Páginas

terça-feira, outubro 31, 2017

Pelo menos 200 mortos num acidente em laboratório nuclear

O colapso de um túnel num laboratório nuclear na Coreia do Norte terá causado a morte a pelo menos 200 pessoas, segundo órgãos de comunicação social japoneses, citados pelo Notícias ao Minuto. A informação avançada cita um funcionário norte-coreano. O funcionário conta que o acidente ocorreu no dia 10 de Outubro e foi escondido. 
Em causa estava a construção de um túnel subterrâneo que acabou por colapsar. Mais de 100 pessoas ficaram presas no local e as tentativas de salvamento levaram ainda a mais um colapso que elevou o número de mortes.
De acordo com a televisão japonesa Asahi, a mesma fonte acredita que o solo em redor do laboratório nuclear ficou enfraquecido devido aos testes nucleares, o que poderá ter espoletado o colapso.
A Coreia do Norte ainda não reagiu oficialmente à fuga de informação e não confirmou o sucedido.

Fonte: O País – 31.10.2017

Governo e Conselho Islâmico querem conter radicalismo

O governo provincial de Cabo Delgado reuniu, semana finda, com a comunidade muçulmana local para analisar os acontecimentos do início do mês, cuja autoria foi atribuída a grupos radicais professando a religião islâmica.
Na ocasião, o Conselho Islâmico reiterou o seu distanciamento e repudiou aos atentados protagonizados em Mocímboa da Praia e deixou o seu comprometimento em colaborar com as autoridades locais, em particular, para assegurar a paz e a estabilidade. Ler mais ( O País, 31.10.2017)

PROCURADOR CONDENADO POR VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

O Procurador distrital de Macossa, em Manica, centro de Moçambique, Tinosse Filipe Mejenje, foi condenado, esta segunda-feira, pelo Tribunal Judicial da Cidade de Chimoio pela prática de crimes de violência psicológica e ofensas corporais voluntárias simples contra a sua esposa, Elsídia Filipe, porta-voz do comando provincial da Polícia em Manica.
O juiz da secção cível do Tribunal judicial de Chimoio decidiu aplicar ao procurador-agressor pelos crimes ora referidos, uma pena de sete meses de prisão convertidos em multa e indemnizar a vítima no valor de 120 mil meticais (1,976.16 dólares norte-americanos) pelos danos corporais e morais causados.
Segundo apurou o O País, o procurador ora condenado começou a partir para a violência há mais de um ano, após ter ouvido rumores de que a sua esposa estava a manter uma relação amorosa com um outro homem, facto que aquele guardião da legalidade não conseguiu provar em sede do Tribunal.
Há mais de três meses, quando Majenje tomou conhecimento que a sua parceira estava cansada de actos que configuram a violência doméstica e que já havia aberto um processo-crime contra si, decidiu abandonar a casa, deixando a vítima e uma filha menor à sua sorte, daí que próxima semana o tribunal deverá constituir réu o procurador, no processo de pensão de alimentos que já segue seus trâmites legais.

