Páginas

sábado, maio 27, 2017

Polícia federal brasileira investiga compra de campos de petróleo na África

A polícia federal brasileira lançou hoje uma operação para investigar a compra de poços de petróleo no Benim, na África Ocidental, realizadas pela petroleira estatal Petrobras.
A acção, baptizada Poço Seco, é a 41.ª fase da Operação Lava Jato, que investiga casos de corrupção na Petrobras e noutros órgãos públicos do Brasil.
A polícia federal brasileira anunciou que a acção "tem como alvo principal a investigação de complexas operações financeiras realizadas a partir da aquisição pela Petrobras de direitos de exploração de petróleo no Benim".
Estas aquisições, segundo a polícia, visavam disponibilizar recursos para o pagamento de "vantagens indevidas ao ex-gerente da área de negócios internacionais da empresa".
Num comunicado sobre a operação, o Ministério Público Federal (MPF) do Brasil destacou que os suspeitos principais são o ex-gerente da área internacional da Petrobras Jorge Zelada e o lobista João Augusto Rezende Henriques, que alegadamente foram subornados em mais de 5,5 milhões de dólares (4,9 milhões de euros) pela empresa Companie Beninoise des Hydrocarbures (CBH).
"Eles e outras cinco pessoas, relacionadas com um total de cinco contas mantidas na Suíça e nos Estados Unidos, são suspeitos de terem recebido pagamentos ilícitos, entre 2011 e 2014, que totalizaram mais de 7 milhões de dólares (6,2 milhões de euros)", lê-se no comunicado do MPF.
A empresa CBH pertence ao empresário português Idalécio Oliveira e foi responsável pela venda de um campo seco de petróleo em Benim, na África, para a Petrobras, em 2011.
Os pagamentos de suborno, feitos para efectivar a venda, foram intermediados pelo lobista João Augusto Rezende Henriques, que está preso desde Setembro de 2015 no âmbito da operação Lava Jato, tendo sido condenado a sete anos de prisão por corrupção e branqueamento de capitais.
O ex-presidente da Câmara dos deputados (câmara baixa) e ex-deputado Eduardo Cunha também está envolvido no esquema e já foi condenado a 15 anos de prisão pelos crimes de corrupção passiva, branqueamento de capitais e evasão fraudulenta de divisas por participação em negócios fraudulentos da Petrobras no Benim.
Desde o início da manhã estão a ser cumpridos oito mandados de busca e apreensão, um mandado de prisão preventiva, um de prisão temporária e três de condução coercitiva nos estados do Distrito Federal, Rio de Janeiro e São Paulo.

Fonte: LUSA – 26.05.2017

Sem comentários:

Enviar um comentário