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quarta-feira, julho 13, 2016

Nyusi chama Kikwete e Tony Blair para mediadores do diálogo político

Depois da Renamo conseguir colocar na mesa de diálogo a União Europeia, Igreja Católica e a África do Sul, o Presidente da República, Filipe Nyusi, entendeu também escolher três nomes para mediadores.
São eles o antigo presidente da Tanzânia, Jakaya Kikwete, a Fundação Faith, do antigo primeiro-ministro do Reino Unido, Tony Blair, e a Fundação Global Leadership, do ex-subsecretário de Estado norte-americano Chester Crocker. Os novos nomes foram apresentados, na semana passada, à Renamo e confirmados ao “O País”, esta terça-feira, por uma fonte ligada ao processo.
A ideia consensualizada entre o Governo e a Renamo é de que a informação não fosse, por  enquanto, divulgada. É por isso que após a sessão de diálogo político, Quinta-feira passada, as duas partes não concederam a habitual conferência de imprensa, que serve para explicar os resultados das discussões.
De acordo com a nossa fonte, ainda não se sabe se as três entidades terão aceite o convite para vir a Moçambique, mas do lado da Renamo os nomes são pacíficos.
Os nomes
Jakaya Kikwete é, dos três nomes, o mais próximo a Filipe Nyusi e ao partido Frelimo. Governou a vizinha Tanzânia entre os anos 2005 e 2015 – dois mandatos –, suportado pelo Chama Cha Mapinduzi, o partido de Julius Nyerere que apadrinhou a Frelimo desde a primeira hora.
Através do Chama Cha Mapinduzi, a Tanzânia teve um papel importante na independência de Moçambique, tendo servido como uma espécie de “universidade de libertação”. Em 2014, ainda candidato da Frelimo às eleições presidenciais, Filipe Nyusi, visitou o país onde reuniu com o hoje ex-presidente Jakaya Kikwete. E para não deixar dúvidas da relação histórica, o Chefe de Estado escolheu a Tanzânia para sua primeira visita de Estado.  
Outro nome que o Governo quer na mesa de diálogo é o da Fundação Faith, do antigo Primeiro-Ministro do Reino Unido, Tony Blair. Blair, que presidiu ao Partido Trabalhista entre 1994 e 2007, esteve à frente do Reino Unido durante dez anos. Hoje dirige uma organização com forte influência em África em países como a Nigéria, Serra Leoa, Quénia, Libéria e Ruanda.
Os nomes do Governo estendem-se aos Estados Unidos da América, onde foi convidada para ajudar Filipe Nyusi e Afonso Dhlakama a entenderem-se a Fundação Global Leadership, do ex-subsecretário de Estado norte-americano, Chester Crocker.
Caso as escolhas de Filipe Nyusi digam “sim” ao convite vão se juntar aos mediadores indicados pela Renamo, nomeadamente a União Europeia, Igreja Católica e a África do Sul.


Fonte: O País – 13.07.2016

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