Fonte: AIM – 31.10.2017

segunda-feira, outubro 30, 2017

Manuel Tocova foi julgado ao estilo do tribunal popular revolucionário

Prontos, o “Tribunal Popular Revolucionário” de Nampula condenou Manuel Tocova, Presidente Interino do Conselho Municipal da Cidade de Nampula, por crime de alegadamente de desobediência.
Pelo decurso deste processo, vêm-me à cabeça muita coisa que marca a minha vida e uma das coisas é uma lição de que o padre Dionísio Simbe, da então paróquia de Nacala-Porto, uma vez nos deu. Ele falou-nos de como resistiu em deixar que dois jovens a quem havia dado boleia no seu carro fossem levados ao SMO, questionando aos soldados que caçavam jovens da lei que lhes permitia recrutar jovens dos carros e ou ruas. Nisto, muitos colegas começaram a comentar emocionalmente e dizendo que era o que cada um devia fazer. Entretanto, o padre Dionísio desaconselhou-nos com argumento de que se o fizessemos estariamos sujeitos a levar tiro na cabeça e que se ele o tinha feito foi porque sabia que aqueles soldados haviam lhe reconhecido como o padre de Nacala.
Manuel Tocova, um membro do partido da oposição em Moçambique é daqueles que devia ter evitado confrontar com tribunais de Moçambique, um país onde todos não somos iguais perante a lei. Disso todos nós sabemos. Lembremo-nos das detenções, julgamento e condenação de membros do MDM aquando as eleições intercalares de Inhambane e do julgamento  Manuel Araujo, Presidente do Conselho Municipal de Quelimane foi julgado noutro Tribunal Popular Revolucionário de Gurue, acusado que havia agredido fisicamente a um cidadão, enquanto a Yolanda Dambe, Sónia Horácio Dzimba estão a passear à sua classe, Fernanda Moçambique é promovida no seu partido e tantos outros. DESOBEDIÊNCIA? Que José Abudo, Provedor da Justiça o diga.
A outra razão para evitar confrontação com ELES, é na situação em que o MDM e sobretudo em Nampula se encontra desde Fevereiro último.
Obs: 1. Em nome da moral e dos bons costumes e sou dos opus e opõe o tipo de exonerações e nomeações operadas por meu companheiro Manuel Tocova. Essa minha posição é também em nome de coesão, paz e reconciliação em Nampula.
2) Sobre a alegada desobediência, muitos conhecedores da lei até duvidam e uma das dúvidas vem de António Frangoulis que questionam se a legalidade da Procuradoria de exigir canselarem-se as exonerações e nomeações.
3) O outro facto, é se aquele documento supostamente sem assinatura, timbre e com data que não correspondia àquela a de divulgação, era legal.

4) Se em Moçambique, todos nós fóssemos iguais à lei, e a condenação de Manuel Tocova fosse indiscutivelmente legal eu não escreveria isto. 

domingo, outubro 29, 2017

O Estado não pode ficar indiferente ao que se passa

Ao som de uma ópera tocada no seu computador de mesa, numa sala com prateleiras cheias de livros versando um pouco de todas as ciências e sob nuvens de tabaco fumado a cachimbo, o filósofo moçambicano Severino Ngoenha falou ao nosso jornal da violência que vem marcando o país e deixou duas conclusões: “Não somos um povo pacífico” e o “Estado não deve ficar indiferente ao que se passa dentro das igrejas” Ler mais (O País – 28.10.2017)

Entrevista a Joana Simeão

Jornalista Francisco Ribeiro Soares, entrevista Joana Simeão, vice-presidente do Grupo Unido de Moçambique (GUMO), em Lisboa aqui 

sábado, outubro 28, 2017

Provedor de Justiça: “Titulares de órgãos públicos confortam-se com ilegalidades”

Um número considerável de titulares dos órgãos dos poderes públicos sente-se bem confortado com arbitrariedades, abusos, ilegalidades e injustiças, posicionando-se em confronto com o princípio de actuar em obediência à lei e ao direito. O número de queixas procedentes é superior ao de queixas que improcederam, sendo 71 as que procederam e 41 as queixas que não procederam. O número de recomendações (feitas pelo provedor de justiça) aumentou em relação ao período anterior, na medida em que, entre Abril de 2016 e 30 de Março de 2017, foram dirigidas às entidades visadas 27 recomendações, sendo oito acatadas, quatro não acatadas e 15 a aguardar as respectivas respostas.

Fonte: O País – 25.10.2017

Titosse e quatro funcionários do FDA expulsos

O Ministério da Agricultura e Segurança Alimentar (MASA) determinou a expulsão do Aparelho do Estado de cinco funcionários do sector, indiciados no desvio de fundos do Fundo de Desenvolvimento Agrário – FDA.
Trata-se de Setina Beatriz Titosse, antiga Presidente do Conselho de Administração (PCA), Neide Fernando Xerinda, Directora-Geral-adjunta, Brasilino das Virtudes Salvador, Joaquim António Mazive e Celeste Maria Ismael (técnicos do departamento agrário) todos no banco dos réus, em conexão com o desfalque de cerca de 170 milhões.

