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sábado, agosto 09, 2014

Autoridades de Gorongosa retiram seis mil deslocados no centro do país

As autoridades de Gorongosa vão desativar o centro de deslocados que mantinham no centro de Moçambique e devolver cerca de seis mil pessoas às suas zonas de origem, disse à Lusa fonte oficial.
O Governo e a Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido da oposição, anunciaram na terça-feira um consenso, ao fim de 69 sessões de diálogo em Maputo, sobre a implementação do acordo sobre o desarmamento do movimento, observadores militares internacionais e de uma lei de amnistia, para despenalizar as acções decorrentes da crise político-militar que afeta o centro do país há mais de um ano.
"A população refugiada vai regressar às suas zonas de origem, embora alguns já tenham talhões definitivos em bairros de reassentamento. O Governo está a equacionar agora o apoio logístico para este processo", disse à Lusa Paulo Majacunene, administrador de Gorongosa.
Seis mil pessoas foram forçadas a fugir do conflito e albergadas em centenas de tendas militares erguidas num campo de no bairro Nhataca 2, na vila da Gorongosa, Sofala.
Quase 90% dos deslocados dependia de donativos para sobreviver, o que forçou o Governo a alargar por várias vezes, e por tempo indeterminado, a sua permanência no campo de à espera de estabilidade, devido, sempre, aos novos focos de confrontos militares na região.
"Ainda não há data prevista para a saída dos deslocados do campo, porque os homens armados da Renamo ainda estão na serra, embora não haja confusão. Depois de eles deixarem a serra, vamos colocar em acção o plano de devolver a população", frisou Paulo Majacunene.
Os deslocados são das regiões de Nhataca, Mucodza, Vunduzi, Chionde, Casa Banana, Mussicadzi, Piro e Domba, nos arredores da serra de Gorongosa, largamente atingido pela crise político-militar, e onde o exército assaltou e desalojou a 21 de Outubro passado o acampamento do líder da Renamo, Afonso Dlhakama, que se mantém desde então em lugar incerto, algures no distrito.
Contudo, Paulo Majacunene, não revelou como será o processo de votação dos deslocados, a 15 de Outubro, dia das eleições gerais (presidenciais, legislativas e assembleias provinciais), uma vez que foram inscritos em vários cadernos da vila de Gorongosa. 

Fonte: LUSA – 09.08.2014

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