24, 2011

MARP: Não à maldição dos recursos naturais

“Este já não é o caso de países como Angola, Nigéria, Guiné-Equatorial, Sudão, onde grandes reservas de petróleo não melhoraram as condições de vida da maioria dos seus habitantes”


O último relatório do Mecanismo Africano de Revisão de Pares (MARP) destaca que com um sistema de fiscalização e controlo da anti-corrupção, com a expansão da indústria extractiva, o plano vai contribuir para que o país escape da chamada maldição dos recursos naturais (exploração de recursos não reflectida no bem-estar geral da população).

O MARP insta o Executivo a tomar todas as cautelas devido às consequências da extracção mineral em alguns países em desenvolvimento, apontando a Austrália, o Canadá, a Noruega e o Botswana como países que conseguiram utilizar a sua riqueza em benefício das suas economias e populações.

“Este já não é o caso de países como Angola, Nigéria, Guiné-Equatorial, Sudão, onde grandes reservas de petróleo não melhoraram as condições de vida da maioria dos seus habitantes”, diz o MARP.

O documento aponta que, quando mal gerida a relação entre a riqueza, em termos de recursos naturais, e o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) é negativo. Neste caso, a riqueza de recursos naturais não possui relação com o bem-estar geral da população, esta é conhecida como a “maldição dos recursos naturais”.

Este cenário pode provocar a inflação da moeda local, tornando outras empresas menos competitivas no mercado internacional, com consequências graves para a economia nacional, diz o MARP, destacando que as receitas inesperadas provenientes dos minerais tendem a encorajar a adopção de políticas inadequadas pelo Governo, de aumentar a dívida externa.

O relatório avança que Moçambique possui cerca de 36 milhões de hectares de terra arável propícia para a agricultura, dos quais 20 milhões são de baixo risco climático, três milhões de alto risco e nove milhões de hectares variáveis, estimando-se que três milhões têm potencial para irrigação.

“Ate à data, 83,7 hectares foram desenvolvidos para a irrigação e apenas 37,5 hectares, preparados no âmbito do projecto Programa Nacional de Desenvolvimento da Agricultura (PROAGRI), estão efectivamente a ser irrigados”, destaca o relatório.

De acordo com o MARP, Moçambique só poderá explorar devidamente este seu potencial enorme se a produção agrícola for modernizada.

Fonte: O País online - 23.09.2011

Reflectindo: Botswana, o nosso vizinho é apontado pelo MARP como país que uso os seus recursos em benefício às suas populacões.

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