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sexta-feira, agosto 05, 2016

Sobre a questão de pertença à uma terra.

Desde ontem, dia 4/8, estou de regresso na minha terra, segunda terra (para quem gosta de numeração), na Suécia. Uma terra que tanto gosto e me orgulho de tê-la como minha, tal igual é Moçambique. Nisto não dependo dos que não gostam que um ser humano possa pertencer a mais de uma terra, um país. Eu sou de muitas terras.

Sou um desterrado desde novo. Quando sai pela primeira vez, ainda muito pequeno, para viver em Mecutane, em casa da minha irmã, eu já não vivia na minha terra em Simuria, sobretudo em Nihuve. Não me sentindo como tal, pouco tempo depois, voltei à casa dos meus pais, à minha terra natal em Nihuve. Frequentando a terceira-classe, experimentei mais uma vez, a mudar-me para casa dum meu tio em Mecutane para viver um pouco perto da escola. Apesar dum bom tratamento que eu gozava para com os meus tios, voltei a Nihuve, minha terra natal.

Rendi-me para nunca mais sonhar em viver na minha terra natal quando fui frequentar a quarta-classe na então, Missão de São Pedro do Lúrio-Memba, actualmente Chipene. De Chipene fui a Namapa para um período de um ano. Ainda muito novo, estabeleci-me em Nacala-Porto e ali me naturalizei, me confundindo do distrito de Monapo, onde vivi durante sete anos, sobretudo de Itoculo e outros até me confundem sendo de Netia. No Itoculo, por exemplo, adoptei a uma família onde sou membro de pleno directo. No Monapo-Sede, idém. 
Nota: Pela recepção, por onde passei, tive e tenho a sorte de pertencer a essas terras. A única pretensão para exclusão, ouvi como um murmúrio que eu favoricia na colocação aos de Itoculo, até quando provaram que eu lutava para que todos os meus alunos tivessem um futuro melhor.

António A.S.Kawaria

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