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sábado, julho 26, 2014

Exploração ilegal de madeira em Moçambique é superior a 90 por cento

A exploração ilegal de madeira, com conivência de altos quadros do Governo moçambicano, privou o país de cerca de 108 milhões de euros em impostos desde 2007.
A demanda chinesa insaciável de madeira está na origem da extracção e contrabando ilegal de madeira em Moçambique, a qual é totalmente insustentável, e  está a ameaçar esgotar os recursos florestais do pais.
Esta é a conclusão no novo relatório Crise de Primeira Classe, da Agência de Investigação Ambiental (EIA, na sigla em inglês), que revela ainda que 93% da extraçcão de madeira em Moçambique no ano passado foi ilegal.    
As investigações e pesquisas conduzidas pela  EIA na sigla entre 2013 e 2014 demonstram que o factor-chave do crime florestal em Moçambique é a demanda de madeira da China.
A quase totalidade da madeira importada pela China de Moçambique (93%), resulta de abates ilegais, colocando o desbaste nas florestas muito além dos níveis sustentáveis.
De acordo o relatório da EIA, uma organização não-governamental do Reino Unido, a China é o principal responsável pela destruição das florestas tropicais em Moçambique, e, se os volumes de abate excessivo continuarem, as reservas comerciais estarão quase esgotadas nos próximos 15 anos.
Segundo o activista daquela agência Jago Wadley,  os dados são espantosos  e o contrabando de madeira ilegal para o mercado chinês resultou em volumes de extracção muito além dos níveis sustentáveis, apesar das afirmações em  contrário do Governo moçambicana.
Segundo o documento, a exploração ilegal de madeira por empresas chinesas, com conivência de altos quadros do Governo moçambicano, privou o país de cerca de 108 milhões de euros em impostos desde 2007.
A EIA exige a suspensão imediata de todas as exportações de madeira em Moçambique, para garantir que se reúnam condições sustentáveis para o consumo e comércio dos recursos florestais do país.
Em 2013, a agência publicou o primeiro relatório, intitulado Conexões de Primeira Classe, em que denunciou a exploração ilegal de madeira por empresas chinesas com conivência de dirigentes moçambicanos, nomeadamente o actual ministro da agricultura, José Pacheco, e o seu antecessor, Tomás Mandlate.
Moçambique, diz o relatório, tornou-se o maior fornecedor africano de madeira para a China em termos de valor económico em 2013 .
O activista da Agência de Investigação Ambiental Jago Wadley acrescentou ainda que as comunidades rurais pobres estão a sentir o peso da crise de extracção ilegal de madeira, fenómeno que, segundo  ele, não vai acabar sem uma acção imediata e coordenada por todas as partes envolvidas."
Fonte: Voz da América – 24.07.2014

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