INTERVENÇÃO – Pedido
de informação ao Governo – Ponto de situação económico-financeira actualizada
das Empresas Públicas e Participadas pelo Estado.
Senhora Presidente
da AR,
Todo protocolo
observado,
Caro Primeiro-Ministro, avaliado o nível de omissão e generalidade da resposta dada a questão colocada pela Bancada Parlamentar do MDM, parece-nos que foi mais uma sugestão de resposta que propriamente uma resposta.
Para benefício da
sua dignidade recomendamos que mandate o Ministro de Economia e Finanças que
reformule o discurso e que reapresente a esta magna casa uma resposta mais
condizente com a expectativa gerada. Para clarificar: o número de empresa
privatizadas após a independência em cerca de 80% faltou associar a este dado a
situação actual dessas empresas adjudicadas, a situção economico-financeira das
mesmas e os indicadores financeiros das mesmas.
Caro Sr Primeiro
Ministro o tiro acabou nao saindo pela culatra, mas pela coronha. O seu discurso
é digno e favorito ao prémio nobel de fuga com o rabo à seringa. Amigavelmente,
reiteramos que reformulem a resposta, pois, de contrario fica potencialmente o
primeiro membro do actual Governo candidato a ser exonerado.
O Movimento
Democrático de Moçambique, liderado sabiamente pelo Eng° Daviz Mbepo Simango,
no âmbito da sua nobre tarefa de reflectir os mais profundos e actualizados
anseios da população Moçambicana, em face da degradação progressiva dos
serviços públicos, com destaque para o fornecimento de Electricidade e água, a
promiscuidade política nas empresas participadas pelo Estado, a ineficiência, o
desleixo e gestão sonolenta, quase roçando o crime das empresas que usam
capital público vem nesta magna casa repudiar e enaltecer o seguinte:
1. Das 14 empresas
públicas actualmente em exercício continua a não contribuir para os cofres do
Estado. Registos publicados pelo IGEPE, ainda que tardios, para os exercícios
de 2012 e 2013, indicam que nenhuma empresa pública pagou dividendos ao Estado,
incluindo aquelas que se dizem economicamente viáveis. Resulta disto que estas
empresas que deviam ser, por natureza o braço económico do Estado, funcionam
não como um braço económico mas como uma prótese económica.
2. Contrariando o
que e vem estipulado na Lei das Empresas públicas (Lei 6/2012 de 08 de Agosto)
apenas 2 das 14 empresas, EDM e Emodraga, tem apenas 1 relatório e Contas nas
suas páginas Web na Internet, e vejam só que mesmo estas duas empresas que são
excepção, as suas contas são de 2011, com 3 anos de atraso. As restantes
empresas não se sabe exactamente como estão sendo geridas, qual é o seu
património, qual o activo e passivo destes agentes económicos públicos. Esta
falta de transparência, violando a própria lei que gere este sector, é propiciadora
de gestão danosa e corrupta dos fundos públicos, isto é, dos fundos do Povo
Moçambicano. Estamos todos recordados do famigerado caso ADM em que o próprio
Ministro de tutela usava a empresa sob sua supervisão para se banquetear
financeiramente, tendo acabado, caso raro neste País, julgado e condenado.
3. Estas empresas
representam um elevado fardo para o Estado, funcionam com base em subsídios do
Estado elevadíssimos. Algumas destas empresas que teriam capacidade, se fossem
geridas com menos sonolência e menos “deixarandismo” podiam financiar o Estado
e não o contrário, mas estão num ciclo vicioso e crónico de dependência de
subsídios. Não conseguem cobrir muitas delas mais de 40 – 50% das suas despesas
com receitas próprias, recorrendo ao OGE, aprovado aqui nestas casa para cobrir
os seus défices, exemplos: RM(défice:483 milhões MZN); TVM (360milhões MZN),
organismos estes, que desvirtuados da sua natureza pública se converteram em
artilharia de propaganda política do regime do dia, usando estes fundos
subsidiados para desinformar, adulterar e manipular os factos noticiosos e
promover encenações de circo a que chamam debates políticos, quando na verdade
seriam produtos predilectos para serem chancelados com o selo “made in China”.
4. Os maiores escândalos,
como a Bancada do MDM vem denunciando e clamando deste a Iª Sessão, estão
Empresas participadas pelo Estado, nas chamadas Parcerias Público-Privadas
(PPPs); nos ditos Projectos de Grande Dimensão (PGDs) e nas denominadas
Concessões Empresariais (CEs) onde a falta de transparência, o criminoso
trafego de influências e a promiscuidade do poderPolítico atinge o pico do
inadmissível. No sector dos Transportes e Comunicações; Sector de Energia;
Sector Petrolífero e no Sector Mineiro, atingiu-se o cúmulo de o ex-Presidente
e até Ministros deste Governo estarem envolvidos em gritantes e clamorosos
conflitos de interesses. O MDM propôs, na Iª Sessão, o primeira proposta de um
roteiro de moralização deste sector gigantesco da Economia com a proposta de
criação da CPI para EDM, mas que chumbada inexplicável e ironicamente pela
Bancada maioritária.
5. Para terminar e
ante o privilégio de falar para a nação, o MDM propõe que esta casa adopte um
instrumento legal para tornar obrigatória a prestação de contas, numa base
anual, de todas empresas públicas directamente a Assembleia da República para
travar este resvalar para o precipício do sector Público.
6. Espantoso
continua a ser o premeditada omissao do caso Ematum. Projecto feito sorreteira
e ocultamente, o maior escandalo financeiro pos independência, com uma taxa de
juro de 8% em USD, uma flagrante agiotagem criminosa, como se o Governo de
Moçambique fosse parte de uma Grupo de mafia internacional. A este propósito
questionamos a Sra Procuradora Geral da República porque razão ate este momento
nao existe ninguem detido relacionado com este escandalo sem precendentes, o
Emmatungate. Como é que o nosso colega, Manuel Chang, continua impavido e
sereno refastelado nesta sala, saindo para candidaturas e retomando o seu
lugar, como é que o antigo presidente, Armando Guebuza, continua na passarela
da praca dos herios fazendo declarações belicas. Ė chegada a hora de colocar os
responsaveis deste escandalo no devido espaco na BO.
Por um Moçambique
para Todos
Obrigado
Dr venancio foi uma bela intervençao força continuem lutando pra o bem publico. B noit
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