Páginas

sábado, setembro 03, 2022

O lugar dos países africanos sob olhar de Prince Mashele

 Prince Mashele, do THE SOWETAN TIMES, escreveu sobre o pós-apartheid da África do Sul e faz a seguinte pergunta: O que podemos fazer a respeito?

“Em meio à confusão política que tomou conta de nosso país, muitas pessoas se perguntam se chegamos ao fim da África do Sul.
A resposta é simples: a coisa chamada "fim" não existe, não em relação a um país. SA estará lá muito depois que Jacob Zuma se for.
O que Zuma fez foi fazer-nos perceber que o nosso é apenas mais um país africano, não um país excepcional no extremo sul do continente africano.
Durante a presidência de Nelson Mandela e Thabo Mbeki, alguns de nós acreditavam que os negros da África do Sul são melhores do que os de outros países africanos.
Devemos todos agradecer a Zuma por revelar nosso verdadeiro caráter africano; que a ideia de Estado de Direito não faz parte de quem somos, e que o constitucionalismo é um conceito muito à frente de nós como povo.
De que outra forma podemos explicar os milhares de pessoas que se aglomeram nos estádios para bater palmas por um presidente que violou a constituição de seu país? Essas pessoas não têm ideia do constitucionalismo.
Agora que recuperamos nosso lugar como outro país africano, devemos refletir sobre e chegar a um acordo com nosso caráter real e imaginar o que nosso futuro pressagia.
Em um país africano típico, as pessoas comuns não esperam muito dos políticos, porque as pessoas se cansam de repetidas promessas vazias.
Em um país africano típico, as pessoas não têm ilusões sobre a unidade da moralidade e da governança. As pessoas sabem que aqueles que têm poder, o têm para si mesmas e para seus amigos e familiares.
A ideia de que o Estado é um instrumento para o desenvolvimento das pessoas, é um conceito ocidental, e tem sido copiado por bolsos de países asiáticos.
Os africanos e seus líderes não gostam de copiar do Ocidente. Eles estão felizes em permanecer africanos e fazer as coisas "do jeito africano".
O modo africano é governado por reis, chefes e indunas, em um ambiente de regras não escritas. Alguém já viu um livro de leis consuetudinárias africanas?
A ideia de que um plebeu possa levantar questões sobre o dinheiro público gasto na residência de um rei não é africana. Os parlamentares do ANC que têm defendido Zuma são verdadeiros africanos.
Pedir a um governante para ser responsável é uma ideia estrangeira - ocidental. Em uma situação em que há conflito entre um governante e as leis, os africanos simplesmente mudam as leis para proteger o governante. É por isso que nenhuma pessoa branca pediu que o rei Dalindyebo fosse libertado da prisão.
O problema com os negros espertos é que eles pensam que vivem na Europa, onde as ideias de democracia foram refinadas ao longo dos séculos.
O que precisamos fazer é voltar à realidade e aceitar que o nosso é um típico país africano. Esse retorno à realidade nos dará um uma ideia bastante boa de como será o futuro do SA .
Este país não se parecerá com a Dinamarca. Pode ser parecido com a Nigéria, onde os cruzados anticorrupção são uma raridade. Por ser um país africano, o nosso não se parecerá com a Alemanha. A África do Sul pode parecer o Quênia, onde o tribalismo impulsiona a política.
As pessoas não devem alimentar a ilusão de que chegará o dia em que a África do Sul se parecerá com os EUA. Nosso futuro está mais do lado do Zimbábue, onde um governante é mais poderoso do que o resto da população. Mesmo que Julius Malema se tornasse presidente, ainda seria o mesmo.
Os líderes africanos não gostam da ideia de uma população instruída, pois pessoas inteligentes são difíceis de governar. Mandela e Mbeki eram eles próprios corrompidos pela educação ocidental. (Admissão: este colunista também é corrompido por tal educação.)
Zuma continua africano. Sua mentalidade está de acordo com Boko Haram. Ele desconfia de pessoas educadas; o que ele chama de "negros espertos". Lembre-se de que Boko Haram significa "Contra a educação ocidental".
As pessoas que pensam que chegamos ao fim da SA, não percebem que realmente chegamos ao início de um verdadeiro país africano, longe das ilusões ocidentais de excepcionalismo. Aqueles que estão incomodados com esse verdadeiro personagem africano precisam de ajuda. O melhor que podemos fazer por eles é pedir-lhes que olhem para o norte do rio Limpopo, para aprender mais sobre governança na África.
O que inquieta a maioria das pessoas quanto ao futuro da África do Sul é que elas têm em mente os modelos ocidentais, esquecendo que o nosso é um país africano.
A ideia de que um presidente pode renunciar simplesmente porque um tribunal proferiu uma sentença adversa é ocidental. Apenas o primeiro-ministro da Islândia faz isso. Os governantes africanos nunca farão isso.
Analisada cuidadosamente, a noção de SA chegando ao "fim" é uma expressão de um sistema de valores ocidental - de responsabilidade, moralidade política, razão e assim por diante.
Todas essas são ideias elevadas de Sócrates, Kant, Hegel e assim por diante. Eles não são africanos.
Todos nós devemos agradecer a Jacob Zuma por nos apresentar a verdadeira República Africana da África do Sul, não algum posto avançado de valores europeus. "

