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quarta-feira, setembro 24, 2014

Violencia Justa e Injusta

No mural de Livre Pensador:

Prometi manter-me na reserva ate ao dia 14 de Outubro, pois assumi que nada mais havia a dizer do desfile carnavalesco que alguns qualificam de campanha eleitoral.
Mas nao posso ficar indiferente aos acontecimentos de ontem na provincia de Gaza, entre elementos do MDM e da FRELIMO.
E gostaria de iniciar com uma pergunta:
- Voce que me le seria parcial se eu lhe desse uma bofetada sem nunca o ter visto?

Bem, parece que os ha. Inconcebivel, mas os ha, quem em nome da cegueira do fanatismo politico, possa encontrar razoes para nao se demarcar das hordas selvagens do seu partido "experiente, maduro e com melhores quadros", que estao a defender o slogan de MUDANCA do Sr. Filipe Nyusi. Ora bem, se e esta a MUDANCA que o sr. Nyusi nos esta a trazer, entao vamos ter de combate-la com a mesma violencia. Se calhar a dobrar, porque supera a intolerancia do seu mentor. Alias, o exemplo RENAMO,mostra como a FRELIMO so percebe violencia para se render a PAZ.
Porque aqui nao estamos a falar de violencia justa. Em auto-defesa, digamos. Estamos a falar de violencia injusta protagonizada ciclicamente na mesma regiao do pais. E tendo como pano de fundo a mesma argumentacao bacoca e estupida de "ter sido a provincia de Gaza uma das mais fustigadas pela RENAMO na guerra dos 16 anos". Mas entao, onde e que o MDM se enfia nisso? Respondem estas mentes brilhante que se reunem muitas vezes com gazenses de fama como Gabriel Muthisse e Elisio Macamo e outras musas inspiradoras, tidos como 'craneos" desta nova FRELIMO do guebuzismo:
- Porque o MDM resulta da RENAMO, logo e RENAMO!
Nada mais reaccionario vindo de alguem com canudos de PHD. Alias, se mal pergunte, nos seus milhentos opusculos, posts e papers por ai, quando e que estes intelectuais gazenses ligados a FRELIMO vao dedicar 2 ou 3 linhas sobre particular violencia orquestrada nos mesmos moldes e locais sempre que ha pleitos eleitorais? Nunca!
Serao demasiadamente cinicos para nao o fazer, ou estao simplemente envergonhados com este lumpen com quem se envolvem para ganhar eleicoes pela violencia onde as ideias nao conseguem chegar?
O que e certo e que nao mais podemos ficar indiferentes a este mito do "imperio de Gaza" como um punhado de selvagens e intolerantes nos querem alimentar. E o proprio Nyusi que vem cantando a UNIDADE NACIONAL, como se permite que o seu partido promova actos secessionistas e tribalistas como os que vimos ontem?
Sim, porque ja vamos no quinto pleito eleitoral desde 1994 e sempre assistimos a mesma coisa. Ali ontem, pelas imagens, vimos senhores da casa dos 40 e mais anos, armados de paus, pas, camioes e pedras a partirem com intencoes homicidas para cima dos seus adversarios politicos. Em presenca de um contigente da PRM que nem sequer esbocou um unico gesto para afastar a pequena, mas violenta turba, vestida com as cores da FRELIMO. E preciso entender como depois de 2 geracoes, avos, pais e netos, dinasticamente ligados a FRELIMO, montam emboscadas em Xinavane, na fronteira de Gaza - frise-se - perante o olhar canino da PRM. Que bloqueem a ponte do Xai-Xai e ainda sejas vitimas retida para explicacoes, porque supostamente alguem disparou contra as turbas da FRELIMO sem autorizacao policial. O que pura e simplesmente se barrique a entrada do Chokwe com um camiao, que depois seria usado para atingir mortalmente os renitentes da oposicao.
E tudo isto com a PRM - aquem a CNE e o Acordo Assinado entre a RENAMO e a FRELIMO - atribuem a missao de velar pela paz e tranquilidade publicas se limite a assistir a tudo, como se estivessemos novamente em Dili ou Kigali.
Por essa razao, espero - sinceramente - que a RENAMO nao se desarme ate a divulgacao dos resultados eleitorais. Ela tem de se proteger contra estes tipos. Espero - igualmente - que o MDM e muito em particular o seu lider, Daviz Simango, perceba agora que errou ao qualificar de belicista a decisao de Afonso Dhlakama voltar para as matas.
Esta agora muito claro quem promove a violencia como metodo politico. E quem a faz para sobreviver politicamente.
E por ultimo, um apelo veemente a comunidade internacional para parar de branquear o caso Mocambicano, e ja nao tolerar o caso Queniano. Os srs. Joseph Hanlon, Carlos Serra e outros lobbystas da FRELIMO nos fora intelectuais de Paris e Londres tem de parar de encontrar explicacoes mirabolantes para coisas que permanecem como resquicios do tempo de partido unico. O seu esquerdismo nao pode justificar o seu silencio para estes assuntos e a sua histeria quando se trata de linchamentos com pneus a volta do pescoco. Ou elefantes e rinocerontes chacinados no Krueger Park.
E PRECISO LEVAR OS MANDANTES DESTA VIOLENCIA AO TPI DE ARUSHA OU A BARRA DE UM TRIBUNAL DOS EUA!
Porque estamos a falar de criminosos de delito comum, cuja impunidade resulta de uma anomalia democratica. Lumpen que assenta arraiais em Chokwe e que prospera a custa do roubo de viaturas de luxo em toda Africa Austral. Genocidas que combatem o grande desemprego local arregimentando juventude semi-analfabeta para entrarem pelo Krueger Park e dizimarem elefantes e rinocerontes. Mafiosos que fazem aliancas politicas com a FRELIMO para manter a sua pequena "Ciudad Juarez" acima de qualquer lei da Republica de Mocambique. Uma enormidade que nos tem passado incrivelmente ao lado, quando ja circula a algum tempo nos EUA uma peticao para impor sancoes economicas a Mocambique por causa de crimes ambientais originados por gangues de cacadores furtivos e traficantes de pessoas e orgaos humanos. Que triste sina para a provincia de Gaza, terra de gente orgulhosa e trabalhadora.
Em suma, um territorio onde as leis sao aprovadas no Comite Central da FRELIMO e nao na Assembleia da Republica de Mocambique!
Por essa razao, eu, ao contrario dos srs. Fadil, Valy e Inacio Chire nao me vou ficar pela mera recordacao do que ja foi dito 4 vezes desde 1992 sem que nada mudasse. Nao vou esperar que seja o sr. Dhlakama a proxima vitima destas hordas de selvagens e o pais entre depois numa espiral de violencia tipica de um Estado Falhado que ja somos pela estatisticas, mas que alguns desejam mesmo que o sejamos para sempre.
Tenho Dito.

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