MDM volta a postar em Venâncio Mondlane para edil de Maputo

Militantes do MDM manifestaram, hoje, alegria pela aprovação de Venâncio Mondlane para candidato do par-tido para as próximas eleições autárquicas na capital. Esta é segunda vez que Mondlane é aprovado como candidato do MDM, sendo que em 2013 que perdeu para David Simango.
Confiante no bom resultado em 2018, o candidato do MDM agradeceu aos membros do partido e promete apostar na melhoria da cidade de Maputo.
O passo a seguir é a criação de condições para a conquista do eleitorado, segundo explica o delgado político do MDM na cidade de Maputo.
Este encontro serviu também para a eleição do novo Conselho Político da cidade de Maputo, apresentação do relatório das bancadas Parla-mentar e Municipal do MDM, bem como a apreciação da moção de apoio da candidatura de Daviz Simango à eleição presidencial de 2019.

Fonte: O País – 28.10.2017

quinta-feira, outubro 26, 2017

EM PORTUGAL: ATRIBUÍDO NOME DE LOURENÇO DO ROSÁRIO A CENTRO DE ESTUDOS AFRICANOS

A atribuições teve lugar durante o Simpósio Mundial de Estudos da Língua Portuguesa, que decorre de 23 a 28 de Outubro, na cidade de Santarém, Portugal.
Participam no simpósio cerca de 1500 delegados, vindos de academias desta área, espalhadas pelo mundo.
A direcção da Escola Superior de Educação de Santarém decidiu atribuir o nome do académico moçambicano Lourenço do Rosário ao seu Centro de Estudos Africanos.
A atribuição do nome Lourenço do Rosário, ao Centro de Estudos Africanos da Escola Superior de Educação de Santarém, justifica-se segundo os seus promotores, pelo facto de este académico, enquanto colaborador daquela instituição de ensino superior de Portugal, de 1988 a 1992, "ter promovido a aproximação das instituições africanas àquela instituição e ter introduzido os estudos africanos no estabelecimento de ensino, nomeadamente nos cursos de pós-graduação".
Lourenço do Rosário é membro da Academia de Ciências de Lisboa.
Também pelos serviços relevantes prestados na aproximação das relações académicas entre Moçambique  e Portugal e entre Moçambique e Brasil, Lourenço do Rosário já foi condecorado pelo governo brasileiro com o Grau de Comendador da Ordem do Cruzeiro do Sul, em 1999 e pelo governo português, com o grau de Oficial da Ordem de Santiago da Espada, em 2008.
Na cidade de Quelimane, capital da província da Zambézia, foi também atribuído o seu nome a uma das suas ruas. (RM-Lisboa)

Fonte: Rádio de Moçambique – 26.10.2017

quarta-feira, outubro 25, 2017

Renamo garante participação nas intercalares de Nampula

O líder da Renamo, Afonso Dhlakama, garantiu, hoje, que o seu partido irá participar nas eleições intercalares no município de Nampula.
“A Renamo vai concorrer e vai ganhar sem dificuldades”, reiterou Afonso Dhlakama.
Dhlakama fez estes pronunciamentos na sequência da aprovação da realização de eleições intercalares em Nampula, por parte do Conselho de Ministros nesta segunda-feira.
O governo vai notificar a Comissão Nacional de Eleições para propor a data da realização da eleição intercalar, numa altura em que falta apenas um ano para a realização das quintas eleições autárquicas na história do país.

Fonte: O País – 25.10.2017

terça-feira, outubro 24, 2017

Conselho de Ministros aprova realização de eleições intercalares em Nampula

Na sequência do impedimento permanente do edil de Nampula, por morte, o Governo vai notificar a CNE para propor a data de realização da eleição intercalar na terceira maior cidade do país.
Sobre as decisões do edil interino, o Governo diz que está a acompanhar a situação, incluindo a advertência feita pela PGR, o garante da legalidade. O executivo acredita que os órgãos competentes, Tribunal Administrativo, venham a intervir no caso para propor a legalidade no município de Nampula.
Ainda hoje, o Conselho de Ministros aprovou a proposta de lei que pune o terrorismo e actos conexos, que será submetida à apreciação do Parlamento.
Fonte: O País – 24.10.2018

