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segunda-feira, março 28, 2016

Sobre a apreensão de armas, aliás espetáculo nas residências de Afonso Dhlakama e sede da Renamo

Por António A. S. Kawaria

E porque pouco participo neste debate sobre o espetáculo de onde? Claro por saber que é um teatro para nos desviar das principais atenções como os esquadrões da morte, o olho ao Lava Jato, os recentes debates na Assembleia da República e por último um teatro para justificação a ausência ou o ADIAMENTO do diálogo que julgo só vir a culminar quando for para ganhos políticos. Contudo, noto que o modus operandi do partido no poder já está reactivado na governação de Filipe Nyusi.
Digam-me:
a)    O governo de Moçambique não sabia até ontem que nas casas de Afonso Dhlakama e na sede da Renamo haviam armas e guerrilheiros guardas?
b)    O governo de Moçambique não sabia ou sabe que a Renamo tem armas e guerrilheiros armados? Esses de fardamento verde que andam nos aviões, nas ruas que escoltaram a Afonso Dhlakama antes e depois das eleições e muitas vezes ao lado de membros da PRM quem eram ou são?

c)    Alguns concidadãos de bons créditos, alguns até fizeram campanha da Renamo e Afonso Dhlakama nas recentes eleições gerais, que fingem espantar-se com as armas apresentadas no espetáculo de ontem, dia 27 de Março, não sabiam que até então que naqueles locais haviam armas?
d)    Porquê há coincidência na posição dos mesmos com os membros e simpatizantes da Frelimo (estes com razão porque não se escondem), o novo posicionamento sobre a Renamo e Afonso Dhlakama e o alarmismo ao espetáculo de ontem?
e)    Porquê esses concidadãos não questionam certas coisas estranhas no espetáculo de ontem, tais como a apreensão de bandeiras, pedras, dinheiro, computador e afirmação como armas que dispararam a menos de 30 dias. Afinal essa técnica para apurar isso em poucas horas já era do conhecimento de muitos?
f)      Afinal, o DESARMANETO da Renamo deixou de ser ponto de agenda no diálogo que tanto se fala entre o governo da Frelimo?
g)    Porquê os alarmistas do espetáculo de ontem são até os que insistem que o diálogo entre o governo da Frelimo e a Renamo e nunca o alarguem e nem achem que o conflito de hoje é mais do que entre a Renamo e governo da Frelimo, mas que tem factores como  injustiça, intolerância política, a exclusão social e a falta de transparência na gestão da coisa pública? 
Apenas minhas reflexões num país onde as mentes são facilmente cooptadas.
Nota: 1) Nota, para não me distrair demais, tive a oportunidade de acompanhar por vídeo algumas intervenções da última sessão da Assembleia da República e achei que há ali assuntos para debate e reflexão na construção e fortalecimento de Estado de Direito Democrático.

2) Sobre o espetáculo de ontem, julgo haver bons actores em ambos os lados, menos eu. Eu não quero regressar à maneira de pensar dos anos 80, altura em que fui vítima de endotrinamento e propaganda.

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