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quarta-feira, setembro 10, 2014

Daviz Simango impedido de atravessar rio Chire

O candidato do Movimento Democrático de Moçambique (MDM) escalou, segunda-feira, o posto administrativo de Doha, no distrito de Mutarara. Simango teve uma recepção foi calorosa, com milhares de pessoas a caminharem com o candidato pela rua principal, num percurso de mais de 700 metros. Na ocasião, alguns membros da Frelimo tentaram bloquear a rua por onde passava a caravana do MDM, por a mesma passar em frente à sede do partido. A situação obrigou os seguranças pessoais de Daviz Simango a recorrerem à força para tirar os membros da Frelimo da rua.
Daviz Simango precisou de mais de oito horas para chegar a Mutarara, província de Tete, ido de Morrumbala, província da Zambézia, quando em menos de cinco minutos poderia atravessar o rio Chire. É que, logo que chegou à margem do lado de Morrumbala, a comitiva do MDM ficou a saber que o batelão que garante a travessia do rio Chire estava avariado. E as canoas que normalmente servem de alternativa pararam de funcionar a mando de um desconhecido, que teria proibido os operadores de transportar Daviz Simango e sua comitiva. Tentativas dos membros do MDM para convencer os marinheiros redundaram em fracasso.
Martinho Ricardo, um dos marinheiros, revelou que tinha receio de sofrer represálias se desacatasse a ordem. “Se eu fizer isso vou sofrer muito, a ponto de deixar de trabalhar aqui. Tenho filha para cuidar e sou muito jovem para sofrer consequências por vos ajudar”, lamentou.
Não tendo outra escolha, Daviz Simango e seus acompanhantes foram obrigados a percorrer mais de 200 quilómetros, de Morrumbala até ao posto administrativo de Sena, no distrito de Caia, em Sofala. Foi ali onde, através de uma bicicleta, uma vez que viaturas não passam, atravessou a ponte Dona Ana até ao município de Nyamayábuè, onde duas viaturas estavam à sua espera e o levaram a Doha, que dista 110 quilómetros daquela vila.
Dirigindo-se à população de Doha, o candidato presidencial disse que não bastava falar da paz, os sorrisos e as assinaturas para que haja paz no país, mas sim conformar as palavras com actos. Porque, segundo ele, a discriminação, a exclusão e a violência contra moçambicanos que vestem cores de partidos diferentes do que está no poder perigam esta paz, pelo que o seu partido vai combater essa forma de governar quando for eleito para dirigir os destinos do país.
CURIOSIDADES
O MDM alugou 10 motorizadas e cinco bicicletas para transportar os membros que acompanham Daviz Simango nesta campanha, incluindo jornalistas e seguranças. Através destes meios, a comitiva percorreu os sete quilómetros da ponte Dona Ana, construída para permitir a travessia dos comboios que transportam carvão mineral de Tete, passageiros e outras mercadorias.


Fonte: O País online – 11.09.2014

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