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quarta-feira, setembro 03, 2014

MSF DIZ QUE MUNDO ESTA A PERDER BATALHA CONTRA ÉBOLA

Nações Unidas, 3 Set (AIM) O grupo internacional Médicos Sem Fronteiras (MSF) alertou que o mundo está a perder a batalha contra a ébola e lamentou que os centros de tratamento na África Ocidental ficaram reduzidos a lugares onde as pessoas vão lá para morrerem sozinhas.

Em declarações separadas depois de uma reunião da ONU sobre esta crise, o chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS) disse que todos os envolvidos tinham subestimado o surto, que agora já matou mais de 1.500 pessoas na Guiné Conakry, Libéria, Serra eoa e Nigéria. Oficiais da ONU imploraram aos governos de todo o mundo para enviarem pessoal da saúde e contribuições em materiais.

Entretanto, na Libéria, uma organização missionária anunciou que mais um médico americano foi infectado.

A MSF, que já tratou mais de 1.000 pacientes de ébola na África Ocidental, está completamente sobrecarregada com a doença, disse Joanne Liu, a presidente da organização. Ela apelou a outros países para contribuirem com pessoal médico civil e militar treinados em calamidades biológicas.

Seis meses do pior surto da epiudemia de ébola na história, o mundo está a perder a batalha para conter a doença, disse Liu num forum da ONU sobre o surto, acrescentando que os centros de tratamento da ébola estão reduzidos a lugares onde as pessoas vão lá para morrerem sozinhas, onde recebem pouco mais de cuidados paliativos.

Na Serra Leoa, disse ela, corpos de infectados estão a apodrecer nas ruas. A Libéria teve de construir um novo crematório em vez de novos centros de tratamento de ébola.

Naquela reunião da ONU, a directora da OMS, Margaret Chan, agradeceu aos países que estão a ajudar, mas disse que precisamos de mais de vós. E também precisamos daqueles países que ainda não aderiram.

Mais tarde, em conferência de imprensa, ela alertou que o surto vai piorar antes de começar a melhorar.

O presidente americano, Barak Obama, apelou terça-feira aos cidadãos da África Ocidental para usarem luvas ao cuidar de pacientes com ébola ou ao enterrarem alguém que tenha morrido desta doença. Ele desencorajou a prática de enterro que implica tocar directamente o corpo das vítimas de ébola, que é uma das formas pelas quais a doença se propaga.

Podem respeitar as suas tradições e honrar os seus entes queridos sem arriscarem as vidas dos vivos, disse Obama numa bree mensagem de vídeo.

O Dr. Tom Frieden, director dos Centros dos estados Unidos para o Controlo e Prevenção de doenças, disse que a situação é agora a primeira epidemia mundial de ébola, dado como a doença se está a propagar.

O mais recente missionário a ser infectado com a doença, um obstetra, não foi logo identificado pelo grupo Serving in Mission (Servindo em Missão). O grupo não especificou como é que ele contraiu a doença. Ele não se encontrava a trabalhar numa nfermaria de ébola.

Um médico liberiano da equipa missionária de tratamento disse ser ainda muito cedo para dizer se ele vai ser evacuado. O médico falou apenas na condição de anonimato porque não estava autorizado a discutir o assunto com a imprensa.

Mês passado, dois americanos, incluindo um do mesmo grupo missionário, foram evacuados para os Estados Unidos para tratamento depois de contrairem o virus na Libéria. Os dois recuperaram depois de receberem um medicamento experimental conhecido como Zmapp. O fabricante diz ter esgotado o stoque do medicamento e que vai levar meses para produzir mais.

Oficiais maricanos da saúde anunciaram terça-feira um contracto com a Mapp Biopharceutical Inc., no valor de 24.9 milhões de dólars para acelerar a produção do ZMapp. Como parte do projecto, a Mapp deverá fabricar uma pequena quantidade da droga para os primeiros testes de segurança do medicamento, enquanto trabalha com o Departamento da Saúde e Serviços Humanos para acelerar o processo de fabrico.

O surto ceifou muitas vidas particularmente entre os funcionários da saúde, e enfermeiras na Libéria e Serra Leoa entraram várias vezes em greve para exigirem pagamento de risco e equipamento de protecção no trabalho.

Segunda-feira, enfermeiras num grande hospital na capital da Libéria entraram em greve, segundo o porta-voz Jerald P. Dennis III. Enquanto o hospital JFK está a tratar pacientes com ébola, as enfermeiras grevistas são todas de enfermarias que não são de ébola.

O Ministro da Informação, Lewis Brown disse terça-feira à tarde que a disputa tinha sido resolkvida, mas Dennis disse as discussões continuam.

Entretanto, o governo da Serra Leoa disse que as enfermeiras tinham regressado Ao trabalho terça-feira depois de uma greve num hospital de Freetown fim de semana. O governo disse que vai pagar subsídio de risco e duplicar outrois subsídios.

Ainda na terça-feira, a Organização da ONU para a Agricultura (FAO) alertou que alimentação nos países afectados pela ébola está a tornar-se cada vez mais cara e vai escassear porque alguns agricultores não conseguem chegar aos seus campos de produção.

As autoridades selaram cidades inteiras num esforço para conter a propagação do virus. Países vizinhos encerraram as fronteiras terrestres e companhias aéreas suspenderam voos de e para os países afectados. Portos estão a perder tráfego, restringindo a importação de alimentos.

Aqueles países Giiné Conakry, Libéria e Serra eoa todos dependem de cereais importados para alimentarem as suas populações, segundo a agência da ONU para a alimentação. Por exemplo, o preço da mandioca, principal alimento em muitos países da África Ocidental, subiu em 150 por cento num dos mercados de Monróvia, a capital da Libéria.

Mesmo antes do surto da ébola, as famílias em algumas das áreas agora afectadas gastavam até 80 por cento das suas receitas em alimentação,disse Vincent Martin, que coordena as respostas da agência alimentar à crise. Agora estes novos preços estao a colocar a alimentaçao completamente fora do seu alcance.


Fonte: AIM – 03.2014

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