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quinta-feira, dezembro 28, 2006

Governo de Gebuza divide moçambicanos

Esquartejamento da Beira

Carta - Por Paulo Santos

Exmo Sr. Director do Jornal Canal de Moçambique,

Assunto: comentário do texto do jornal do dia 20.12.06, pag 02, Canal de Moçambique

Caros moçambicanos,

Fico com arrepios quando tomo conhecimento que ainda hoje existem forças que querem dividir a unidade dos moçambicanos. Enquanto que noutros países desenvolvidos, os dirigentes procuram resolver os problemas das populações, unindo-as, criando uma unidade entre eles, em Moçambique os dirigentes, como muitos em Africa, - com suas politicas, procuram criar conflitos agudos entre os seus povos, fazendo com que estes se destruam, desenquadrando-os. No caso concreto do projecto de esquartejar a Beira, se é que este projecto irá avante vai criar conflito interno entre os moçambicanos. Impedindo de novo um desenvolvimento normal do Pais. Não posso imaginar que a cidade da Beira deixe de ser a 2ª Capital do país. Se é que também é o objectivo da política do governo central actual desencorajar o trabalho que é de louvar exercido pelo Município da Beira, porém na minha forma de ver, esta é uma forma de iniciar conflitos internos de um povo que já havia superado tantas e outras divisões e conflitos desde a divisão colonial até 1992 na altura do Acordo de Paz. Não basta a divisão social que existe entre as populações vulneráveis das zonas rurais e os da urbanização? Não basta a desigualdade que existe na distribuição da riqueza nacional entre os moçambicanos? Nos tempos da Globalização onde os moçambicanos e africanos deviam unir-se cada vez mais para poderem enfrentar os novos desenvolvimentos e caminhos, ainda existem mentalidades africanas, neste caso moçambicanas que ainda pensam em destruir o seu próximo e a si mesmo. Beira é exemplo de democracia em Moçambique. É exemplo de que em Moçambique podem existir Municípios de várias cores partidárias. Um exemplo que mostra que em Moçambique a democracia é possível e que nos dá a ideia de que estamos no caminho certo dessa desejada Democracia.

Se é que "tudo está a ser feito com base na Lei 2/97" (Canal de Moçambique de 20.12.06, Pag.2), então essa Lei está ultrapassada porque não se enquadra na situação política e social actual de Moçambique.

Acho que devia-se estudar e debater-se a situação a nível nacional. Alias, pelos vistos não é necessário um debate nacional sobre este tema. Creio que existem temas de actualidade e de interesse nacional que merecem mais atenção de todos nós.

(Paulo Santos)


Canal de Mocambique (2006-12-28)

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