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sábado, abril 23, 2016

Demarches para tentar explicar o inexplicável continuam

Depois de a bomba ter rebentado numa altura em que as contas públicas nacionais estão literalmente vazias, o governo moçambicano continua em demarches de tentar retratar-se junto dos principais parceiros e credores internacionais. É tanta coisa junta ao mesmo tempo que, ao que tudo indica, está a ser difícil esclarecer àqueles que têm a faca e o queijo na mão. Primeiro foi Malaeiane que simplesmente não conseguiu convencer os peritos económicos do FMI sobre as supostas “confusões” que existem nos números da dívida. É que o FMI chegou mesmo à conclusão de que, efectivamente, as autoridades moçambicanas, não se sabe por que razões, esconderam uma série de empréstimos feitos à velocidade cruzeiro quase no mesmo período e estranhamente para o mesmo fim. No total, fala-se de acima de 1 bilião de dólares em empréstimos escondidos ao FMI, entidade que assume igualmente o papel de conselheiro económico do governo moçambicano.

Nisto, o Primeiro-Ministro, Carlos Agostinho do Rosário, manteve conversações, esta quarta-feira, em Washington, com a Directora Geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde. Uma nota de imprensa do gabinete do PM fala de um ambiente de “cordialidade e abertura”, mas, dúvidas não podem existir sobre a alta tensão que caracteriza as relações entre o governo de Maputo e os credores.


Estão ainda agendados encontros com o Departamento de Estado norte-americano, com o Banco Mundial, com o Grupo de Embaixadores da SADC bem como com representantes da Comunidade Moçambicana residente em Washington. (GPM)

O Presidente da República, Filipe Nyusi, também continua em Bruxelas quase com a mesma missão. Cerca de USD 1.8 mil milhões garantidas pelo Estado.

Contando com os cerca de 700 milhões em títulos de dívida soberana que substituíram as obrigações da Empresa Moçambicana de Atum (Ematum), com os 622 milhões de dólares empréstimo à Proindicus e com pelo menos 500 milhões de dólares para esta empresa pública não nomeada, o valor da dívida garantida pelo Estado ascende a mais de 1,8 mil milhões de dólares.

Assim, só estes três financiamentos representam quase 10% do Produto Interno Bruto de Moçambique, que actualmente ronda os 15 mil milhões de dólares.

De acordo com a análise do Fundo Monetário Internacional, a dívida pública de Moçambique passou de 39,9% do PIB, em 2012, para 50,9% no ano seguinte, aumentando depois para 56,6% em 2014 e 73,6% em 2015, só descendo ligeiramente para 69,5%, este ano, mas estes valores estão agora colocados em causa com as notícias sobre os empréstimos não declarados.(Redacção)


Fonte: Mediafax – 22.04.2016

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