Júlio Jane é o novo Director-Geral do SISE

O Presidente da República, Filipe Nyusi, nomeou, hoje, Júlio dos Santos Jane para o cargo de Director-Geral do Serviço de Informações e Segurança do Estado (SISE).
Jane exercia o cargo de Comandante-geral da Polícia da República de Moçambique e substitui Lagos Lidimo na direcção da secreta.
Fonte: O País – 24.10.2018

sábado, outubro 21, 2017

Saudades do Mark Chingono

Tenho saudades de ler o “Mark Chingono no seu livro The State, Violence and Development. The political Economy of the war in Mozambique” por uma razão. 
Ele escreve algo como esta: os moçambicanos gostam de confusão. Li o livro em 2001. Uma das coisas que me marca nesta obra é qualquer coisa como: “Quando há qualquer confusão, moçambicanos correm para lá para assistir e  aplaudir... Os moçambicanos gostam de confusão”

terça-feira, outubro 17, 2017

Entre parêntesis

José Jaime Macuane
...Muitas pessoas estão a questionar onde andava o aparelho de segurança enquanto os "meninos" de Mocímboa da Praia estavam a ser encubados e porquê não se levou a sério os alertas que vinham de várias fontes (não vou aqui considerar a explicação conspiracionista, mais picante e que me parece oportunista).
A resposta a isso não é simples, mas vou tentar dar uma explicação parcial, simples, mas não simplista. Os mais puritanos considerem isso uma hipótese a testar.
Aí vai: o aparelho securitário ficou refém das prioridades estreitas e "short-sighted" de segurança definidas neste país, que de um foco nas verdadeiras ameaças de segurança do país e do Estado passou a priorizar as ameaças políticas aos governantes do dia. Entenda-se isso aos opositores e críticos e ao mero exercício de direitos cidadãos (manifestação como um deles) que possam colocar a nu as mazelas da má governação (má governação existe em todo o mundo, menos em Moçambique, segundo alguns). Como argumento preliminar, apontaria o recrudescer da repressão nos últimos tempos como sugerindo que as coisas foram neste sentido... Ler mais 

Moçambique: FMI reafirma que sem transparência não haverá financiamento

O organismo interrompeu a ajuda a Moçambique após a descoberta de dívidas secretas de pelo menos dois mil milhões de dólares.
A retomada da ajuda financeira a Moçambique pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) carece da clarificação do uso do dinheiro das dividas ocultas que o país contraiu ao Credit Suisse e VTB da Rússia, reafirma a organização.
O corte de apoio ao orçamento de Estado moçambicano foi na sequência da descoberta de empréstimos secretos - de pelo menos dois mil milhões de dólares - que o governo contraiu com os referidos bancos.

PGR quer anulação de acordos assinados por ministro dos Transportes e seu irmão

A Procuradoria-Geral da República requereu a anulação dos memorandos de entendimento assinados no ano passado entre Ministério dos Transportes e Comunicações e as empresas Conelder, associada à família do ministro desta pasta, divulgou uma fonte da instituição.
De acordo com a fonte, citada hoje pelo jornal Notícias, a PGR entende que se tratava de uma situação de conflito de interesses, na medida em que os contratos foram assinados pelo ministro dos Transportes e Comunicações, Carlos Mesquita, e pelo seu irmão, o falecido administrador da Carnelder, Adelino Mesquita.
Os contratos, assinados em julho do ano passado, são referentes à concessão dos principais portos nacionais às empresas Carnelder Moçambique e Carnelder Quelimane.

domingo, outubro 15, 2017

Presidente da Assembleia Municipal de Sussundenga indiciado no desvio de 2 milhões MT

O Presidente da Assembleia Municipal de Sussundenga, em Manica, está detido desde a última sexta-feira, indiciado de envolvimento no roubo de cerca de dois milhões de meticais dos cofres da edilidade local.
A informação foi avançada pelo Procurador-Chefe daquele distrito, o qual esclareceu que tal medida visa investigar o seu envolvimento no crime.
O caso foi despoletado já há alguns meses e foi denunciado pelo Presidente do Conselho Municipal de Sussundenga.
Enquanto se compõem as peças do crime de desvio dos cerca de dois milhões de meticais, a procuradoria com aval do tribunal decidiu deter Jacob Muiambo, para mais investigações.
“Encontramos algumas evidências. Porque o indiciado em liberdade poderia perturbar a instrução do processo. Optamos por promover sua detenção, acto que teve a colaboração do tribunal judicial”, disse o procurador Remigí Guiamba.
Guiamba disse por outro lado, que em paralelo decorre uma auditoria ao nível do Conselho Municipal de Sussundenga, a qual está na sua fase conclusiva, além de outras acções visando a recuperação dos bens adquiridos com o valor roubado.
A Procuradoria não avança com outros nomes envolvidos no caso, mas diz que além do Presidente da Assembleia Municipal, outros dois arguidos, por sinal funcionários do Conselho Municipal afectos à vereação de finanças, também estão a ser ouvidos.

