Sempre que a ordem pública é perturbada, aparece – a lavar as mãos como Pilatos – colocando-se fora da contenda, uma fauna especial que é, de todas as faunas que por essas ocasiões se manifestam, a mais antipática, por ser a mais calculista e a mais comodista. É a chamada NEUTRALIDADE dos que não se batem nem pró nem contra, para, no momento próprio, fazerem dominó para os dois lados! Em todas as contendas há neutrais. Houve-os já entre 1962-1974, 1976-1992 e em 2008. Classes que tinham por obrigação erguer-se em pé de guerra para a defesa do regime e organizações políticas que as mantinha e engordara ficaram quietas como ninhadas de ratos espavoridos, a ver em que as coisas davam. Liquidado o pomo do conflito que negociadores comandados por heróis à feição antiga, resolveram em Lusaka, em Roma e na Beira, batendo-se como leões em defesa da sua causa, os neutrais de então foram os primeiros a aderir, calculadamente. Declararam-se pro-frelimistas, pro-renamistas e pro-MDMistas. Da sua atitude sem classificação tiraram, esses elementos passivos, todos os proveitos, enquanto os verdadeiros sacrificados eram afastados. Ler mais (Os Factos e a Verdade - 13.02.2017)
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