As cinco mulheres detidas na última sexta-feira, quando protestavam contra a proibição do uso de saias curtas nas escolas moçambicanas, foram restituídas à liberdade no mesmo dia, informou hoje a Polícia a nível da cidade de Maputo, capital do país.
Neste momento, segundo o porta-voz da corporação, Orlando Mudumane, o processo das cinco mulheres prossegue com os trâmites legais subsequentes.
Elas foram restituídas à liberdade e o processo vai prosseguir com os trâmites legais subsequentes. Algumas assumiram que estavam em protesto contra a proibição do uso das mini saias. Outras davam informações contraditórias. Diziam que estavam a fazer uma peça teatral, mas no fundo constatou-se que elas se tinham reunido para contestar contra a medida”, disse a fonte, falando hoje, em Maputo, no habitual briefing semanal a imprensa.
Mudumane disse não perceber a razão de um grupo de cidadãos fazer-se à rua para protestar contra a “indecência. Estas são situações de mulheres que não se percebem muito bem. Não se percebe como alguém protesta contra a indecência nas ruas. Só elas mesmo é que podem explicar”.
Aquelas mulheres foram detidas em frente à Escola Secundária Francisco Mayanga, onde se encontravam a protestar contra a medida. No tal dia, elas foram encaminhadas à 7.ª Esquadra de Maputo.
A Polícia diz que a manifestação foi ilegal uma vez que o Fórum Mulher não comunicou ao Conselho Municipal da realização da actividade.
A proibição do uso de saias curtas entrou em vigor no início do presente ano lectivo em algumas instituições de ensino da capital moçambicana.
Dentre as cinco mulheres, uma é de nacionalidade espanhola e outra com dupla nacionalidade (brasileira e uruguaia).
Além desta medida, o Governo moçambicano proibiu o uso de celulares nas salas de aulas.
Fonte: AIM - 21.03.2016
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