O Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, disse estar já em curso um trabalho visando criar condições para o futuro, face ao recente anúncio da suspensão do auxílio financeiro internacional por parte dos parceiros de grupo de doadores (G-14) do Orçamento do Estado moçambicano.
O estadista luso revelou a existência de medidas em curso na conferência de imprensa havida hoje, em Maputo, no termo das conversações, ao mais alto nível, inseridas na primeira visita de cinco dias que está a efectuar ao continente africano desde a sua investidura em Março.
A decisão vai ganhar efeito oficial depois de formalmente comunicada ao Executivo moçambicano pelo G14, actualmente presidido por Portugal, cujo Chefe de Estado está de visita ao país.
Já começamos a falar e não só a falar, mas também a trabalhar com vista a criar condições para o futuro e, quanto mais próximo, melhor, para que aquilo que agora ocorre seja rapidamente ultrapassado, disse Rebelo de Sousa.
O presidente luso disse, por outro lado, que parceiros como Portugal podem desempenhar um papel preponderante no processo de esclarecimento do barulho a volta da dívida herdada e o mais importante foi a franqueza demonstrada pelo homólogo moçambicano na abordagem do assunto que está a ser analisado pelos parceiros.
Por seu turno, Filipe Nyusi disse que os moçambicanos não se devem desesperar porque as empresas que contraíram as dívidas existem e com sede própria e que há vários casos de crises semelhantes que acabam constituindo oportunidade para uma saída airosa.
A decisão do grupo de entidades e instituições que são doadores teve a ver com a necessidade de esclarecimento, ora em curso, acerca da dívida pública e também com o funcionamento das instituições para garantir que os problemas existentes possam ser ultrapassados.
O governo confirmou na quinta-feira dívidas garantidas pelo Estado, entre 2013/14, no valor de 622 milhões de dólares americanos a favor da Proindicus e 535 milhões de dólares para a Mozambique Asset Management (MAM), montante destinado a protecção da costa e das reservas de gás na Bacia Sedimentar do Rovuma, norte de Moçambique.
A par dos encargos financeiros, o governo reconheceu igualmente a existência de uma dívida bilateral, contraída entre 2009 e 2014, calculada em 221,1 milhões de dólares, no quadro do reforço da capacidade para assegurar a ordem e segurança públicas.
No total, são cerca de 1,4 biliões de dólares que não constavam das contas públicas e que levaram o Fundo Monetário Internacional (FMI) a suspender a vinda ao país de uma missão e também o desembolso da segunda 'tranche' de um empréstimo no valor de 283 milhões de dólares acordados em Outubro do ano transacto.
Fonte: AIM – 04.05.2016
Não iriam faltar meninos bonitos, aqueles que querem se aproveitar da situação para ganharem posição na cooperação económica com Moçambique. Os Portugueses, Indianos,Chineses e etc. Quem pensava que o assunto das dívidas era um caso isolado de Guebuza está enganado; as vozes que começam a aparecer de várias figuras do partido Frelimo mostram que foi uma acção concertada da AR1=Frelimo, sem conhecimento da AR2=Frelimo+Renamo e MDM. Essa ideia vai ficar mais clara quando o assunto descer para AR2. Este é o resultado de termos saltado do regime escravagista para a Democracia. Até quando vamos sobreviver com os Hugo Chavez.
ResponderEliminarAR1=Assembleia da República nº1
AR2=Assembleia da República nº2
Vicente Nguiliche