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quarta-feira, setembro 17, 2014

Eleições: Desenvolvimento não deve ignorar zonas rurais, afirma o líder do MDM

O presidente do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), terceira maior força política moçambicana, defendeu hoje que o desenvolvimento do país não deve ignorar as zonas rurais e prometeu melhores estradas e agricultura mecanizada.
Em campanha eleitoral na província de Manica, centro de Moçambique, Daviz Simango disse que há uma excessiva concentração de investimentos nas zonas urbanas, motivada pela globalização, marginalizando por completo as zonas rurais.

"Apostámos na globalização ignorando as zonas rurais, que são cruciais para o crescimento económico, por ser nelas que temos a terra para a agricultura, um pilar importante para evolução social e económica de um pais", declarou Daviz Simango à população de Munhinga, distrito de Sussundenga.
O candidato às presidenciais de 15 de Outubro, pelo MDM, que tem favorecido a sua campanha eleitoral nas zonas do interior do país, que percorre num carro todo-o-terreno, disse sentir-se "escandalizado" pela falta de estradas, que considera essenciais para viabilizar a economia.
"É preciso investir em estradas para baixar o custo de produção agrária. Quando temos boas estradas, gastamos menos tempo para escoar a produção e poupamos combustível, tornando sustentável a agricultura", defendeu Daviz Simango, que prometeu uma agricultura mecanizada para "superar bolsas de fome num país com mais de 70% de terra fértil".
O líder político disse que, apostando seriamente em agricultura, todos os sectores adjacentes serão beneficiados, sobretudo a educação, por entender que não se pode formar bons quadros num país com fome.
Daviz Simango, que focou a maior parte do seu discurso apelando aos apoiantes para irem às urnas no dia 15 de Outubro e para saberem utilizar os boletins de voto, de modo a que não se tornem inválidos, afirmou ainda que a sua governação vai centrar-se na inclusão, repetindo o ‘slogan' da sua campanha "Moçambique para todos".
A caravana de Daviz Simango, que vai percorrer as zonas do interior dos distritos de Sussundenga e Manica, evitou hoje o contacto com um grupo da Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique, partido no poder), que parou a 15 metros do local do seu comício, entoando canções revolucionárias.
O distrito de Sussundenga é considerado politicamente sensível, por albergar o maior número de membros do MDM detidos por ilícitos eleitorais, e por se situar na região de Munhinga, onde a sede local do partido já foi destruída duas vezes por fogo posto.
Daviz Simango vai orientar um comício popular na quinta-feira na cidade de Chimoio, capital da província de Manica.
Moçambique encontra-se em campanha eleitoral desde 31 de Agosto para as eleições gerais (presidenciais, legislativas e assembleias provinciais) marcadas para 15 de Outubro.
Além de Simango, às presidenciais concorrem o líder da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), Afonso Dhlakama, que começou na terça-feira a sua campanha também em Manica, e Filipe Nyusi, da Frelimo.

Fonte: Lusa – 17.09.2014

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