Fonte: O País – 13.10.2017

quarta-feira, outubro 11, 2017

O inimigo e a intriga, calúnia e boato

O inimigo não é capaz de abandonar a arrogância, o culto da intriga, da calúnia e do boato. (Samora Machel)

As palavras têm poder. Quando são bem empregadas elas podem edificar, encorajar, trazer paz, esperança e salvação. Mas quando são mal utilizadas, seu efeito é catastrófico, como o fogo destruidor (Tiago 3:6). Que efeito têm os boatos? Eles podem destruir amizades e afinidades. A Bíblia diz em Êxodo 23:1: “Não levantarás falso boato, e não pactuarás com o ímpio, para seres testemunha injusta.”
Conforme descrito em Provérbios, os mexericos são tão prejudiciais e duradouros como ferimentos físicos: “Malho, e espada, e flecha aguda é o homem que levanta falso testemunho contra o seu próximo” (Provérbios 25:18). Os boatos são uma perda de tempo precioso. Pessoas ocupadas e dedicadas em cumprir fielmente o seu dever não encontrarão tempo nem se intrometerão nas questões alheias: “Porquanto ouvimos que alguns entre vós andam desordenadamente, não trabalhando, antes intrometendo-se na vida alheia; a esses tais, porém, ordenamos e exortamos por nosso Senhor Jesus Cristo que, trabalhando sossegadamente, comam o seu próprio pão” (2 Tessalonicenses 3:11-12).
Os boatos arruínam amizades: “O homem perverso espalha contendas; e o difamador separa amigos íntimos” (Provérbios 16:28). Os boatos baseiam-se em rumores: “O que anda mexericando revela segredos; mas o fiel de espírito encobre o negócio” (Provérbios 11:13). O mexeriqueiro é aquele que sai difamando ou fazendo fofoca, como o querubim caído em Ezequiel 28:16. O “fiel de espírito” refere-se à pessoa que é confiável. O cristão deve ser íntegro, honesto, justo e de confiança. Ele deve saber dominar a própria língua e usá-la para edificar, ensinar a verdade, encorajar no caminho do bem e advertir em amor e bondade.

In Bíblia (11.10.2017)

sábado, outubro 07, 2017

Editorial: Pura covardia

A intolerância política no país continua a ganhar proporções alarmantes sob olhar indiferente das autoridades que têm o dever de colocar cobro nessa situação. A título de exemplo, o assassinato do presidente do Conselho Municipal da Cidade de Nampula, Mahumudo Amurane, representa o cúmulo da violação de liberdade de expressão e política. Amurane foi ironicamente assassinado no “Dia da Paz” em Moçambique, na sua residência particular no bairro de Namutequeliua, por um indivíduo desconhecido que disparou três tiros à queima roupa.
O assassinato do edil de Nampula representa uma enorme tragédia não só para os munícipes de Nampula, mas também para o resto do país. Amurane não era apenas um edil, mas um homem comprometido com o seu povo e a sua cidade. Amurane mostrou que é possível estar no poder para servir o povo e não aos seus interesses pessoais, como temos vindo a assistir no país. Em menos de quatro anos, ele fez de Nampula uma cidade aprazível. Transformou os espaços da urbe e devolveu a dignidade aos munícipes.
O brioso trabalho de Amurane, certamente, causou inveja a um bando de incompetentes que olha para o Estado como se de uma vaca leiteira se tratasse. Num país governado por abustres, Amurane foi assassinado por ser uma pessoa idónea, íntegra e incorruptível.

