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sexta-feira, maio 27, 2016

A Comissão Parlamentar de Investigacão: A montanha vai parir rato?

Da audiência do Ministro da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos (lindo título) à comissão parlamentar dos Assuntos Constitucionais, Direitos Humanos e de Legalidade (também boa imitação, mas na essência???), éis que:
Lendo o texto e ou escutando da repórter da TVM:
“Isaque Chande diz que as investigações continuam mas que instabilidade político militar na zona onde foram encontrados corpos está a dificultar o trabalho destinado a responsabilização [esta interpretação da repórter da TVM, pois que o ministro não disse exactamente] dos autores  e de identificadas as causas das mortes. “

Questões surgem:

A zona não é a que foi reportada pela imprensa internacional como fortemente controlada pelas forças de defesa e segurança?
Será que as FDS estão nessa zona sem chefia e sem missão de garantir a defesa e segurança da zona que controlam? Assassinando-se cidadãos e atirando-se corpos sem vida nessa zona não há ainda motivo nem quem possa responder na justiça? Não há relatórios sistemático sobre ocorrências na zona? E o administrador do distrito, o chefe do posto nada dizem?
Parece-me que tanto o ministro como o chefe da Primeira Comissão Parlamentar, o deputado Edson Macuácua, estão a se concentrar em número de corpos e não no acto que não é apenas criminoso, anti-humano, mas MUITO VERGONHOSO para cada moçambicano. Eu próprio nunca acreditei que alguém fosse lá contar corpos em decomposição e muito menos ainda numa vala como se reportou para determinar que eram 100 ou 120. A única coisa que suspeitei e suspeito é que quem forneceu e fornece o número ainda que não seja certo, deva ser um dos carrascos ou transportadores dos já mortos para esse ou outros locais. Por este discurso sobretudo de Edson Macuácua, corre grande risco da MONTANHA  PARIR  RATO.

Neste sentido, acho eu importante que o MDM que faz parte da Comissão Parlamentar de Investigação, ir ao terreno como partido e em conferência de imprensa dizer aos moçambicanos os resultados da sua investigação. O MDM não deve desculpar-se de questões de segurança por três razões. Primeiro, é um partido moçambicano com membros e simpatizantes que até falam a língua local. Segundo, o MDM tem deputados e que gozam até imunidade. Terceiro, com as ditas dificuldades, correspondentes da imprensa internacional e ontem vi uma estrangeira de Al Jazeera, já foram até pelo menos aos 13 (?) corpos.
Também chegado a esta fase e com discursos que roçam escamoteamento dos factos, a Comissão Nacional dos Direitos Humanos sob presidência de Custódio Duma tem que nos dizer em conferência de imprensa sobre os cadáveres humanos espalhados ou em valas nas matas. Associados a isso a CNDH nos deve o relatório sobre os refugiados moçambicanos em Malawi.

Também chegado a este momento, a Liga dos Direitos Humanos sob presidência de Alice Mabota tem que apresentar as provas das valas e ou corpos sem vida espalhados nas matas em Moçambique e presumíveis autores. Por mais que pareça inútil, directa ou indirectamente esse acto salvará muitas vidas e quiça a nação moçambicana que está indo ruma a Somalização.  

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