sexta-feira, agosto 26, 2022

Reflectindo sobre eleicões livres, justas e transparentes em África

No caso de Angola

Meus caros compatriotas, caros africanos (pretos, brancos, amarelos, claros, escuros - ser africano não é por cor da pele), custa-nos com A e B dizer que um processo eleitoral decorre de forma livre, justa e transparente ou não?

Ora, os resultados de votos depositados nas eleicões de Angola PODEM ter aproximado à realidade. Mas elas foram mesmo livres, justas e transparentes? Para apurarmos a isso, precisamos primeiro definir claramente os três conceitos.
Digo aqui que dói-me muito ler posts ou comentários miseráveis de alguns ditos estudados (académicos) que daqueles analfabetos que escuto nos chapas ou nas aldeias recônditas. Mas também percebo do porquê os tais estudados, mesmo que amigos, evitam-me quando estou em Mocambique. EU CRITICO o que é mau severa e rigorosamente.
Liberdade, Justeza e Transparência em eleicões não significa determinar com antecedência quem ganha ou não, mas que o resultado reflicta nos três conceitos. A prior em África, muitos partidos no poder banem pública e impunemente os três conceitos até na hora de eleições. Repito, os partidos no poder banem a liberdade, justeza e transparência até na hora de depósito dos votos. Nessa altura, já lá estão os ditos observadores internacionais. Na verdade, até aquela hora, a maior fraude já foi consumada, incluindo a não credênciacão de observadores nacionais que lutam pela transparência. Infelizmente, pela facilidade que esses internacionais tiveram e por não saberem do que se passa com os nacionais, VÃO aos microfones, declarando que as eleições foram livres, justas e transparentes.
Nota: Como sempre, fiz a primeira correccão do texto.

segunda-feira, agosto 15, 2022

Putin oferece armas aos aliados para garantir a paz "em mundo multipolar"

 O presidente da Rússia, Vladimir Putin, ofereceu nesta segunda-feira a seus aliados na América Latina, Ásia e África armas modernas para garantir a paz e a segurança em um mundo multipolar.

"A Rússia está pronta para oferecer a seus aliados e parceiros o armamento mais moderno, de armas de fogo a veículos blindados, artilharia, aviação militar e drones de assalto", disse Putin na abertura do fórum militar "Armia-2022" nos arredores de Moscou.

https://www.efe.com/efe/brasil/destacada/putin-oferece-armas-aos-aliados-para-garantir-a-paz-em-mundo-multipolar/50000238-4867341

Por que a eleição de Chakwera no Malawi provocou euforia em Moçambique? (Repeticão)

 Após vitória da oposição no país vizinho, moçambicanos veem cidadãos malawianos como heróis. “O Exército e a justiça malawiana mostraram estarem ao serviço do Estado e não de um partido”, opina entrevistado. 

https://www.dw.com/pt-002/por-que-a-elei%C3%A7%C3%A3o-de-chakwera-no-malawi-provocou-euforia-em-mo%C3%A7ambique/a-54009740

quinta-feira, maio 12, 2022

The Kremlin is shocked by pro-Ukrainian sentiments in Crimea and is going to intensify repression

Although the majority of the inhabitants of the temporarily occupied Ukrainian peninsula continue to support Putin's actions and aggression against their real homeland, something has gradually begun to dawn on many. In addition, those Crimeans who have never been for the occupation became more active. Leia mais

sábado, maio 07, 2022

Como o mundo respondeu o apelo das ONU à ajuda a Mocambique

Mocambique aplicando as sancões contra o regime de Ian Smith

Há quem pensa que sanções começaram agora contra o regime de Putin, porém, em 1965 sob proposta do governo britânico a ONU impôs sanções contra Rodésia do Sul quando Ian Smith declarou unilateralmente, a independência da Rodésia do Sul e com um governo racial, isto é de brancos, rejeitando a exigência do governo britânico por um governo multirracial.

