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terça-feira, fevereiro 22, 2011

Altos dirigentes abandonam Kadhafi

Tripoli - Altos dirigentes líbios, ministros, diplomatas e militares renunciaram ou desertaram do regime do coronel Muammar Kadhafi para expressar a sua oposição a violenta repressão contra os manifestantes contrários ao poder.

GOVERNO - O ministro da Justiça, Mustafah Abdel Jalil, demitiu-se para "protestar contra o uso excessivo da força" contra os manifestantes, informou na segunda-feira o jornal líbio Quryna.

LIGA ÁRABE - O representante permanente da Líbia na Liga Árabe há mais de uma década, Abdel Moneim al Honi, anunciou a sua demissão para se unir à "revolução e protestar contra os actos de repressão e violência".

NAÇÕES UNIDAS - Membros da equipa diplomática líbia, encabeçados pelo embaixador adjunto da Líbia na ONU, Ibrahim Dabbashi, pediram ao exército líbio que derrube Muammar Kadhafi, um "tirano" e "genocida".

MILITARES - Dois caças líbios aterraram segunda-feira no aeroporto de Valletta (Malta). Os dois pilotos afirmam ter desertado depois de receber ordens de disparar contra os manifestantes em Benghazi.

EMBAIXADAS -

- O embaixador da Líbia nos Estados Unidos, Ali Aujali, anunciou hoje (terça-feira) que se nega a servir a um "regime ditatorial", pedindo abertamente a renúncia do líder Muammar Kadhafi, em entrevista à rede americana ABC.

- Na Índia, o embaixador Ali Isawi declarou à BBC que havia se demitido por não concordar com a violência "massiva" e "inaceitável" contra a população civil em seu país. Também acusou o regime de Kadhafi de "recorrer a mercenários estrangeiros".

- Em Dacca, o secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros de Bangladesh informou ter recebido uma nota da embaixada da Líbia, informando sobre a demissão do embaixador Ahmed A. H. Elimam.

- Na Austrália, a embaixada líbia rompeu relações com o regime, segundo o jornal "The Australian". "Representamos o povo líbio, mas não representamos mais o regime líbio", declarou o adido cultural Omran Zwed.

- Na Malásia, o embaixador condenou o "massacre" de civis e retirou seu apoio ao hefe de Estado. "Já não somos leais a ele (Kadhafi), somos leais ao povo líbio", declarou à AFP o embaixador Bubaker al Mansori. Cerca de 200 líbios protestaram diante da embaixada líbia no país asiático.

- Na China, um diplomata pediu demissão e disse que todo o corpo diplomático líbio deveria fazer o mesmo, segundo a Al-Jazeera.

- No Marrocos, um diplomata que trabalhava no serviço de imprensa da embaixada em Rabat entregou o cargo para protestar contra "o extermínio diário do povo" líbio.

Fonte: Angolapress - 22.02.2011

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