Afonso Dhlakama disse que quer negociar com o governo sobre a forma como decorreu o processo eleitoral. Falando em conferência de imprensa, realizada na tarde de hoje (sábado) em Maputo, respondendo as questões colocadas pelos jornalistas, recusou de forma repetida confirmar as declarações do seu porta-voz António Muchanga na passada quinta-feira que afirmou que a Renamo não aceitava os resultados das eleições. Ao invés disso, ele afirmou que "este assunto não pode ser tratado tecnicamente. Devemos negociar um resultado."
Ele continuou dizendo que "estas eleições não foram livres e justas", e prosseguiu dizendo "eu não posso aceitar qualquer coisa que mata a democracia." Ele criticou duramente o que chamou de "desorganização total que põe em perigo a credibilidade das eleições." Por isso, ele pretende "negociar com o governo a criação de uma verdadeira democracia."
Falando em Inglês para a imprensa estrangeira, ele afirmou: "o meu objectivo não é ser presidente, mas criar uma verdadeira democracia no meu país."
Comentário: Suas palavras foram escolhidas cuidadosamente, de modo a se distanciar da declaração de Muchanga na última quinta-feira, onde rejeitou os resultados das eleições. Ao invés disso, disse que a Comissão Nacional de Eleições (CNE) ainda não havia anunciado os resultados, e que por isso é muito cedo para aceitar ou rejeitar. Mas o seu principal apelo foi sobre a necessidade de novas negociações com o governo sobre as eleições. Ele sente que tem o apoio de pelo menos um terço dos eleitores o que deverá aumentar o seu status nas negociações. E ele ainda mantém a sua força armada.
As negociações entre a Renamo e o governo levaram muito tempo em 1990-92 e em 2013-14, por isso, é de esperar longas negociações sobre as eleições. Dhlakama precisaria de fazer grandes mudanças para estabelecer o que considera uma verdadeira democracia em Moçambique, e também precisaria de mudanças que permitissem elevar o seu status. Ele deve ter a espectativa que se crie um cargo de vice-presidente para
Fonte: Boletim sobre o processo político em Moçambique Número EN 63 - 18 de Outubro de 2014
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