2.      Num Moçambique independente, em 1976, o governo moçambicano decidiu, com todos os riscos, aplicar efetivamente as sanções contra a Rodésia do Sul tendo contudo, custado uma perca que em 1984 se estimava-se em cerca de 556 milhões de dólares ou como o Conselho Económico e Social das Nações Unidas, estimou, foi uma perca entre £70.000.000 e £82.000.000.

As Nações Unidas fizeram um apelo para ajuda económica de Moçambique e alguns países responderam ao apelo, só que no geral a sua contribuição foi muito insignificante para reparar os danos causados. Foi neste contexto que em 1979 os países capitalistas avançados [leia-se países ocidentais] providenciaram 70,6 milhões de dólares ou seja 24,7% de toda a assistência prestada, a Escandinávia [ainda de países ocidentais] o equivalente a 50,5%, os Estados Árabes a cerca de 23,2% e os países socialistas cerca de 0,3% do total.” (Fonte: Joel Neves Tembe, Cadernos de História de Moçambique, 1, 2011,)

sábado, abril 16, 2022

Paraíso e Inferno

Um deputado está andando tranqüilamente quando é atropelado e morre.

A alma dele chega ao Paraíso e dá de cara com São Pedro na entrada.

-'Bem-vindo ao Paraíso!'; diz São Pedro –

'Antes que você entre, há um probleminha. Raramente vemos parlamentares por aqui, sabe, então não sabemos bem o que fazer com você.

-'Não vejo problema, é só me deixar entrar', diz o antigo deputado.

-'Eu bem que gostaria, mas tenho ordens superiores. Vamos fazer o seguinte: Você passa um dia no Inferno e um dia no Paraíso Aí, pode escolher onde quer passar a eternidade.

-'Não precisa, já resolvi. Quero ficar no Paraíso diz o deputado.

-'Desculpe, mas temos as nossas regras.

' Assim, São Pedro o acompanha até o elevador e ele desce, desce, desce até o Inferno. A porta se abre e ele se vê no meio de um lindo campo de golfe. Ao fundo o clube onde estão todos os seus amigos e outros políticos com os quais havia trabalhado.

Todos muito felizes em traje social. Ele é cumprimentado, abraçado e eles começam a falar sobre os bons tempos em que ficaram ricos às custas do povo. Jogam uma partida descontraída e depois comem lagosta e caviar. Quem também está presente é o diabo, um cara muito amigável que passa o tempo todo dançando e contando piadas. Eles se divertem tanto que, antes que ele perceba, já é hora de ir embora.

Todos se despedem dele com abraços e acenam enquanto o elevador sobe. Ele sobe, sobe, sobe e porta se abre outra vez. São Pedro está esperando por ele... Agora é a vez de visitar o Paraíso.

Ele passa 24 horas junto a um grupo de almas contentes que andam de nuvem em nuvem, tocando harpas e cantando. Tudo vai muito bem e, antes que ele perceba, o dia se acaba e São Pedro retorna.

-' E aí ? Você passou um dia no Inferno e um dia no Paraíso. Agora escolha a sua casa eterna.'

Ele pensa um minuto e responde: -'Olha, eu nunca pensei .. O Paraíso é muito bom, mas eu acho que vou ficar melhor no Inferno.

' Então São Pedro o leva de volta ao elevador e ele desce, desce, desce até o Inferno. A porta abre e ele se vê no meio de um enorme terreno baldio cheio de lixo. Ele vê todos os amigos com as roupas rasgadas e sujas catando o entulho e colocando em sacos pretos.

O diabo vai ao seu encontro e passa o braço pelo ombro do deputado.

-' Não estou entendendo', - gagueja o deputado - 'Ontem mesmo eu estive aqui e havia um campo de golfe, um clube, lagosta, caviar, e nós dançamos e nos divertimos o tempo todo. Agora só vejo esse fim de mundo cheio de lixo e meus amigos arrasados!!!'

O diabo olha pra ele, sorri ironicamente e diz:

-'Ontem estávamos em campanha. Agora, já conseguimos o seu voto...'

 Autor: desconhecido

quinta-feira, fevereiro 03, 2022

domingo, janeiro 23, 2022

REVIMO

REVIMO: a empresa criada em Setembro de 2018 para ganhar o milionário negócio das portagens em Dezembro de 2019

Rede Viária de Moçambique (REVIMO) é uma empresa criada com o propósito único e exclusivamente de gerir o milionário negócio das portagens na Estrada Circular de Maputo, uma via construída pelo Estado com recurso à dívida pública. Mas a REVIMO não vai usar as receitas das portagens para o pagamento da dívida de 300 milhões de dólares, pois os moçambicanos já estão a pagar através dos seus impostos. A empresa só vai descontar parte das receitas para fazer a manutenção da Estrada … o resto são lucros! Ler mais