sexta-feira, outubro 06, 2017

Assassinio do grupo x

Moçambique é um país pobre, disso compreende-se. Mas será que não é possível investir em polícia capaz de apanhar os assassinos e levá-los à barra da justiça?
Eu não creio que seja difícil, mas que em Moçambique temos um problema sério. Falando somente da província de Nampula sobre quantos assassínios que se podem atribuir a esquadrões da morte já vimos reportados desde 2014
Eu lembro-me e reagi sobre o caso de Murrupula, em 2014, que até os corpos foram exumados mas que até aqui os autores nunca ao tribunal. O caso foi atribuido à PRM, mas nunca houve consequência.
Em Outubro de 2016, em Ribáuè, dois cidadãos foram mortos a queima roupa por indivíduos que se transporavam numa viatura da marca Toyota Hilux. Até aqui nunca me informei se eles foram ou não detidos.
No final do ano de 2016, em plena cidade de Nampula, o cidadão José Naitele foi morto a queima roupa, atingido por mais de dez balas y os atores do crime são até agora desconhecidos. 
Agora, o dia 4 de Outubro, em plena cidade de Nampula, é assassinado o Presidente do Município do mesmo nome. Já lá vão mais de 48 horas e não se fala de nenhum autor concreto. Sobre o assassinado de Amurane muitas  especulações para aproveitamento da sua morte do seu sangue para fins inconfessos que exigência às autoridades para apanhar os autores do crime e puní-los. Ouso dizer que se neutralizassem os primeiros, ter-se-ia poupado a vida de Mahamudo Amurane. O mesmo digo quanto aos assassinos de Amurane que se forem apanhados e condenados se pouparão vidas de muitos outros.


­Nota: Já há bons familiares e amigos que me aconselham deixar de me dedicar sobre assuntos desta natureza porque já temem das acções dos bandidos à solta.

quinta-feira, outubro 05, 2017

Assaltantes com vestes islâmicas atacam cidade moçambicana

Fontes locais dizem que atacantes roubaram armas e tentam controlar a vida de Mocimboa da Praia

Um grupo de pessoas com vestes islâmicas atacou um comando da Polícia, matou três agentes a tiros e assumiu o controlo na madrugada desta quinta-feira, 5, de Mocimboa da Praia, uma vila satélite de Pemba, a capital da provincia moçambicana de Cabo Delegado.
Pelo menos foram contabilizados até agora cinco mortos, sendo três policias e dois atacantes, e dezenas de feridos.
A VOA apurou junto de fontes locais que um dos atacantes foi capturado.
O grupo com armas de fogo e vários materiais contundentes atacou o comando da Força de Proteção dos Recursos Naturais, ligada à Polícia, roubou armamento e, em simultâneo, invadiu a vila, que já controla.

Manuel de Araújo considera que a paz foi assassinada

De Araújo diz não ter dúvidas de que responsáveis pelo assassinato de Amurane pretendem amedrontar o sonho de um povo
O edil de Quelimane, Manuel de Araújo, considera que a morte do seu homólogo de Nampula um duro golpe à liberdade e democracia. “Não mataram só Amurane, mataram o 04 de Outubro! Mataram a Paz! Mataram a esperança de um povo! Mas dos escombros desta paz assassinada, nascerá a esperança de um país verdadeiramente livre, onde não se baleia a perna de um compatriota ou se mata a concidadãos por pensarem de forma diferente”, disse numa publicação na sua conta do Facebook.
De Araújo diz ainda não ter dúvidas de que os autores do crime pretende estremecer os sonhos dos moçambicanos. “Não tenho dúvidas sobre a natureza nem sobre as motivações dos assassinos, que em pleno dia da paz, atiraram sem hesitação na pomba da paz, para de uma forma clara e inequívoca amedrontar o sonho de um povo”.

