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quinta-feira, fevereiro 18, 2016

MILITARES RETOMAM ESCOLTA DE VIATURAS CIVIS NA EN1 ENTRE MUXUNGUE E SAVE

As Forças de Defesa e Segurança (FDS) retomaram esta quarta-feira a escolta de viaturas civis na Estrada Nacional número um (EN1), no troço entre o posto administrativo de Muxúnguè e o rio Save, distrito de Chibabava, na província de Sofala, devido aos ataques perpetrados por supostos homens armados da Renamo.

A coluna militar visa garantir a protecção de passageiros que viajam em autocarros e outros meios de transporte, incluindo os automobilistas, durante o período diurno, naquele troço rodoviário com uma extensão de mais de 100 quilómetros.

Os ataques começaram na semana passada, tendo sido atingidas quatro viaturas civis, uma das quais do Ministério da Saúde, quando transitavam pela rodovia, considerada a espinha dorsal para o desenvolvimento socioeconómico de Moçambique, porque liga as regiões Sul, Centro e Norte do país.


A escolta militar tinha sido interrompida desde que as hostilidades militares cessaram na região de Muxúnguè, em cumprimento do acordo rubricado a 05 de Setembro de 2014, entre o Governo moçambicano, na figura do antigo Presidente da República, Armando Guebuza, e o líder da Renamo, Afonso Dhlakama.

O entendimento a que ambas as partes até então oponentes chegaram, através daquele acordo para a cessação imediata das hostilidades militares em todo o país, aconteceu depois de quase um ano e meio de conflito armado e mais de 70 rondas de negociação.

A decisão de reintrodução da escolta militar está a ser saudada pelos automobilistas e passageiros, sublinhando que já podem viajar sem medo.

Estou em Muxúnguè à espera da coluna arrancar. Vou a Maputo. Viajar na companhia de militares oferece segurança
, disse Maria Joaquim, uma passageira, que se fazia transportar de autocarro.

A reintrodução da escolta militar ocorreu no mesmo dia em que homens armados da Renamo dispararam e incendiaram três viaturas, sendo uma ligeira, uma carrinha e um camião carregado de uma máquina Caterpillar, na região do rio Fudza, no posto administrativo de Nhamapadza, distrito de Marínguè, a norte da mesma província.

Marínguè faz limite com o distrito de Caia, onde foi erguida a ponte Armando Guebuza sobre o rio Zambeze, na EN1, ligando com a província da Zambézia, ainda no centro de Moçambique.

No ataque ocorrido em Nhamapadza, uma pessoa morreu carbonizada, ao não conseguiu saltar da máquina que estava no camião, ora incendiado e transformado em cinza. O ataque ocorreu cerca das 11 horas desta quarta-feira, segundo testemunhas oculares, que condenaram a acção dos homens armados da Renamo, por atacarem viaturas civis.

A situação está mal, porque a Renamo está atacar viaturas civis, que estão livres de circular pelo menos pelo seu país
, condenou Luciano Manuel, residente de Nhamapadza.

Num outro ataque perpetrado no mesmo dia contra o posto de controlo, um homem armado da Renamo morreu, nos arredores da vila da Gorongosa, também em Sofala. A Polícia da República de Moçambique (PRM) confirmou o facto a jornalistas.

Gorongosa e Marínguè foram regiões estratégicas do ex-movimento guerrilheiro de Afonso Dhlakama, durante a guerra dos 16 anos. Até terminar o conflito armado em 1992, a Renamo tinha o seu quartel-general em Marínguè.


Fonte: AIM – 18.02.2016

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