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segunda-feira, outubro 24, 2016

Ministro dos Negócios Estrangeiros diz que eventual extradição de ruandeses requer exame cuidadoso

O ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Oldemiro Baloi, afirmou hoje em Maputo que uma eventual extradição de cidadãos do Ruanda supostamente envolvidos no genocídio de 1994 exige um exame cuidadoso.
"O processo de extradição tem duas componentes fundamentais: uma é a componente política e outra é a jurídica e tudo isto requer um exame cuidadoso", afirmou Baloi, durante uma conferência de imprensa, no final das conversações entre os presidentes de Moçambique, Filipe Nyusi, e do Ruanda, Paul Kagamé, no âmbito da visita de dois dias que o chefe de Estado ruandês realiza a Moçambique.
Oldemiro Baloi admitiu que o Governo ruandês quer a extradição de cidadãos do seu país refugiados em Moçambique, supostamente por terem "pendentes" com a justiça ruandesa.
Os dois países, prosseguiu o chefe da diplomacia moçambicana, estão a trabalhar em conjunto para reunir os requisitos necessários à extradição, caso se justifica tal ação.

"Aqui a grande preocupação é garantir que as normas internacionais de apoio ao refugidos sejam respeitadas, assim como Moçambique exige que as pessoas da sua diáspora sejam respeitadas", frisou Oldemiro Baloi.
Por seu turno, a ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação do Ruanda, Louise Mushikiwabo, elogiou a promessa das autoridades moçambicanas de evitar que o país seja usado como plataforma para alegadas actividades de desestabilização contra o Ruanda.
"As conversações entre os dois chefes de Estado serviram também como uma oportunidade para o Presidente moçambicano [Filipe Nyusi] afirmar, felizmente, que este país amigo não será usado para actividades de desestabilização contra o Ruanda", disse Mushikiwabo.
Dados do Governo indicam que vivem no país cerca de três mil ruandeses com estatuto de refugiados e requerentes de asilo.
Kigali acusa alguns ruandeses residentes em Moçambique de envolvimento no genocídio de 1994, que matou cerca de um milhão de pessoas da etnia minoritária tutsi e membros moderados da etnia hutu, a maioria no país.
Fonte: SAPO – 24.10.2016

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