MDM apela justiça no assassinato de Amurane

“MDM repudia fortemente este acto de brutalidade e agressão gratuita”
A Comissão Política do MDM, alargada a outros quadros, esteve reunida de urgência, na manhã de hoje, na cidade da Beira, para analisar o assassinato de Mahamudo Amurane. No final, o presidente do partido, Daviz Simango, leu um comunicado no qual apela às autoridades de justiça para clarificar o crime.
“Estamos perante um acto criminal de natureza pública de todas formas condenável. O MDM repudia fortemente este acto de brutalidade, agressão gratuita e covardia”, disse Daviz Simango.
O MDM exortou ainda a polícia a tomar medidas necessárias no sentido de neutralizar os autores do crime.
Circulam nas redes sociais informações apontando o MDM como mandante do crime, dada as desavenças entre a vítima e a liderança do partido. Sobre o assunto, Simango reagiu, dizendo: “Temos visto as redes sociais a fazerem a desinformação, deixemos que a justiça faça o seu trabalho”, reiterou.
Na ocasião, Daviz Simango solidarizou-se com a família enlutada.

Fonte: O País – 05.10.2017

Líder da Renamo defende que assassinato de Amarune não foi orquestrado pelo MDM

Dhlakama diz que assassinato tem motivações políticas
O líder da Renamo, Afonso Dhlakama, admite a hipótese de Mahamudo Amurare ter sido assassinado por motivações políticas, mas põe de lado a possibilidade de tal acto macabro ter sido orquestrado pelo MDM, e apela a polícia a encontrar os assassinos.
“Não quero aceitar que a motivação tenha saído do MDM. Daviz Simango não tem esquadrão da morte, ele não teria coragem de pedir o esquadrão para abater o seu membro”, disse Dhakama.
Para Dhlakama, eventuais acordos secretos políticos ou económicos, entre Amurane e supostos parceiros, que não foram cumpridos, podem ter ditado a morte do edil de Nampula.
Contudo, para Dhlakama, o mais importante neste momento é clarificar o crime.

Fonte: O País – 05.10.2017

quarta-feira, outubro 04, 2017

Mahamudo Amurane assassinado em Nampula

Mahamudo Amurane, edil da cidade moçambicana de Nampula, foi assassinado com três tiros.
Em Moçambique, o edil de Nampula foi assassinado. Mahamudo Amurane foi baleado esta tarde (04.10.) com três tiros. E não resistiu aos ferimentos, de acordo com a directora clínica do Hospital Central de Nampula.
Segundo o correspondente da DW em Nampula, para já, desconhecem-se os autores do ataque. A polícia diz estar a investigar o caso. Não é claro como o autor dos disparos se pôs em fuga, nem são conhecidas eventuais motivações do crime.
Mahamudo Amurane foi orginalmente eleito pelo Movimento Democrático de Moçambique (MDM), mas, nos últimos anos, afastou-se gradualmente do partido. Em agosto último Amurane admitiu deixar o partido e concorrer à presidência do município de Nampula nas eleições do próximo ano encabeçando outro projeto político.
Entretanto, Lutero Simango, líder da bancada parlamentar do MDM, segundo maior partido da oposição moçambicana, disse à agência de notícias Lusa que o crime representa "um grande choque" e apelou às autoridades para que descubram o que se passou. 
"O que está a acontecer em Moçambique, hoje, é que o crime está cada vez mais a controlar o Estado e isso é mau para a democracia e para tudo", concluiu. 

Fonte: Deutsche Welle – 04.10.2017

terça-feira, outubro 03, 2017

Os seis

Por Elisio Macamo

Num país normal devia ser normal posicionar-se criticamente sem ter de pedir desculpas a ninguém. O nosso país, infelizmente, não é normal. Há uma resistência à crítica que filtra o que se diz da pior maneira possível. Se você é da Frelimo e o seu partido é criticado, você faz da pessoa que critica o verdadeiro problema e chama-o de invejoso. Se você não é da Frelimo e os outros são criticados, você faz da pessoa que critica o verdadeiro problema e chama-o de lambe-botas e intelectual a soldo da Frelimo. Cansa, mas é o país que somos.
Nos últimos tempos tenho vindo a criticar algumas coisas na Frelimo e, em especial, na postura do seu chefe que tem sido tudo menos feliz e inspiradora de confiança no futuro. Não há nada de novo nessa minha postura. Mesmo o inimigo público número 1 do país, de quem me confessei fã, nunca escapou às minhas críticas. Sempre critiquei o seu discurso contra a pobreza; critiquei a prerrogativa que ele manteve de intervir nas universidades públicas que, no caso da UEM, levaram à reitoria dessa Universidade um indivíduo que foi destruir uma boa parte do que os seus predecessores tinham construído; sempre critiquei o esbanjamento de recursos públicos que as suas presidências abertas representaram e também critiquei a maneira como ele se propôs resolver o problema da instabilidade político-militar com amnistias que recompensaram o desprezo pela vida humana e pela constituição do Estado.

