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sexta-feira, julho 17, 2015

EMATUM e viagem à França

"Apesar da excitação provocada pela presença de um grande número de empresários moçambicanos em Lisboa, uma das incontornáveis conversas de corredor são as expectativas na próxima escala europeia de Nyusi, mais concretamente a sua deslocação à França.

A delegação empresarial desce para apenas 30 inscrições, mas a expectativa é saber se Adriano Maleiane, o ministro da Economia e Finanças, ou o ministro da Defesa, Atanásio Ntumuke, acompanharão Nyusi a França.


Uma das explicações é que o “dossier Ematum” não é suficientemente conhecido no seio do novo executivo e haver fortes pressões internas para que se “esconda” o máximo de informação possível.
Há também a sensação de que é necessário saber-se das autoridades francesas até que ponto estiveram envolvidas na venda de barcos de pesca, interceptadores de costa e outro material militar, operação privada que passou sobretudo pelo Abu Dhabi e pelo controverso empresário libanês, Iskandar Safa relacionado com a família do antigo presidente Armando Guebuza.

Lançando mais “achas para a fogueira”, um extenso artigo divulgado no último fim-de-semana pelo boletim “África Confidencial” diz que “políticos, generais e banqueiros estão incluídos no maior escândalo verificado até hoje no país”. O artigo questiona os números por que cada um dos barcos foi vendido pelo falido estaleiro da Normandia, a qualidade e a tecnologia usada na construção dos atuneiros e potenciais incompatibilidades para a navegação dos interceptadores “trimaran” nas águas turbulentas do canal de Moçambique. As outras lanchas rápidas estão há meses “ao sol e à chuva” junto ao cais de pesca onde também estão atracados os atuneiros da Ematum, aparentemente sem qualquer actividade piscatória.

O SAVANA apurou que em reuniões partidárias restritas da Frelimo, os militantes têm recebido instruções para defender o negócio da Ematum como um “assunto de soberania” dando-se a entender que a empresa de atum foi sobretudo uma capa para a compra de material militar. Nessa linha de raciocínio, deve ser entendido o mais recente pronunciamento do general Alberto Chipande, conhecido por expressar reticências em relação à governação Guebuza, que, de forma surpreendente, veio defender publicamente o negócio da Ematum".

Fonte:  SAVANA 17/07/2015

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