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quarta-feira, agosto 09, 2017

Os talentos que não se capitalizam

Há três semanas, quando sai da minha casa, em Nacala, ia à minha frente uma menina dos seus 12 a 15 anos de idade, suponho. Um pouco antes da EP2 Triângulo, em plena rua, estavam uns rapazes a jogar uma bola feita de sacos de plástico – a realidade moçambicana. A menina pegou na bola, deu uns tantos toques com os pés e finalmente umas cabeçadas. Todos ficamos de boca aberta.
Ela continuou a caminhar e lhe perguntei se jogava em alguma equipa o que disse que não. Sugeri-lhe que se desenvolvesse os seus talentos ela chegaria longe. Ela respondeu-me que não tinha nehuma esperança.
Recordei-me do João Murele, lá na escola de Simuria a quem chamávamos por Eusébio devido aos seus talentos futebolísticos, mas que morreu sem nunca se aproveitarem. E quantos morrem assim?
N.B: Tenho certeza que aquela menina, que por sinal perdeu um dos olhos, é bem conhecida por alguns professores de Nacala. Vamos capitalizar aqueles talentos!


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