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segunda-feira, dezembro 07, 2015

CHISSANO DESTACA CONTRIBUTO DE SUÉCIA NO DESENVOLVIMENTO NACIONAL

O antigo Presidente da República, Joaquim Chissano, destacou, nesta quinta-feira, o contributo do Reino da Suécia nos programas de desenvolvimento de Moçambique antes e depois da independência nacional.

Chissano reconheceu o papel da Suécia num seminário alusivo ao 40º Aniversário das relações bilaterais entre os dois países, realizado em Maputo, a capital do país, no qual deram também o seu testemunho personalidades como Luísa Diogo, antiga Primeira-ministra; Orlando Quilambo, reitor da Universidade Eduardo Mondlane (UEM); entre outros.

No seu testemunho, o antigo estadista disse que a Suécia sempre sonhou com um mundo melhor para Moçambique, mas, ao mesmo tempo, pensou que esse mundo melhor não viria ao acaso. Era necessário que este fosse criado através desta cooperação, baseada em valores de democracia, de humanitarismo, valores que assentassem no respeito pelas pessoas e na confiança.


Na altura do estabelecimento de relações, a maioria da população moçambicana era analfabeta e a Suécia, segundo Chissano, ajudou essa população a ser alfabetizada.

Eles não começaram por apoiar universidade, mas sim por programas de alfabetização, mesmo durante a guerra de libertação
, disse o antigo estadista, destacando a agricultura e electrificação como outras áreas de peso que a Suécia apoiou, que as considerou principais linhas da Frelimo para o desenvolvimento do país depois da independência.

Segundo Chissano, depois da destruição de postes de transporte de energia, pouco depois da independência, o país conseguiu criar as linhas de fornecimento de energia com o apoio da Suécia e Noruega.

Algumas dessas linhas, de distâncias longas, são as de fornecimento de energia de Cahora Bassa, na província central de Tete, até à província nortenha de Niassa, e de Cahora Bassa para Cabo Delgado, norte.

A Suécia é um dos países que disseram já basta dar ajuda a um país como Moçambique, como se estivéssemos a alimentar um bebé. Vamos dar dinheiro e dizer que faça o que quiser com este dinheiro, desde que seja para fins de desenvolvimento. Isso trouxe alguma dignidade ao país e adicionou alguma responsabilidade em nós. Mas também agradeço a Suécia porque foi muito forte no apoio à capacitação institucional em todos os aspectos
, afirmou.

Chissano disse esperar que o quadro de relacionamentos entre os dois países continue a crescer cada vez mais, não só relações diplomáticas, mas relações, simplesmente, relações fortes em todos os aspectos.

Propôs que se encontrem, no futuro, formas de tornar estas relações mais conhecidas. Neste prisma, previu um futuro em que moçambicanos se deslocam à Suécia e vice-versa.

Temos que encontrar formas de cooperação que sejam mais do que esta plataforma oficial diplomática. As pessoas têm que se conhecer mutuamente e conhecerem esta história de amizade que é muito forte, de laços fortes de amizade. Penso que isso se encaixa melhor, porque estamos a viver momentos de globalização. Queremos que a globalização siga este caminho, sublinhou.

Luísa Diogo disse, por sua vez, que a Suécia olhava e continua olhando o futuro de Moçambique de uma forma bastante séria, sobretudo no que diz respeito à educação.

Segundo ela, a Suécia contribuiu muito para que os moçambicanos se formassem, hoje, desde a alfabetização, ensino primário e secundário até ao ensino superior, tanto em despesas como em infra-estruturas.

A antiga Primeira-ministra reconheceu que a Suécia desenvolveu programas específicos de reabilitação económica e social, encontrando formas de fazer com que a restruturação e a reforma económica e social fossem sustentáveis, mas sem esquecer a visão de médio e longo prazo, sempre olhando para as áreas prioritárias, educação e agricultura.

Eram as áreas onde devíamos olhar cuidadosamente para podermos inserir programas de desenvolvimento. Foi e continua sendo um dos parceiros de frente no apoio orçamental e dando o dinheiro de forma livre e sem olhar para quaisquer aspectos negativos, sendo que Moçambique é que prioriza as suas actividades
, disse.

Contudo, Diogo recomendou que esta cooperação continue a se alargar cada vez mais e a Suécia continue como é, pois a forma como faz as coisas é bastante eficiente. ( Anacleto Mercedes )

Fonte: AIM – 03.12.2015

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