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terça-feira, janeiro 17, 2017

MDM acusa Governo e Renamo de conspirarem contra o povo

O Movimento Democrático de Moçambique (MDM) entende que desde a cessação das hostilidades militares, por um período de dois meses, as “autoridades governamentais passeiam a sua classe nas antigas bases” da Renamo, o que sugere haver um complô entre as partes, pois, para além de que antes era impensável, ninguém sabe o que é que o Presidente da República, Filipe Nyusi, e o líder do maior partido da oposição acordaram nas suas conversas telefónicas.
As declarações do daquele partido, com 17 assentos no Parlamento, surge dias depois de Maria Helena Taipo, governadora da província de Sofala, ter visitado as antigas bases da Renamo em Sathungira e Mazembe, no âmbito de trégua decretada a 03 de Janeiro corrente, por Afonso Dhlakama, no prosseguimento do contacto telefónico com o Chefe de Estado, cujo teor é publicamente desconhecido.
“Nós pensamos que vamos implantar aqui algumas indústrias e erguer outras infra-estruturas. Eu penso que, doravante, o governo vai sentar, reflectir e verificar o que é que falta e o que é que este povo aqui precisa (...)”, disse Helena Taipo, no fim da visita àquele local já ocupado pelas Forças de Defesa e Segurança (FDS).
Na sequência, o MDM convocou uma conferência de imprensa, nesta segunda-feira (16), na cidade da Beira, para manifestar a sua indignação em relação ao que classifica de “incoerência, inconsistência e falta de transparência” a gestão e busca de soluções para o conflito militar.
Sande Carmona, deputado da Assembleia da República (AR) e porta-voz do partido, disse haver “ausência do respeito pelos direitos humanos” e o país “vive uma democracia doentia, onde a lei das armas dita as regras do jogo”.
Neste contexto, urge a necessidade de convidar o povo moçambicano a uma reflexão em torno da instabilidade política do país, um problema que persiste desde a independência nacional por causa da ausência de políticas claras.
“Já tivemos vários acordos em papel que entraram em colapso pela força das armas e o povo está a pagar um preço extremamente alto com as suas próprias vidas. Neste momento, estamos a viver um situação similar, em que temos um acordo que pelas características do mesmo, não é consistente, que já começou a ser violado. Uma das partes procura denunciar que, por sinal, foi um acordo verbal via telefone”, disse o político.
O MDM voltou a defender que é preciso rever a Constituição da República para permitir que haja descentralização, redução dos poderes do Chefe de Estado, eleição dos governadores provinciais, autonomia administrativa e financeira dos magistrados, bem como participação de outros partidos e da sociedade civil no dialogo que ora é negado a muitos moçambicanos.
“Afinal, onde nos querem levar?”, questionou afirmou Sande Carmona, para depois afirmar que o povo não quer ser cobaia, mas sim, parte da solução do problema que lhe diz respeito a todos os moçambicanos”.

Fonte: @Verdade – 17.01.2017

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