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segunda-feira, fevereiro 13, 2017

Governo angolano encerra escola turca

Director da escola desconhece as motivações

O Governo angolano ordenou na passada sexta-feira, 11, o encerramento do colégio Esperança Internacional, vulgo “Colégio Turco de Luanda”, mas até ao momento nem a direcção nem os pais e encarregados de educação forma informados dos motivos da decisão.
O Executivo deu ainda aos responsáveis do colégio cinco dias para o país.
O Presidente turco Recep Tayyip Erdoğan pediurecentemente aos governos de Moçambique, África do Sul e Tanzânia para caçarem terroristas em referência às escolas pertencentes ao turco exilado nos Estados Unidos Fethullah Gülen, a quem Erdoğan acusa de estar por trás do golpe de Estado fracassado de Junho passado.
O colégio Esperança Internacional encerrou as portas, desde que em 2008 Angola e Turquia celebraram um acordo comercial de cooperação técnica e económica.
A instituição, com mais de 700 alunos, poderá reunir na terça-feira, 14, com os pais e encarregados de educação para traçar os destinos dos estudantes, segundo uma fonte do Ministério da Educação.
Mustafa, responsável daquela unidade escolar, diz desconhecer se o problema é político ou não.
“Pode ser alguma coisa politica mas nós não sabemos”, disse à VOA.
O coordenador executivo do Movimento de Estudantes Angolanos (MEA), Miguel Kimbenze, condena a decisão do Governo angolano que chamou de “musculosa” e afirma que a sua organização está a encetar contactos junto do Ministério da Educação para saber as verdadeiras razões do encerramento do colégio.
“Não é bom, encerram mas não se faz nenhum pronunciamento oficial ate ao momento”, lamentou.
A VOA tentou contactar o director provincial de Educação de Luanda, André Soma, mas sem sucesso.
Alguns pais e encarregados de educação dos alunos também não quiseram se pronunciar por medo de represálias.
O “Colégio Turco de Luanda”, como é vulgarmente conhecido, é propriedade da organização do clérigo Fethullah Gülen, um activista turco exilado nos Estados Unidos.
Gülen é considerado fundador e inspirador do movimento cívico-social, que hoje se espalha por todo o mundo, conhecido como Hizmet (Serviço), ou Movimento Gülen, comprometido com a educação, diálogo, paz, justiça e harmonia social.
As escolas são reconhecidas pela sua elevada qualidade.
O clérigo nega qualquer envolvimento na tentativa de golpe de Estado de Junho passado na Turquia em que pelo menos 246 pessoas foram mortas.
Refira-se que os investimentos da Turquia em Angola distribuem-se pelos sectores da indústria, comércio, pescas, construção civil, tecnologias de informação, construção naval, serviços e turismo.


Fonte: Voz da América – 13.02.2017

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