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domingo, novembro 22, 2015

Depois de a Frelimo chumbar a moção de censura ao governo

Renamo avança com comissão de inquérito para investigar emboscadas


Para não variar, a Frelimo deverá reprovar o novo pedido da bancada parlamentar da Renamo.

Numa clara demonstração de poder e musculatura político/parlamentar, a Frelimo decidiu chumbar, sem dó nem piedade, o projecto de moção de censura e reprovação das informações do governo, documento que tinha sido submetida pela bancada parlamentar da Renamo.

Em reacção e demonstrando um espírito de sobrevivência política, a bancada parlamentar da Renamo anunciou que vai avançar com uma proposta de criação de uma comissão de inquérito para averiguar as circunstâncias em que o seu presidente, Afonso Dhlakama, foi vítima de emboscadas militares, nos dias 12 e 25 de Setembro último.


O pedido da comissão de inquérito surge pelo facto de um dos condimentos da moção de censura contra as informações do governo, ser o facto de a Renamo entender que o ministro do Interior, Jaime Basílio Monteiro, mentiu quando em plena sessão plenária da AR tentava dar a versão governamental das duas ocorrências. Basílio Monteiro,recorde-se, disse que as Forças de Defesa e Segurança agiram em defesa da população que estava, supostamente a ser atacada pela guarda armada de Afonso Dhlakama.

Por seu turno, sabe-se, a Renamo acusa as Forças de Defesa e Segurança de terem atacado o seu presidente, versão, aliás, testemunhada por populares da zona de Zimpinga, local da segunda emboscada. A Renamo diz e acusa o governo moçambicano de ter e estar, através das Forças de Defesa e Segurança, continuamente a tentar assassinar Afonso Dhlakama, actualmente em parte incerta.

“A Renamo vai solicitar a criação de uma comissão de inquérito para se deslocar à Manica para esclarecer o que de facto aconteceu nos dias 12 e 25 de Setembro de 2015”- anunciou José Carlos Cruz, relator da bancada parlamentar da Renamo. Entretanto, tal como aconteceu ontem com a proposta da moção de censura, é quase certo que a bancada parlamentar da Frelimo, gozando da sua maioria parlamentar, irá reprovar liminarmente o pedido.

“A informação não é verdadeira, esconde o facto de o governo usar as Forcas de Defesa e Segurança para perseguir e assassinar membros dos partidos políticos da oposição. A prova de que o governo está envolvido nestes ataques foi o facto de a Renamo durante os confrontos recolhido as armas das FDS, que o governo depois veio reclamar”- avançou Cruz.

O Movimento Democrático de Moçambique, que também queria a reprovação da informação do governo, disse que a comitiva chefiada pelo primeiro ministro foi ao parlamento simplesmente para dizer nada, a exemplo da questão da gestão das empresas públicas e participadas. Esta questão, acusa o MDM, “não foi explicada pelo governo”.

(Ilódio Bata)

Fonte: Mediafax - 20.11.2015

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