Moçambique: "FRELIMO precisa de outra estrutura partidária"

Em entrevista à DW, o sociólogo moçambicano Elísio Macamo diz que "faltou sensibilidade" ao partido ao convocar comício para segunda-feira (02.10), logo depois do XI Congresso.

Depois do XI Congresso da FRELIMO, em que participaram muitos funcionários públicos, o partido no poder em Moçambique convocou um comício popular para a segunda-feira (02.10) - ocupando assim mais um dia de trabalho. Paradoxalmente, durante o Congresso fez-se um apelo a uma maior produção para se acabar com a pobreza no país. Vários casos contraditórios aconteceram em paralelo ao evento. Para o sociólogo moçambicano Elisio Macamo, algumas dessas atitudes revelam falta de sensibilidade. A DW África conversou com ele sobre alguns casos constatados.

DW África: logo depois do término XI Congresso da FRELIMO, o partido convocou um comício para as 15 horas. Para um partido que quer produção para sair da pobreza, não será uma atitudade contraditória?

Elísio Macamo: Representa, se, de fato, as pessoas que forem participar nesse comício o façam dentro das suas horas de trabalho. É algo sobre o qual podemos apenas especular. Não sabemos se as pessoas que participaram no Congresso, e que são funcionários públicos, pediram licença ou férias para poderem estar fora do serviço a essa hora. Nessas condições, a gente pode criticar. Entretanto, para qualquer pessoa sensata é fácil depreender que, mesmo que não sejam todas as pessoas, uma boa parte dos que participaram no Congresso faltaram ao serviço, sim. Ler mais (Deutsche Welle, 02.10.2017)

domingo, outubro 01, 2017

Procuradora de Tete forja atestado médico, promiscue-se com Política e junta-se ao Congresso da Frelimo

A Procuradora distrital de Tete, Ivánia Taibo Mussagy, forjou um atestado médico para poder se deslocar à cidade da Matola, província de Maputo, onde participou no 11o Congresso da Frelimo, pontapeando, desta forma, o Estatuto dos Magistrados Judiciais, o qual, entre outros impedimentos, veda aos magistrados judiciais a militância activa em partidos políticos. Todavia, mesmo ciente de que a sua presença no referido evento – que decorreu de 26 de Setembro último a 01 de Outubro corrente – era inadmitido, a magistrada mandou aquela norma às favas e andou de lés a lés no recito da Escola Central da Frelimo, fez poses e deixou-se fotografar.
O resultado dessa vaidade, em jeito de show off, não tardou: alguns retratos de Ivánia Mussagy, trajando capulanas de farda e camisetas com timbres do 11o Congresso, que os camaradas escolheram para o histórico evento do partido/Estado [o Presidente Filipe Nyusi tenta tapar o sol com a peneira alegando isso não existe, mas a prática o desmente], foram parar nas redes sociais, de onde correram o país.
“O partido não dirige o Estado (...). O partido age para influenciar a actividade do Estado e das autarquias locais”, disse Nyusi, no seu discurso de abertura do congresso em alusão.

Prolongar para três mandatos?

O antigo Presidente da República Joaquim Chissano falou bem sobre a despartidarização da coisa pública, embora os seus camaradas não tenham achado boa coisa para dizer no congresso.  Contudo, apesar de eu saber que é uma opinião pessoal de Chissano e que não vem de hoje, achei um pouco perigoso falar naquele evento de prologamento de mandatos para Presidente da República. O problema é que podem existir os que poderão levar isso a sério e proporem para a revisão da Constituição da República como acontece em muitos países da África. Os partidos no poder têm sempre esse apetite. Isso não será de ânimo leve. A título de exemplo, estão os deputados do parlamento ugandês a pugilar só porque uns querem que Yoweri Musseveni que está no poder desde 1986 continue no lá depois da idade limitada pela Constituição da República daquele país.