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quinta-feira, agosto 13, 2015

CHINESES E JAPONESES NA PESCA DO ATUM

Em Angoche e Nacala-porto, respectivamente

A “ Yinuo Pescas, Limitada”, uma empresa chinesa, acaba de encomendar o fabrico de nove embarcações para a captura de Atum na província de Nampula, mais concretamente no distrito de Angoche.

A Japan Tuna Company, de origem nipónica, já manifestou igualmente interesse em capturar aquele tipo de pescado, desta feita no distrito de Nacala-porto, operação que envolverá 15 embarcações, com possibilidade de crescer à medida que as respectivas potencialidades assim o confirmarem.

O delegado provincial da Administração Nacional de Pescas em Nampula, Momade Juízo, que revelou o facto, não quantificou o valor global do investimento, mas referiu que aquela empresa, depois de pesquisar o potencial da nossa costa em atum, avançou que as embarcações estarão equipadas com artefactos para captura em cerco daquela espécie.


Segundo a fonte, a Administração Nacional de Pescas espera o cumprimento por parte da Yinuo Pescas Limitada, dos procedimentos legais para o seu posterior licenciamento, conforme o previsto no plano estratégico de desenvolvimento da pescaria do atum.

Momade Juízo precisou, ainda, que a frota de embarcações da empresa chinesa, estará baseada na cidade de Angoche, onde já conta com outras quatro unidades construídas localmente, com recurso à madeira, licenciadas para a pesca semi-industrial, tendo, para o efeito, investido um montante equivalente a 6 milhões de dólares norte-americanos.

Questionado acerca das vantagens do estabelecimento da frota de embarcações em Angoche, Momade Juízo explicou que são inúmeras.

Em princípio as embarcações devem receber a bandeira nacional, um requisito previsto na legislação internacional da pesca que obriga o armador a declarar a origem das suas pescarias, cujas estatísticas servirão para o cálculo dos impostos a pagar aos cofres do Estado"- disse Juizo.

Mais importante também é o facto do processamento do atum para completar a cadeia de valor, antes da colocação do pescado no mercado internacional, exigir da empresa uma logística que comportará o abastecimento de água às embarcações, energia eléctrica para garantir a operacionalização da sala de processamento, produtos alimentares para tripulação, cujas receitas irão reverter a favor das firmas locais vocacionadas para a prestação daqueles serviços.

Momade Juízo vincou o facto das oportunidades de acesso ao emprego por parte da população de Angoche vir a crescer em face do estabelecimento das embarcações de pesca de atum no porto local.

As capturas de atum na zona económica exclusiva, que cobre 200 milhas náuticas a partir da linha da costa moçambicana, estão, neste momento, abaixo do limite de exploração, segundo estudos existentes relativos às potencialidades daquela espécie marinha que tem uma contribuição considerada baixa no nível de receitas do Estado.


Fonte: WAMPHULA FAX – 13.08.2015

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