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segunda-feira, outubro 26, 2015

Personalidades cabo-verdianas pedem libertação de ativistas angolanos

Um grupo de personalidades cabo-verdianas ligadas à cultura e ativistas sociais endereçou uma carta aberta ao Presidente José Eduardo dos Santos, exigindo a libertação de jovens ativistas angolanos presos desde junho por alegada co-autoria material de crime de atos preparatórios de rebelião e atentado contra o chefe de Estado angolano, soube a PANA, segunda-feira, na cidade da Praia de fontes seguras.

“Tal como no passado, aquando do encarceramento de então jovens angolanos anticolonialistas no Campo de Concentração de Tarrafal (Cabo Verde), na sequência dos acontecimentos de 4 de fevereiro de 1961, nós os signatários da presente carta, imbuídos do espírito humanista e em respeito pela relação histórica entre Cabo Verde e Angola, exigimos a libertação imediata dos 15 jovens presos políticos angolanos”, diz a carta divulgada  através das redes sociais.

“Fazemos esta exigência em nome dos valores universais da liberdade, da justiça e da solidariedade, no respeito e na defesa dos Direitos Humanos e a favor de uma Angola livre, de paz, e inclusiva”, avança o texto.

A carta é assinada, entre outros, pelo movimento MAC#114, que esteve à frente da
contestação popular contra a aprovação do novo Estatuto dos Titulares de Cargos Públicos em Cabo Verde e que acabou por levar os partidos políticos a adiar a aprovação desse diploma que previa, entre outras regalias, o aumento das remunerações dos polítcos na ordem do 60 porcento.


A missiva dirigida ao chefe de Estado angolano conta ainda com a assinatura de  personlaidades ligadas à cultura, das quais o artista plástico Tchalé Figueira, o encenador João Branco, a musicóloga Lúcia Cardoso, o rapper Hélio Batalha, o músico Alberto Koenig, para além de sindicalistas e professores universitários.

Esta segunda-feira, o primeiro-ministro de Cabo Verde, José Maria Neves, disse que estes cidadãos são livres de expressarem a sua opinião relativamente a esta e outras matérias, mas sublinhou que se trata de uma questão interna de Angola, escusando-se, por isso, a comentar.

"Tratando-se de uma questão interna de outro país, enquanto Governo não nos cabe pronunciar sobre esta matéria que se refere à justiça e à governação de um outro país", disse o chefe do Governo cabo-verdiano.

No entanto, José Maria Neves garantiu que as relações com Angola são boas e normais e que não ficarão beliscadas por causa de decisões de órgãos de soberania angolana em relação aos ativistas detidos.

"As relações são entre Estados são normais, boas e, portando, não ficarão beliscadas por causa de decisões de órgão de soberania de Angola", precisou.

Fonte: PANAPRESS – 26.10.2015

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